Muitos outros assassinatos ocorreram na cidade depois daquele dia, todos eles continham a arte do assassino. Algumas vezes pinturas, outras eram contos escritos com sangue, tudo muito brutal e terrivelmente perturbador. Quando penso nisso sinto até meu estômago embrulhar de tanta agonia.
Passou quase uma semana e eu já estou melhor, o suficiente para poder voltar a frequentar a faculdade. Me arrumando como de costume, escuto meu celular vibrar sobre a pia de mármore. Uma mensagem de Mina, minha amiga, aparece na tela dizendo que está me esperando na frente do meu prédio. Combinamos de ir para a faculdade juntas, ela estuda artes cênicas e eu estudo artes visuais.
Quando estou completamente pronta para ir, pego minhas coisas e tranco a porta, indo até o elevador. Mas assim que chego perto vejo que ainda está interditado. Resmungando baixo, desço as escadas e saio do prédio.
— Oi amiga — Mina me saúda com um abraço.
— Oi Mi, vamos logo, não quero me atrasar justo quando estou voltando a estudar.
Caminhamos com uma certa rapidez até o campus, realmente não queria me atrasar. De tão rápido que eu estava andando nem percebi que tinha alguém na minha frente, que, por sinal, acabei tropeçando na parte de trás dos seus pés e me estabaquei toda no chão.
— Oh, desculpe, você está bem? — o homem pergunta enquanto me ajuda a levantar.
— Sim, estou bem, desculpe por tropeçar em... — minha fala morre assim que vejo a pessoa que está na minha frente.
— Não precisa se desculpar, está tudo bem — ele diz, negando com a cabeça e com um sorriso simpático no rosto.
— ________, eu preciso ir agora, senão vou me atrasar — Mina diz e sai ligeiramente pelo corredor.
— Você tem certeza que está bem? — ele indaga.
A voz suave e calma me faz viajar em mil cenários diferentes, pensar em centenas de situações, porém na mesma pessoa, esta que nunca achei que, de fato, conheceria. Fico me perguntando de onde tiro tanto tempo para pensar em um homem tantas vezes em meio aos dias agitados que levo. E nesse exato momento estou cara a cara com esse mesmo homem, no mesmo caos que é todos os dias, mas dessa vez é real.
— Olá? Você está me escutando? — ele pergunta gentilmente, sorrindo ao mesmo tom de sua voz: doce — ________, não é? Ouvi sua amiga te chamar assim. Eu sou o Jungkook, fui transferido na segunda, mas ainda não tinha te visto.
— O-oi, é que eu estava doente, tive que me afastar por alguns dias... foi você que pintou aquilo? — digo e logo em seguida aponto para um quadro atrás dele, onde é retratado um homem com lágrimas de sangue e olhar carente — É incrível, admito que sou uma fã. De onde tira as inspirações?
Ele dá de ombros e me encara intensamente até me fazer desviar o olhar. Qual é a dele?
— Existem artistas melhores que eu, sua mãe, por exemplo, é uma deles — disse tão naturalmente como quem conta até dez.
Por fim, dando uma piscada em minha direção, desviou seu corpo do meu e saiu andando pelo corredor da faculdade. É claro que estou incrédula com aquela atitude, mas não posso negar que acabei gostando.
— Após os corpos de bandidos serem encontrados por vários cantos da cidade na semana passada, um corpo de um professor também foi encontrado nesta quarta feira, o que nos leva a questionar: Será que o assassino em série, conhecido por fazer uma espécie de "arte" após o ato, é um justiceiro ou apenas outro psicopata? Por precauções, não andem sozinhos e fiquem em casa durante a noite — diz a âncora do jornal na TV do corredor.
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Killer Art - What Am I? (Imagine Jungkook)
Фанфик"Um amor proibido dará início a algo impossível... uma pena preta, outra branca, dois mundos opostos em um só. Nascerá aquele que muitos temerão. Numa realidade onde apenas alguns tem o privilégio do ouro, este improvável fruto terá o diamante. Ele...