TWO

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Kinn não se surpreendeu quando Vegas o perguntou sobre Blue.

Quer dizer, homem de negócios ou não, ele ainda era um homem.
E sendo um, ele sabia que tinham tendência a serem facilmente manipulados pela excitação.

Não era como se Vegas tivesse uma vida sexual decadente, longe disso, fazia jus ao seu status de solteiro: sempre estava com os mais variados tipos de parceiros. Estes, não passavam de transas casuais de uma noite os quais iam embora logo após o dar o devido prazer.
Não era do tipo que se apaixonava, nunca havia sentido isso.

Assim como havia ensinado sobre o dinheiro comprar tudo, também o ensinaram que amor era uma fraqueza. Como em filmes em novelas quando a mocinha se apaixona pelo vilão e o torna um bom moço, Vegas não queria isso para si. Sempre o cérebro, nunca o coração.

— Somos uma equipe liberal, Vegas, quase uma família. — Kinn começa com um pequeno sorriso, Vegas sabia que não era verdadeiro. — Pra ter o Blue, primeiro vai ter que saber se ele quer ser seu.

Ouvindo aquilo, Vegas sorri de lado.
O quão fácil seria contratar um dançarino de boate para que tivessem uma noite?
Vegas sabia que essas pessoas era bem fáceis quando se tratava de conseguir algum dinheiro.

Kinn se coloca de pé e acena com a cabeça para que Vegas o siga, assim, seguindo até uma área isolada que ficava atrás do palco.
Passando pelos seguranças e pelas cortinas metálicas, Vegas e Kinn chegam a um corredor com alguns quartos onde os dançarinos costumavam receber seus clientes, mais afundo, chegam a um camarim. O particular de Blue.

— Espere aqui um momento. — Kinn fala com Vegas e logo depois adentra a pequena sala onde Pete estava. O mesmo se encontrava na frente do espelho retirando as notas colocadas em sua roupa enquanto dançava — Blue, uma pessoa quer ver você.

Ouvindo aquilo, Pete olha para o mesmo com as sobrancelhas franzidas. Geralmente quando algum cliente da boate queria 'o ver' algum outro dançarino ou funcionário ia avisá-lo, mas nunca Kinn. Não se fosse um qualquer.

— O cara que estava com você antes. — Pete concluí fazendo pouco caso ao que se volta ao espelho. — Seus clientes e sócios não me interessam.

Kinn se aproxima do dançarino o ajudando a retirar algumas notas colocadas na parte de trás de seu short e harness. Feito isso, ele pega as notas sobre a penteadeira e molha o dedo na saliva as contando com facilidade. Como de costume, ele cobra seus quarenta por cento logo os enfiando no bolso de seu blazer.

— Ouça o que ele tem a dizer primeiro. — Não era um pedido e Pete sabia disso. — Pode entrar, Vegas.

Vegas entra logo em seguida com um sorriso presunçoso no rosto agindo como um homem que sabia que conseguiria o que ansiava facilmente.
Só de vê-lo Pete tinha vontade de o socar até que o sorriso sumisse.

— Kinn já disse quais são minhas intenções, vamos falar de valores.

— Temos uma tabela de valores. — Kinn se apressa em entregá-la para Vegas sem nem ao menos dar tempo de Pete o responder.

— Sessenta e seis por um boquete, cem por penetração... — Pete começa a ler a lista em voz alta sem vergonha alguma.

A cada palavra dita por ele, Vegas sentia vontade de o mandar a merda. Se sentia sendo tratado como uma puta barata, ele queria que aquele homem desistisse.

— Só começaremos a conversar quando você acrescentar alguns zeros depois desses valores — Pete disse firme tentando não deixar transparecer seu incômodo. Kinn abre a boca para dizer algo e o censurar mas Vegas rapidamente o toma a frente com um pequeno sorriso nos lábios.

BOUGHTED LOVE × VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora