Noite quase estrelada

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O celular de Choi Beomgyu não parava de tocar loucamente, como se algum momento o smartphone fosse explodir de tantas ligações perdidas e mensagens não lidas. Beomgyu estava ciente de que sua situação não era das melhores, ainda mais porque estava sozinho novamente com Kang Taehyun e sabia que algum paparazzi pudesse estar de olho em ambos, principalmente depois da discussão que teve com a pessoa mais importante da agência, o CEO. Porém, não cansava de desfrutar o delicioso gosto do sorvete, embora tivesse dado a declaração tão inesperada para os dois meninos.

Kang Taehyun, ainda com o coração acelerado, disfarçou o nervosismo arrumando os fios de sua franja que cobria seus olhos diversas vezes. Kang hesitou de dizer algo, colocando aquele sorvete completamente em sua boca e apressadamente levantou-se do banco de madeira, limpando suas mãos no tecido de sua calça e passando a dar alguns passos para frente, olhando de um lado para o outro.

- Estou ferrado - Comentou Beomgyu, jogando o palito do sorvete fora após terminar de tomá-lo - Não sei porquê eu fiz isso. Estou tão ferrado! Não posso acreditar que tive essa audácia.

- Ei... - Kang respondeu enquanto tentava manter a calma em sua voz ‐ É normal demonstrar os sentimentos de uma forma... Como posso dizer? Meio... No momento oportuno! Isso!

‐ Não é isso que estou falando... - Disse quase sem emoção, fazendo com que o clima acabasse por completo ‐ Quero dizer que os meninos vão me matar, o produtor vai tirar minhas linhas que quase não tenho e meus fãs vão parar de gostar de mim! Além disso, o CEO vai me detestar para o resto da vida e tentará de tudo para destruir minha carreira que demorei para ter! Eu sou muito burro!

Ficou um silêncio constrangedor depois do desabafo do idol. Kang Taehyun e Choi Beomgyu trocaram olhares por uns segundos, Choi, um pouco sem graça, mexeu no cabelo enquanto Kang começava a andar lentamente do lado oposto que seria a direção do enorme e modesto prédio da empresa. Como o momento poderia mudar rapidamente? Taehyun questionava-se  envergonhado e um pouco nervoso. Assim que acabou com o sorvete, o menino quebrou em pedaços o palito, sentindo seu rosto ficar um tanto vermelho e quente. Por causa do verão, Kang havia deduzido, mesmo sabendo que era somente uma mentira.

Kang Taehyun continuava a andar, ficando de cabeça baixa toda vez que lembrava o que tinha falado para Choi, encarando sua sombra e respirando de uma maneira profunda, sussurrando algumas frases que não davam para ouvir direito. Logo atrás, o artista dava seus passos na mesma velocidade que o staff, encarando os comércios e casas daquela rua, cobrindo seu rosto com a máscara para não ser reconhecido por nenhuma pessoa, além de Taehyun.

- Onde você está indo? - Questionou Beomgyu assim que ficou ao lado de Taehyun, podendo notar a preocupação em seu olhar após encarar o rosto do staff avermelhado - Você está doente?! - Choi falou em voz alta, quase berrando e, em seguida, tacou a sua mão na testa do rapaz de um jeito nada agradável - Você está com febre!

Kang Taehyun estava com o coração acelerado de novo, dessa vez, por causa do susto que o Beomgyu tinha lhe dado. Afastou a mão do menino desajeitado e olhou fixamente para os olhos da cor de mel causada pela luz solar, cruzou seus braços por um breve momento e sorriu irônico.

- Estou indo trabalhar ou tentar ver se eu ainda tenho meu emprego - suspirou baixo e voltou a caminhar, ajeitando o crachá que estava em seu pescoço - Você deveria fazer o mesmo. É um conselho.

- Entendo... Mas a agência é daquele lado ‐ O idol apontou o dedo para o lado contrário da rua - Fica lá.

- Por que não me disse antes?! - Kang resmungou enquanto dava meia volta e passava a caminhar no caminho certo.

- Porque eu achei que você ia querer comprar alguma coisa! - Retrucou, fazendo careta - Ingrato.

Choi Beomgyu caminhava de braços cruzados e encarava Kang Taehyun com cara feia, mostrando a língua enquanto o staff distanciava-se cada vez mais. Kang enfiava as mãos nos bolsos de sua calça e, algumas vezes, passava a olhar para o céu azul com poucas nuvens. Beomgyu aproximava-se devagar da figura mediana, ainda em silêncio, abriu um sorriso largo ao ver uma máquina de pegar bonecos de pelúcia. Animado, procurava uma moeda para colocar e poder pegar algum dos ursos de pelúcia que estavam disponíveis ainda.

Segunda Chance para o Amor | TaegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora