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Deidara sentiu seu coração apertar ao ver as máquinas quebrando tudo que havia no seu antigo bairro. Era uma cena pessima, horrível de se ver. Sentia que seu coração e sua alma estavam sendo destruídas junto com as paredes que já abrigaram centenas de histórias.

Engoliu em seco quando um dos trabalhadores gritou para que se afastasse e o ômega teve que apressar o passo para conseguir sair de perto daquele ponto. Precisava encontrar sua casinha e tirar o máximo que conseguia antes que tudo fosse demolido.

Ainda tinha esperanças dela estar de pé, de nada ter ocorrido com ela até o momento. Obito sugeriu que fosse o quanto antes buscar as coisas de valor para não ter risco de perdê-las e foi isso que fez.

E, Deus, seu pobre coração ficou aliviado ao ver que ainda não haviam começado a demolição nela. Claro, ela estava quebrada por conta da luta dos agiotas e de Obito, mas suas paredes ainda estavam lá.

Mordeu o lábio inferior e começou a colocar o que achava importante em sua mochila. Sua garganta estava seca e sua mente trazia questionamentos sobre se deveria ou não levá-las para a casa do alfa.

Quer dizer, aquilo ali, apesar de ter um valor sentimental para o ômega e seu avô, iria parecer com lixo na mansão que agora morava. Mesmo suas amáveis fotos criança com o idoso poderiam parecer desinteressantes para o moreno, simples entulhos que estragariam a imagem da cobertura perfeita.

Colocou, relutante, as fotos em sua mochila e foi atrás de mais coisas. Papéis, objetos pequenos...tudo que poderia significar muito ao seu avô. Queria tirar tudo que fez parte de momentos felizes de sua vida.

E, nesse meio tempo, deu de cara com o armário de noiva que já pertenceu a sua avó, mas que agora era a propriedade mais amada de seu avô. Era feito de madrepérola e totalmente detalhado. Bonito. Não poderia deixar aquilo ali. Era o bem mais precioso dele.

Seu avô com certeza iria querer vê-lo quando saísse do hospital. E ele iria sair do hospital e ficar feliz vendo seu precioso bem intacto.

Por isso se apressou a ligar para um caminhão de mudanças, pedindo por um caminhão pequeno só para poder transportar aquele armário até o apartamento do alfa.

Continuou catando algumas coisinhas enquanto memórias fortes lhe tomavam a mente. Realmente estava deixando aquela casinha cheia de lembranças - boas e ruins - e de amor. Seu avô ficaria tão triste quando soubesse de tudo...deidara nem sabia se tinha coragem de falar para o idoso que o local fora demolido.

Com vontade de chorar, se despediu da casa e trancou a porta, como se isso fosse protegê-la das máquinas de destruição que estavam por perto. Mordeu o lábio inferior e subiu no banco do passageiro do caminhão, finalmente começando a guiar o motorista até o apartamento de Obito.

<3

- o que é isso, Deidara? - O alfa indagou ao ver o armário no quarto de hóspedes. - que porra é essa?

Talvez Obito nunca tivesse visto um, afinal era uma peça muito antiga. Talvez ele considerasse aquilo como um lixo e mandasse para um lixão quando o loiro desse as costas.

- eu sinto muito, Obito...eu vou tirar daqui quando me mudar, mas é uma peça que meu avô ama e eu não podia deixar para trás...prometo que não vai incomodar em nada, só vou deixar aqui no cantinho, hm...

Não sabia o por que, mas mesmo que tivessem um bom relacionamento e convivência, ainda tinha um pouco de medo do moreno.

- seu avô? - Ele ainda não sabia dessa parte de sua vida.

- sim, ele está no hospital...

- certo. - ele lhe encarou de cima a baixo e então se aproximou até tocar seu rosto. - eu vou ir treinar agora. Me espere em casa e descanse bastante.

Jinx - obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora