A perfeita imperfeição

Os Arrepios da Arte

[Liz]
Acordei a meio da noite, ao abrir os olhos, senti um arrepio percorrer meu corpo. A escuridão do meu quarto era completa, com exceção de uma luz verde fraca que vinha de algum lugar desconhecido. Olhei ao redor, tentando identificar a fonte daquela luz, mas não consegui encontrar nada que pudesse explicá-la. O silêncio era total, talvez todos já estivem dormindo.

Levantei-me da cama com cuidado, tentando não fazer barulho. Enquanto caminhava pelo quarto, senti o frio do chão nos meus pés descalços. A luz verde parecia manter-se mesmo quando eu movia, como se ela viesse atrás de mim ou simplesmente não fosse refletida por algum objeto, ou seja, não era possível ver de onde vinha ou o que era.

Foi então que notei algo estranho: a janela estava aberta, mesmo que eu tivesse certeza de que a tinha fechado antes de dormir. Uma corrente de ar gelado entrava pela abertura, fazendo as cortinas se movimentarem suavemente.

Meu coração começou a bater mais rápido. Senti uma mistura de medo e curiosidade me invadir enquanto me aproximava da janela para fechá-la. Foi quando percebi que algo se movia atrás de mim. Parecia uma sombra, mas não consegui distinguir exatamente o que era.

Fechei a janela rapidamente, sentindo uma ansiedade momentânea. Olhei novamente para o meu quarto, mas eu estava sozinha, não havia mais ninguém ali além de mim <<ou pelo menos era isso que eu pensava>>. Tentei acalmar minha respiração e meu coração, mas a sensação de medo continuava a me incomodar.

Ao olhar em minha volta fiquei confusa quando percebi que o quadro que eu estava fazendo na noite anterior não estava mais na minha frente. No lugar, havia um novo quadro que eu nunca tinha visto antes. Ele parecia ter sido feito com a minha técnica, mas eu certamente não tinha feito aquele quadro, mas eu não conseguia entender como isso era possível.

O quadro era estranho, com tons escuros que formavam uma imagem que eu não conseguia decifrar. Tentei me aproximar para ver melhor, mas quanto mais eu olhava, mais confusa ficava. Parecia que a imagem mudava ligeiramente a cada vez que eu piscava os olhos, o que me deixava ainda mais intrigada.

De repente, comecei a sentir uma sensação estranha, como se algo estivesse me observando. Olhei ao redor, mas não vi nada fora do comum. Foi então que notei um detalhe ainda mais estranho: o quadro parecia estar vibrando suavemente, como se estivesse vivo.

Senti outro arrepio percorrer meu corpo e tentei me afastar do quadro, mas parecia que ele estava me seguindo com os olhos, mesmo que não tivesse olhos. Era como se a imagem estivesse ganhando vida na minha frente ou já estivesse viva e eu apenas não tivesse percebido antes.

Decidi que era melhor ir pegar um copo de água e talvez um pouco de ar puro, provavelmente estava vendo coisas por causa do sono. Ao me afastar, a sensação de que algo estava me observando não foi diminuindo como eu imaginei. Quando finalmente me aproximei da porta, ela trancou-se automaticamente.

—"Isso só pode ser uma pegadinha do Iron!" — pensei enquanto tentava abrir a porta euforicamente.

— IRON, ABRE A PORCARIA DESSA PORTA! ISSO NÃO TEM GRAÇA! — Gritei, porém não ouvi resposta nenhuma.

Olhei novamente para o quadro, tentando entender o que estava acontecendo. A imagem ainda era um mistério para mim, mas eu tinha certeza de que aquilo não era normal. Fiquei pensando no que poderia ter causado aquela mudança repentina, mas não cheguei a nenhuma conclusão.

Eu tinha fechado a janela, mas mesmo assim a temperatura continuava extremamente baixa, o que me deixava com uma sensação estranha. No entanto, eu não me importei com o silêncio, acho que o silêncio era o menor dos meus problemas atualmente.