2. Despencando No Amor

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As vezes na vida temos a sensação de que algo é tão ruim que só pode ser um pesadelo e ainda não acordamos, essa era a sensação que eu sentia no momento.

Franzi as sobrancelhas e o encarei com os olhos esbugalhados.

- Do que você está falando? - perguntei extremamente rude. Precisava me defender.

Minha mente naquele momento se dividia em dois tópicos, o choque com a situação e a surpresa ao vê-lo, ele era um homem alto, seus trajes, olhos e cabelos escuros o deixavam com um forte semblante de poder. Parecia que a cor preta fora feita para aquele homem.

-Estou falando que estamos casados. Por acaso você é louca? - perguntou me fuzilando com os olhos.

Mas que cara... Como ele tem a ousadia falar assim comigo? Nem sei quem ele é!

- Como você ousa falar assim comigo? Eu vou embora daqui agora mesmo, não gosto desse tipo de trote. - saí da sala indignada, pisando forte no chão. Nunca fui a favor de trotes, seja em escolas, faculdades ou academias. É horrível!

- Louca ou não é minha esposa e vai ficar aqui. - gritou, o que me fez parar de andar e olhar para ele.

- Quem você pensa que é? - gritei furiosa.

Ouvindo toda a contenda, alguns seguranças invadem a sala.

-Senhor? - O chamam aguardando as ordens.

-Ligue para os Gray agora mesmo! Me mandaram uma esposa histérica.

- Histérica? - questionei ainda mais alterada, minhas bochechas ficaram extremamente vermelhas e as sardas se sobressaíram.

Indignada com o termo, peguei o primeiro objeto que vi pela frente, para minha sorte, era um livro que estava sobre a mesa, grande e pesado, sem pensar duas vezes o lancei naquele homem.

-Agora passou dos limites! Peguem-na e levem-na para o quarto dela. Tranquem a porta e não a deixem sair. Tenho que resolver isso com os Gray. - ordena aos seguranças.

Foi dito e feito, infelizmente errei na mira.

- Eles atenderam, senhor.

- Me passe o telefone.

- Certo!

-Marie, mas o que é isto? Sua cria recusa ser minha esposa, não foi esse o combinado e muito menos o que você disse sobre ela. Descreveu uma mulher culta, obediente e disciplinada.

-Valentina tem um gênio forte, mas irei resolver com ela. Não se preocupe.

-Irei viajar esta tarde e retorno apenas depois de amanhã. Tem 48 horas para concertar sua filha, caso contrário, acabou o acordo.

-Ele é louco! Só pode ser isso, tenho certeza. Eu não me casei com ele. Precisaria ter ido a igreja, assinado a certidão de casamento, ou no mínimo já tê-lo visto ao menos uma vez na vida!

Por alguns segundos parei e pensei em minhas palavras... Certidão de casamento...

Enquanto o homem de preto tomava mil e uma medidas contra a minha rebeldia, eu desabava em choro trancada no quarto, ainda sem acreditar na possibilidade de estar casada. Me casar sem meu consentimento. Mas por quê?Foi quando cheguei a uma conclusão.

- Se bem que... Não. Ela não faria isso. Faria?
INFERNOOOOOOOOOOOOOOO
Maldição! Minha mãe!

Em meio a raiva, tristeza e desespero me lembrei então da carta de meu irmão.

-Ivan! Seu cretino, como pôde? - esbravejei lendo.

"Valentina, eu sinto muito, não queria fazer parte disso, nossa mãe está endividada e desde que o nosso pai morreu 5 meses atrás, as coisas desandaram muito. Para piorar, com a crise econômica, perdemos 70% do acesso a nossas contas bancárias. Valentina, os Willou, eles ameaçaram tomar a casa. A mamãe exagerou nos gastos também e sem o papai, alguns sócios corruptos desviaram muito dinheiro da empresa.
Sei que nada justifica, mas me perdoe. Hancov será um bom marido. E lembre-se, isso salvará nossa família da ruína.
Seu irmão que te adora, Ivan Gray."

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