LEONARDO LINHARES

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Aquela noite foi um tormento, eu fechava os olhos e a via subindo o altar, mas o sorriso que eu vi em seu rosto não era o mesmo que ela me mostrava, seus olhos demonstravam brilho e felicidade, eram puro amor e esse não era o olhar que para mim ele dava.

Foi uma noite toda em claro, aquela dor de cabeça estava insuportável e nem beber eu conseguia, andei por todo o apartamento e me senti um idiota, principalmente por eu saber que enquanto eu estava ali remoendo e vivendo as minhas dores, os dois deviam estar fazendo amor e aproveitando os dias que antecediam o casamento.

Alguns dias se passaram, foram dias atolados de reuniões e de trabalho e chegamos ao dia da tão aguardada viagem para São Paulo, pela manhã eu tomei café ainda no apartamento, Marisa sempre chegava cedo mais eu nunca tomava café em casa e hoje ela me pareceu até surpresa em me ver sentar à mesa.

A minha esperança é de que eu consiga descansar alguns dias após o término desse curso, preciso ficar mais um tempo longe.

– Bom dia Senhor.

– Senhor não Marisa, só Leonardo. Hoje tomarei café antes de sair, acabei tendo uma noite ruim e eu preciso de um café bem forte para segurar esse dia!

Marisa maneia com a cabeça e logo começa a servir a mesa.

– O senhor vem almoçar? Pergunto para saber se preciso preparar algo...

A mulher fala nervosa após eu lhe olhar curioso com a sua pergunta.

– Hoje eu não venho, tenho muito a fazer e no final da tarde estarei indo para São Paulo e só retornarei na semana que vem. Só preciso estar em uma reunião logo mais e planejar uma viagem que farei ainda neste mês! – Respondo já terminando o meu desjejum.

— Eu já estou de saída Marisa, separei algumas coisas e deixei sobre a minha cama. Por favor, as passe e organize em minha mala colocando junto os pares de sapatos que eu também deixei separado! — Falo me levantando logo em seguida e saindo de lá.

Não demoro a chegar no prédio da DAVIS, passo pela portaria e como de praxe estou de óculos escuros e assim que passo pelas meninas que ficam na recepção dou um sorriso para elas que se derretem em sorrisos e elogios logo cedo.

Sorrio e caminho até o elevador, quando a porta ia se fechando vejo Alice caminhando em direção ao elevador e aperto o botão para que a porta se abra novamente.

— Bom dia Alice!

— Bom dia senhor Linhares, hoje o dia será cheio para nós! — Diz a garota que hoje por algum motivo está sorridente.

— Está animada hoje, Alice! — Digo também sorrindo.

— Estou senhor, esse curso vai ser muito bom e conhecer São Paulo mesmo que seja pouco também vai ser bom! — Entendi agora o motivo da Alegria de Alice.

— Você não conhece São Paulo? — Quando termino d fazer a pergunta, a porta do elevador se abre e nós saímos indo em direção a minha sala.

— Não senhor, ainda não havia tido uma oportunidade!

— Será uma boa experiência Alice!

Falo entrando na minha sala e ela fica para trás em sua mesa, eu me sento em minha cadeira e alguns minutos depois Alice bate na porta e anuncia a entrada de Jéssy, e eu fui pego desprevenido, eu não esperava pela sua visita hoje.

— Bom dia Léo! Como está? — Ela diz ao entrar e eu me levanto para cumprimentá-la, mas como sempre ela também está acompanhada do seu cão de guarda, Santiago que anda atrás dela o tempo inteiro agora como um cachorrinho.

— Olá, sejam bem vindos! Estou bem, minha querida, e vocês? — Respondo no plural para que não precise cumprimentar Santiago em individual.

— Estamos bem, vim apenas assinar alguns papéis e Santiago como sempre insiste para que eu visite os setores para ver como tudo anda. — Fala Jéssy e eu consigo ver em seus olhos que ela gostaria de falar algo, mas não com a presença dele

— Oh sim, e você não está errado Santiago! Mas fique tranquilo que eu tenho feito o meu melhor, desde sempre. — Falo, direcionando a ele a minha resposta e eu o vejo travar o maxilar.

— Nós sabemos disso, e agradecemos! — Santiago diz isso fazendo parecer que eu sou apenas um funcionário.

— Ora, não me agradeça! Isso tudo aqui, também é meu — Falo sorrindo e voltando a me sentar na cadeira onde tem uma placa de CEO.

— É sim, é tudo nosso Léo! — Jéssy fala e eu consigo ver o beliscão que ela dá em seu querido noivo.

— Já que está tudo bem por aqui, nós já podemos ir querida? — Pergunta Santiago sério e sem mover os seus olhos dos meus.

— Podemos Santi. Até mais Léo, me atenda quando eu ligar!

— Claro! Até mais.

Eles saem da minha sala me deixando ali desconfortável e sem nenhum resquício do bom humor que eu carregava comigo antes de eles passarem por aquela porta.

Me levanto arrumando o meu terno e saindo da sala em seguida, Alice caminha comigo até a sala de reuniões e a reunião era mais técnica do que qualquer outra coisa. Terminamos rapidamente e eu volto até a minha sala seguido por Alice.

— Alice, você está dispensada! Pode ir para casa organizar as suas coisas para a viagem. — Falo sorrindo para ela que está em pé à minha frente.

— O senhor tem certeza, não irá mais precisar de mim?

— Tenho sim Alice, à propósito eu irei de Uber para o aeroporto. Nos encontramos lá, às quatro da tarde, ok?

— Sim senhor, até às quatro!

Alice sai me deixando ali sozinho e eu fico por apenas mais alguns minutos, não me preocupei em fazer reservas de hotel por já termos um apartamento à nossa disposição bem próximo do local do curso. E será lá que ficaremos!

NOS BRAÇOS DO MEU CHEFE - LEONARDO E ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora