O nosso "ainda Te Amo" // [Pejão]

[01] ~O término

Track 1 - capítulo 1

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12 de novembro de 2014...

- Pedro... - João fala com o menino por meio de um telefonema e com a voz roca. - Você vai demorar muito para chegar!? Preciso conversar, mas fica calmo.

-Não vou demorar muito meu amor; Já estou chegando em casa. - os garotos moravam em uma república na rua que dava de encontro a Avenida São João, onde costumavam ficar.

- Tudo bem, estou te esperando.

[...]

Poucos minutos depois Vitor escuta o barulho da maçaneta abrir-se, logo Pedro surge atrás daquela porta de madeira.

- Oque foi meu menino? Aconteceu algo? Você parece nervoso. - Tófani começa a ficar desesperado junto a João.

- Então meu bem... senta aqui. - ele da três batidinhas na cama.

- Meu Deus João Vitor, desembucha logo. Estou preocupado.

- Olha, eu vou ser bem direto... P-Pedro, eu "ainda te amo" mas eu quero terminar o nosso relacionamento. - o menino corta a fala dele.

- M-mas... - João nota seus olhos se encherem de lágrimas e continua falando.

- Não Pedro, sem "mas". Entenda meu amor, eu jamais me cansarei de você. Saiba que será melhor para nós dois, nosso relacionamento não está andando bem esses últimos dias e as brigas se tornaram frequentes. Eu acredito que sejamos almas gêmeas mas o universo já nos propôs tudo que tínhamos para viver. A Avenida São João guardará tudo que vivemos até aqui.

- João, me perdoa por favor. Eu entendo que seja melhor para você , mas não guarde nenhuma má lembrança de mim, eu sempre te amarei, não importa a distância que vamos estar. - Pedro se levanta e vai em direção à porta, pegando sua mochila que se encontra ao lado do cabideiro. - Tchau João Vitor, nunca será um adeus.

Vitor espera Pedro sair por completo do apartamento, ele se curva na cama e com a cabeça baixa começa a chorar se perguntando oque acabara de fazer.

- Porra João Vitor, tá vendo as coisas que você consegue fazer? - Ele chora mais ainda enquanto abraça fortemente o travesseiro que se encontra ao lado da cabeceira.

- Eu sempre te amei Pedro, sempre, por que a gente brigou tanto? Por que? - Vitor lamentava sozinho para si mesmo, chorando alto. - Eu preciso sair um pouco. - Ele se levanta, coloca uma camiseta e vai até a Avenida que ficava todas as tardes com seu antigo garoto.

- Enquanto corria com sua mochila nas costas e chorando muito, sem ligar as pessoas à sua volta que passavam por ali. "Eu vou correr tão rápido, o vento no meu rosto me secando o choro tão envergonhado". - Eu não consegui deixar claro para Pedro o quanto amo ele, mas eu precisava deixá-lo. Não seria uma questão de escolha, eu realmente queria pela minha saúde... mas... como faço para me virar sozinho agora? Como escrevo minhas músicas? - João senta na calçada soluçando um tanto, abre a mochila e pega um único cigarro que havia ali. Ele sabia o quanto era errado fumar, e que sua família odiaria saber disso, mas era o seu único refúgio no momento.

O telefone toca

Jão vê que Gi, sua irmã, está ligando. Ele seca os olhos e engole o choro em seco para atender o telefone.

- João, onde você está? Vim aqui na sua casa e não tem ninguém. - Gi diz.

- Ah eu já estou voltando. - Ele suspira tentando não demonstrar sua fraqueza. - Só um minuto.

- Tá bom, mas não vai me dizer onde você está? - a ligação cai, João caminha até sua casa novamente.

- Porra... onde ele se meteu... - Gi começa a ficar preocupada e nesse tempo todo, na casa da Malu, Pedro chorava descontroladamente se perguntando onde errou e a menina tentava o acalmar.

- Ei Pepe, calma por favor. Eu tô com você. Fica aqui em casa o quanto de tempo você quiser.

- Malu eu não consigo entender o porque do joão ter feito isso, sei que nossa relação não era uma das melhores do mundo mas, eu o amava muito e ainda amo sabe, vou levar um tempo pra processar tudo que aconteceu hoje...

O clima no local não era dos melhores palhares tremia cada vez mais o garoto estava em um estado de negação inconsolável, por mais que a menina tentasse ajudar ela sabia que não iria adiantar muito.

Malu se levanta e vai até a cozinha pegar um calmante, ela estava nervosa a ponto de levar o menino para o Hospital.

- Pedro, bebe esse remédio. - ela volta ao quarto com um copo de água e um comprimido.

Pedro sem pensar duas vezes engole o remédio e começa a se acalmar. - Vem cá meu anjo. - Malu diz o abraçando. - você quer alguma coisa? Tá com fome?

- Não, obrigado... só quero descansar um pouco. - ele seca as lágrimas que ainda escorriam em seus olhos.

- T-tá bom. Vou na sala, qualquer coisa estou por lá. - Malu apaga a luz do quarto e sai, deixando Pedro mais a vontade.

[...]

02:56 da madrugada...

- Jão... Jão... - Pedro estava sonhando enquanto gritava o nome do garoto.

- PEDRO!? - Malu abre a porta correndo preocupada com o garoto - Você está bem?

- Aí... merda! Desculpa Malu. - Suas bochechas coram. - Eu não queria acordar você.

- Calma. - A menina ri. - Tá tudo bem. Volta a dormir, é de madrugada.

- Pode deixar. - Assim que ela fecha a porta do quarto, Pedro volta a pensar em João...

- Eu... e-eu já estou com tantas saudades, e a sua blusa do taz onde ela está agora? As minhas roupas dentro da minha mochila sentem falta do seu cheiro viciante.

Pedro abraça o travesseiro até o próximo dia. Desejando e querendo João deitado naquela cama ao seu lado. Ele adormece.

[...]