**Primeiramente, gostaria de agradecer quem se dispôs a ler essa história. Às vezes tenho crises de insônia e essas epifanias surgem. Para deixar claro, a narrativa é em primeira pessoa pois acho que torna a imersão mais interessante, então não faço uso de S/N ou qualquer outro adjetivo. Quando escrevi essa história, me baseei no tempo do segundo jogo, mas sem a parte de vingança e tudo o mais. Quem se interessar, pode imaginar o Pedro, mas confesso que o Joel do jogo é quem me deixa fraca haha. Sem mais delongas, boa leitura!**
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Vejo Joel encostar seu quadril no balcão da cozinha e cruzar os braços enquanto seu olhar se encontra com o meu. Sempre que sou o foco de sua atenção, minha respiração prende por um curto período e sinto meu corpo inteiro arrepiar. Esse homem sabe o que ele causa em mim, se não ele não estaria com um sorriso de comedor de merda estampado no rosto. Volto a preparar a comida e ouço Ellie descer as escadas.
"Estou indo me encontrar com Dina, não me esperem para jantar." A garota saiu com tanta pressa que nem deu tempo de falar algo. Eu e Joel nos entreolhamos e dou de ombros me virando para frente de novo. Nosso relacionamento começou depois de uns cinco anos após ele e Ellie se instalarem na comunidade de Jackson. A princípio nossa dinâmica era baseada em trocar farpas um com o outro e compartilhar algumas garrafas de cerveja no bar. Mas depois de um tempo, uma coragem de minha parte surgiu, provavelmente induzida pelo álcool e pelo tesão absurdo que eu estava por esse homem, e o beijei.
No início ele ficou relutante, afinal eu sou poucos anos mais velha que Ellie e melhor amiga dela e ele ficou com medo do que os outros pensariam sobre nosso relacionamento. Lembro que mandei ele se foder e nossa primeira discussão foi resolvida com um belo diálogo, lê-se foda.
"Bom, espero que essa garota tenha boas intenções com Ellie." Sua fala me distrai das lembranças do passado e me viro para ele, espelhando sua postura enquanto enxugo minhas mãos em um pano de prato. Observo seu rosto e vejo que seu olhar é o de um pai preocupado. Sorrio e me aproximo de seu corpo, levando uma mão ao seu rosto, acariciando sua barba. Seus olhos fecham um pouco e ele solta um suspiro relaxado.
"Ela já é uma moça crescida Joel, e mesmo que o relacionamento, qualquer que seja ele, não dê certo, Ellie sabe como se cuidar. Além do mais, ela tem a nós. Eu a apoio nas decisões que ela tomar desde que ela não saia machucada. E você?"
"Eu só tenho medo que ela seja enganada e acabe desiludida, entende? Não quero que nada de ruim aconteça a ela."
"Eu sei, Joel. Mas vamos torcer para que dê certo, né?" Dou um sorriso leve para ele, tentando tranquilizá-lo. Sua postura relaxa um pouco, e antes que eu me vire em direção à pia novamente, suas mãos me puxam pela cintura em direção ao seu corpo. Ele me abraça e praticamente me respira, enquanto passo meus braços sob seus ombros. Joel, embora tenha se acostumado ao sossego que temos em Jackson que não há em qualquer QZ, ainda mantém seu lado protetor com todos aqueles com que ele se preocupa. Ellie diz que isso é algo já incrustado na alma dele, como um velho combatente de guerra.
