Aurora Bragança
Eu olhei fixamente para o enorme copo de cerveja à minha frente, ciente de que já era tarde. No bar, só restávamos eu e mais dois homens. Os copos vazios aspiram a se acumular na minha mesa, sinalizando a minha necessidade de beber ainda mais. A briga com meu pai continuou a martelar em minha mente, e eu senti que a bebida era a única forma de aliviar essa dor.
...
Quando minha consciência já estava quase comprometida, tomei a decisão de retornar para casa. Com o pouco de sanidade que me restava, peguei um pequeno saco de tecido e joguei sobre o balcão, fazendo com que as moedas de ouro se espalhassem rapidamente pela superfície. Eu esperava que aquilo fosse o suficiente para cobrir o valor das bebidas que consumi.A porta do bar rangeu saí por ela, encarando a rua à minha frente. Ao longe, pude ver o castelo com algumas luzes acesas, mas a escuridão ainda prevaleceu. A estrada estava sem iluminação, exceto pela luz da lua. continuo a caminhar, sentindo como se meus pés não estivessem realmente tocando o chão. Perdi o controle sobre meu corpo. Por que eu tinha bebido tanto? As ruas estavam desertas, com apenas alguns bêbados jogados em frente aos bares. Eu me tornara mais uma pessoa embriagada tentando desesperadamente chegar em casa.
Não tinha ideia de que o bar ficava tão distante da minha casa. Agora eu começava a recuperar a consciência do que tinha feito. Minha cabeça latejava, sentia náuseas e tudo o que eu queria era dormir e acordar bem. Ansiava pela minha cama.
Senti a ânsia ficar mais forte, o vômito subiu pela minha garganta e eu vomitei no chão sujando os meus pés, a pequena luz de fora da loja que eu estava em frente iluminava o estabelecimento percebi que havia um coberto então me joguei ali mesmo, eu iria passar mais uma noite bêbada na rua.
Na manhã seguinte:
Escutava os passarinhos cantando, a luz começou a ficar forte e incomodar os meu olhas, as pessoas passavam pelas ruas provavelmente indo trabalhar, alguns adolescentes iam juntos para a escola, a manhã estava ensolarada.
Levantei apenas o meu tronco, e tudo começou a girar fechei meus olhos com força, assim que a tontura passou abri os olhos lentamente, quando abertos por completo eu me assustei, havia uma mulher parada em minha frente, ela me olhava curiosa tinha uma pasta com alça atravessada no seu corpo, ela era velha, provavelmente tinha uns 65 anos.
A mulher inclinou o seu corpo para frente e disse:
- Olá, não acha que está dormindo no lugar errado?- Olhei-a confusa, ela novamente disse.
- As princesas geralmente dormem em grandes camas, com cobertores de cetim vermelho. O que faz aqui?- Logo lembrei da noite passada, eu havia dormido na rua.
Me levantei rapidamente e limpei minha roupa.- Me desculpe, não era minha intenção ficar em frente a esse lugar.
- Sem problemas, o que acha de entrar? Irei fazer um chá, a sua cara está terrível.
- Eu aceito.
A mulher na minha frente abriu um zíper de sua pasta e tirou uma chave, ela colocou na fechadura e girou a maçaneta, a senhora empurrou a porta e o sininho fez barulho, aquele som fez eco na minha cabeça e eu fechei os olhos, ainda estava meio zonza.
Observei o local, estava uma bagunça! Havia enormes prateleiras com livros, grandes mesas com mais livros e papéis espalhados por todas parte, vi a mulher fechar a porta atrás de mim e colocar a plaquinha escrito "aberto".