O começo de uma Obra de Arte

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[Liz]

Acordei em sobressalto, com o coração a bater descontroladamente. Olhei em volta do quarto e percebi que estava no meu dormitório da UA. Ainda nervosa, decidi levantar-me e caminhar pelos corredores para clarear a mente.

Eu estava andando pelos corredores escuros e silenciosos da UA, era suposto eu ter ficado no High Alliance a essa hora mas eu não estava muito afim, os corredores estão vazios e quietos, apenas sendo iluminados pela luz das janelas.

Viro e entro em outro corredor, o corredor está escuro e silencioso, como os outros, com apenas o som dos meus passos ecoando no ar. As portas das salas de aula estão fechadas e as luzes apagadas, dando a sensação de que sou a única pessoa acordada na escola.

Caminhei sem destino, deixando os meus pensamentos vagarem livremente. Aos poucos, a minha respiração começou a acalmar e comecei a me sentir bem mais calma.

À medida que ia andando no mesmo corredor, me aproximando do fim do mesmo em plena escuridão, escutei um barulho familiar vindo da sala de artes:
pincéis raspando contra uma tela, e logo depois batendo entre si.
Coincidentemente, a sala de artes é um dos meus lugares preferidos na escola e também é um bom lugar para esvaziar a mente, olhei para a porta que estava encostada, hesitei por um momento antes de empurrar a porta da sala que já estava semiaberta, respirei fundo e decidi entrar.

– "Achei que era a única que vinha aqui, principalmente nesse horário" – pensei para mim mesma

Lá dentro, a luz fraca do reflexo da luz que adentrava pela janela iluminava um garoto de cabelos loiros e postura relaxada, que estava concentrado em sua pintura. Não consegui evitar um sobressalto de surpresa ao reconhecer Bakugou, o temperamental e explosivo da minha turma, que por azar do destino, sempre esteve na minha turma todos os anos, desde a creche até aos dias de hoje.

– "Quem diria que o explosivo poderia se interessar por arte" – pensei, achando que estava alucinando devido aos cansaço.

Ele também pareceu surpreso ao ver-me, mas logo se recuperou.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou ele em um tom mais calmo do que o normal.

— Gosto de pintar nos tempos livres, e não estava conseguindo dormir, escutei um barulho vindo daqui de dentro e fiquei curiosa, nada mais além disso — Digo indo na direção de um cavalete que fica do lado de uma janela, meu lugar favorito.

Depois de um breve momento de silêncio, ele voltou a se concentrar em sua pintura, e logo comecei a minha.

— Você não devia estar no seu dormitório não? — me virei pra trás pra olhar pra ele, pois ele estava sentado no cavalete que estava na minha diagonal.

— Você deveria estar também, e adivinha? Ambos estamos aqui — Ele me retrucou.

Acenei com a cabeça e soltei uma risadinha.

— Você tem razão, você tem razão — Digo levantando as mãos em sinal de rendimento, enquanto segurava o pincel na mão direita.

— Parece que tem outra pessoa que gosta dessa vista — Ele disse assim que percebeu que eu havia me sentado do lado da janela.

— É bonita, principalmente de noite — Respondi desviando o olhar da pintura e olhando pra vista por alguns momentos.

— Tem outros lugares por aqui na cidade que tem vistas bonitas, cada uma mais bonita do que a outra — ele ficou calado por alguns e logo terminou a frase — você deveria sair um pouco e ver algumas.

Ele disse acenando com a cabeça para um prédio que ficava dentro do campo de visão da janela.

— Bakugou, você sabe que eu por moro aqui né? Eu provavelmente já vi todos os lugares que tinha de ver— Respondi à sugestão dele.

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