Drugs

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Eram apenas oito da noite e eu já estava derrubado. Arrastei minha própria carcaça até o meu cômodo e tranquei a porta, não queria que ninguém me acordasse antes de eu conseguir me recuperar daquela terrível sensação de fadiga. Me atirei na cama e no mesmo instante alguém abriu a porta do banheiro. Era Karen. Ela saiu enrolada com uma toalha e meia olhos apenas caminhavam com ela. Tentou abrir a porta, mas como eu já sabia estava trancada. Me levantei dando uma risada bastante sarcástica e puxei a chave do bolso. Quando ia abrir a porta, senti sua mão gelada tocar meu bíceps. Sei que vou parecer uma garotinha por admitir isso, mas aquilo me fez ficar um tanto arrepiado, não porque eu tenho sentimentos por ela nem nada do tipo, mas porque foi algo totalmente inesperado. Sim, claro que havia atração física, especialmente naquele momento. Me virei e encarei seus olhos castanhos brilhantes. Não pude conter meu desejo, eu beijei-a. Abri os olhos e vi os olhos dela escancarados, estava mais que claro que eu havia assustado a garota. Uma de minhas mãos segurava sua bochecha e a outra habitava a curva de sua cintura. Paro de beijá-la. Encosto nossas testas e sinto sua respiração ofegante, sei que a minha não está diferente. Eu havia parado de beijá-la, mas não por minha vontade, porque eu não queria assusta-lá, não queria que ela achasse que eu era igual à Louis, que queria somente me aproveitar dela e, pelo que eu sei, se ela quisesse me dar um tapa na cara, já teria feito. Volto a beijá-la. O beijo dela era como uma droga e eu fiquei viciado no mesmo instante que provei. Desta vez ela retribui muito mais do que da primeira vez. Consigo sentir seus batimentos cardíacos aumentarem cada vez mais.
Acabo me empolgando e batendo as costas dela na porta. Droga. Fez um tremendo barulho, me pergunto se acordamos Louis. Passos. Aí está a resposta. Karen se senta na cama e evita me olhar nos olhos.
-Preciso de roupas. - Foi tudo o que ela disse.
-Certo. Humm- Disse enquanto remexia minhas gavetas recém bagunçadas. Escolho um moletom do Manchester United, já que estava um pouco frio aquela noite.
-Obrigada. - Ela disse entrando novamente no banheiro para se trocar, lembrei de algo importante é joguei também uma calcinha para ela.
-ECA! De. Quem. É. Isso? - Ela disse pausadamente com a calcinha na ponta dos dedos.
- De uma amiga. Não se preocupe. Foi lavada. - Ri da situação constrangedora em que ficamos. - Prefere que eu empreste uma cueca minha? Ai já não poderei confirmar quando foi lavada pela última vez.
- Passo. Vou ficar com a calcinha de uma desconhecida mesmo.- Disse pondo-a. - Eu acho que eu vou indo. Obrigada. De novo.
-Isso ta virando clichê nosso. - Brinquei

Stockholm syndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora