ALICE FORTUNATTO

14 1 0
                                    


Trabalhar na DAVIS se tornou um sonho para mim desde que eu entrei na faculdade, eu curso administração de empresas em uma faculdade particular e poderia sim ser na pública, eu não curso na Universidade Federal pois seria bem complicado para mim cursar lá, já que eu moro para um lado e trabalho para o outro.

A sede fica bem longe e eu moro no Méier, seria bem complicado esse trânsito e por isso eu decidi pela faculdade particular. Consegui um estágio em uma empresa bem pequenina, mas quando surgiu uma oportunidade eu corri na DAVIS e por sorte consegui uma vaga de secretária no setor administrativo, não era bem o que eu queria, mas está melhor do que antes. Moro com a minha avó, minha mãe faleceu quando eu tinha doze anos e o meu pai nunca soube quem é. E para falar a verdade, nunca fez falta! Mas depois do falecimento do meu avô e em seguida da minha mãe, as coisas ficaram complicadas e mesmo com a pensão que a minha avó recebe e o meu salário, as coisas ainda andam um tanto apertadas, e ainda não sei bem como fazer para resolver isso.

Por causa da distância, eu saio todos os dias antes do sol esquentar e assim poder chegar cedo no trabalho. Mas nem sempre consigo, de carro é bem rapidinho mas de ônibus é demorado e isso quando eu consigo pegar um ônibus tranquilo.

Hoje tem uma reunião importante com a equipe técnica de marketing e no final da tarde irei para São Paulo para um curso junto com o meu chefe, e eu saí de casa muito apressada e nem tive tempo de tomar café.

Saí quase correndo, mas não deixei de ouvir a minha avó gritando.

– Sua maluca, você nem tomou café! – Grita dona Ruth e eu sorrio andando rápido.

Consigo chegar no horário certo, e quando me aproximo do elevado encontro meu chefe que segura a porta do mesmo para que eu possa entrar e subir junto a ele.

Agora eu entendi o por que dos sorrisinhos bestas das meninas da portaria quando entrei, elas babam por ele e ele nem mesmo da bola para nenhuma delas. Tivemos uma breve conversa dentro do elevador e quando chegamos ao andar ele segue para dentro de sua sala e me sento em minha cadeira, pois eu tenho uma lista de tarefas enormes para hoje.

Estava concentrada na agenda da viagem quando fui surpreendida com a CEO parando em frente a minha mesa junto ao seu noivo e eu me levantei rapidamente.

— Bom dia Alice, Leonardo já chegou? — Ela pergunta assim que os nossos olhos se cruzam e eu sorrio antes de responder.

— Olá senhora, bom dia! Sim, irei anunciá-los. — Caminho em direção a porta do escritório do senhor Linhares e anuncio a CEO e a cara que ele faz não é das melhores.

Me retiro de lá assim que eles entram e volto para a minha mesa, mas como o esperado eles não demoram e logo saem. Alguns minutos depois, o senhor Linhares sai da sala e eu o acompanho até a sala de reuniões.

Durante a reunião eu pego meu telefone e ligo para a minha avó, eu havia esquecido literalmente de arrumar a minha mala e não sei se vou demorar aqui hoje e não posso viajar sem levar as minhas coisas.

Ao terminar de falar no telefone, eu fico na reunião que logo termina, saem todos conversando da sala de reuniões, mas o meu chefe está ainda com uma bela carranca. Chegamos na sala dele e sou surpreendida.

Ele me libera e avisa que irá de Uber e que me encontrará lá, eu nem acredito que vou poder sair mais cedo hoje. Estou a dias sem dormir direito e descansar um pouco antes da viagem seria muito bom.

Pego uma van que sempre passa próximo ao horário do almoço numa esquina ali perto e quase meia hora depois eu consigo chegar em casa.Assim que passo do portão sou recebida pela minha avó, com toda a alegria que a dona Ruth tem dentro de si.

— Minha menina, voltou cedo hoje? — Ela diz ao abrir a porta para mim.

— Sim, vovó! O senhor Leonardo me liberou mais cedo hoje por causa da viagem, e eu estou muito agradecida, tenho estudado até muito tarde e preciso descansar antes da viagem.

— Ah sim, essa bendita viagem! Fico com medo de você nesse mundão de meu deus aí, sem eu estar perto para saber o que está acontecendo. — Minha avó diz isso e sai andando em direção a cozinha e eu vou andando atrás e rindo.

— Vovó, é o meu trabalho e eu não estarei sozinha. Estarei com o meu chefe que conhece bem a cidade, me parece até que ele nasceu lá.

— Esse é o meu medo filha, é esse o medo! Os homens, não são criaturas fáceis minha menina. Observe bem e tenha sempre cuidado — minha avó fala enquanto servimos a mesa juntas e em seguida, nós sentamos para almoçar e trocamos de assunto.

Minha avó não é boba, e ela sempre percebe quando eu estou ansiosa ou nervosa com alguma coisa, e essa viagem é algo que tem mexido comigo. Ficar assim quase uma semana distante de casa sozinha em um apartamento com o meu chefe, que por acaso mexe com o meu coração desde que o conheci, não será uma tarefa tão fácil para mim.

Esse homem tem algo, não é nada físico, e eu não sei explicar, mas sinto arrepios às vezes só de ouvir a sua voz grave.. O cheiro dele é cheiro de homem forte, decidido e gostoso, e eu agradeço a Deus por conseguir ser firme em sua frente e não ser tão óbvia como as outras meninas do prédio, mas eu confesso que já soltei alguns suspiros ao vê-lo entrar em sua sala ou ao ouvi-lo chamar o meu nome. 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 13, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

NOS BRAÇOS DO MEU CHEFE - LEONARDO E ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora