Girl with no name

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- E então, qual é o plano de vocês? Vocês sabem que vão ser pegos, mais cedo ou mais tarde, vocês vão ser pegos e eu vou pra casa. - Ela disse enquanto eu a arrastava para os fundos do banco pelo braço. Sorria ironicamente mesmo naquela situação.
- Se você não quiser se machucar é melhor ficar calada. - Louis bufou.
Eu apenas escutava, tinha certa opinião, mas eu sentia que era capacho. Sim, somos amigos. Sim, eu colaborei tanto quanto ele. Mas eu realmente gosto de pensar que ele é o cérebro da equipe, enquanto eu sou força. Arrombamos uma caminhonete preta que estava estacionada o mais próximo dos fundos do banco o possível. Louis se encontrava no banco do motorista, já eu e a nossa "cria" estávamos no banco traseiro para não chamar atenção e também impedir que haja qualquer tentativa de fuga por parte dela. Eu procurava por mordaças na mochila que trouxe.
- É sério que você vai por essa mordaça na minha boca mesmo eu estando calada? Vocês com certeza não são profissionais. -Louis a encarou pelo retrovisor e ela completou: -Pelo menos ele não é. - Disse me olhando. Encarei o teto do carro, desviei meu olhar para o chão e ri ironicamente.
- Eu concordo - Disse Louis, com seu mais recente sorriso no rosto após o incidente com a polícia.
- Eu posso saber pelo menos o nome dos meus sequestradores? - Assisti ela imitar um sinal de aspas com as mãos enquanto pronunciava a última palavra. -Tudo bem, mas eu vou ser obrigada a apelidar vocês. Humm.. Que tal Bonnie e Clyde? Você seria a Bonnie. - Disse apontando para mim- E o seu parceiro ou "namorado" o Clyde.
- Ele não é meu namorado! - Eu Louis falamos em coro. E todos no carro começaram a rir.
- Louis e Harry. - Eu disse apontando primeiro para ele e depois para mim.
- A propósito, meu nome é...- Cortei ela no meio de sua fala.
- Não precisamos e não queremos saber. - Vi uma expressão de raiva se formar em seu rosto.
Finalmente chegamos a um prédio que ficava bem distante da cidade. Foram 2 horas num carro com aquela garota tagarela. Guardamos os sacos de dinheiro em mochilas e eu guardei de volta as mordaças que nem foram utilizadas no final. Louis pegou a mão da garota-sem-nome e entrelaçou seus dedos nos dela pretendendo fingir que ela fosse sua namoradinha ou coisa assim para que o porteiro não notasse nada estranho. Entramos no elevador e ele apertou no oitavo andar. A cobertura. Claro, Louis sempre gostou do bom e do melhor, por que agora iria ser diferente? O elevador parou no terceiro andar e a porta se abriu, um casal de idosos adentrou o elevador. Não paravam de fitar nossas mochilas. Encarei a garota-sem-nome e sua expressão não era boa. Louis também percebeu isso e a beijou. O casal de idosos os observava atentamente. Engoli seco tentando não ver aquela cena. Quinto andar, o casal desce e o elevador se fecha com nós três outra vez.
- Mas que porra cara!! -Falei furioso. Não sei porque estava assim, mas ele não precisava ter feito aquilo. Ele fez por simples e puro prazer. A garota começou a rir. Louis soltou a mão da mão dela e permaneceu calado até chegarmos no oitavo e último andar.
Havia um único apartamento, Louis retirou um cartão e deslizou pela "fechadura" da porta. O lugar era realmente luxuoso. Entramos e Louis trancou a porta. A vista também era uma das mais belas que já tinha visto. Haviam três quartos no apartamento. Um deles se encontrava atrás de uma enorme parede espelhada falsa. Era lá que a garota-sem-nome ficaria. Levamos ela para seu cômodo "particular" e trancamos. Eu e Louis nos instalamos cada um em um dos quartos tão luxuosos como o resto do local.

Stockholm syndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora