Capítulo.1

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 O mundo era um lugar grande, Xiao sabia disso, ele reconhecia a beleza e tamanho de Teyvat, mas se fosse reconhecer aquilo, ele também teria que reconhecer sua ignorância, a falta de vontade de conhecer o mundo fora de Liyue, o desinteresse em falar com os mortais. Xiao admitiria. Ele não era a pessoa mais social do mundo.

Era quase noite, Xiao estava em um lugar vazio, solitário e praticamente abandonado, um antigo e pequeno porto de Mondstadt, longe demais da cidade para qualquer pessoa chegar aleatoriamente e próximo suficiente para ele poder vir em um dia normal.

Xiao estava sentado no fim do trapiche e observava o céu, então, de repente, um barulho ecoou na floresta.

Ele puxou sua lança e foi para a floresta.

O barulho era estranho, parecia algo na água.

Foi andando que Xiao avistou um lago, aparentemente pequeno, mas fundo.

Um humano! Pensou o Yaksha.

Ele correu até o lago e pulou.

Não houve tempo para ver quem era a pessoa, mas Xiao havia a salvado.

Não foi difícil sair do lago, estranhamente, aquela pessoa havia parado de se debater assim que Xiao a tocou, por um momento ele havia pensado que o humano havia morrido, mas já fora do lago, Xiao teve certeza que ainda estava vivo.

O Yaksha fechou os olhos para se teleportar, ele iria levar os dois para Liyue e entregá-lo a algum médico ou o que tratasse humanos, mas, o teleporte que nunca falhava, havia falhado.

— O que? — Xiao murmurou.

Cof! Cof! Cof!

O menino começou a tossir, vomitando toda a água que havia ingerido ao cair junto de o que parecia ser frutas.

— U-Ugh!

Xiao olhou para ele, o que esse garoto fez comigo? Pensou fincando sua lança no chão.

Aether não conseguia respirar em meio a tantas tosses, tudo parecia queimar, vomitar não estava sendo a melhor escolha, os gostos de frutas podres estavam voltando.

— E-Eu não... — Ele tentou dizer em meio à água e tosses que saiam de sua boca.

Se... Se tudo não estivesse escuro, pensou ele, eu não teria caído no lago...

Depois de vomitar tudo que podia, Aether colocou a mão sobre a boca e se arrastou um pouco para longe.

— Quem é você? — uma voz perguntou.

O peito de Aether acelerou, quem era aquela pessoa? Ele havia chegado em alguma civilização? Aquela pessoa o salvou?

— Q-Quem pergunta? — Aether murmurou arrastando-se ainda mais para trás.

Um suspiro é ouvido e a tal pessoa responde:

— Xiao, um Yaksha.

Aether não sabia o que era um Yaksha, era normal eles salvarem pessoas? Xiao havia o salvado, certo? O que Xiao faria com ele? O mataria? Não, seria trabalhoso demais o salvar apenas para o matar. Xiao notou que Aether não podia vê-lo? Possivelmente...

— Eu... Eu me chamo Aether. — Embora hesitante, Aether se apresentou.

— O que você fez comigo? — Xiao perguntou.

Aether não soube responder, o que ele havia feito? Nada. Pelo menos até onde sabia.

— Nada. — respondeu em dúvida.

— Por que não posso teleportar? — Xiao perguntou aproximando-se, Aether pôde ouvir os passos dele pela grama.

— E-Eu não sei...

Aether sentiu uma lâmina ser colocada contra seu pescoço e isso o fez gelar, muito mais do que havia ficado antes.

— E-Eu sinto muito! — Gritou tentando se arrastar.

Aether não sabia o que tinha feito, mas não queria morrer. Talvez pedir desculpas não fosse suficiente para aquela pessoa poupá-lo, talvez Aether pudesse entender, aparentemente ele havia tirado algo de Xiao, assim como a Deusa havia feito com ele.

— Eu juro que não fiz nada, senhor Xiao. Mas, se eu tiver feito acidentalmente, sinto muito.

Xiao tirou sua lança do pescoço do mortal, aquele garoto não parecia saber o que estava ocorrendo, parecia tão perdido quanto uma galinha em um lago de patos. Xiao não sabia o porque os olhos de Aether estavam fechados, talvez fosse o medo, era normal humanos fecharem seus olhos em uma situação de perigo, certo?

Xiao suspirou e estendeu a mão para Aether.

— Venha. — disse ele.

O garoto sentado nem pareceu notar a mão de Xiao, isso fez algumas fichas caírem.

— Eu... Uhm... Eu estou cego... — Murmurou Aether.

Xiao se deu um tapa mentalmente, humanos podiam ser cegos, ele deveria ter levado aquilo em consideração...

— Eu vou te ajudar. — Ele disse.

Xiao se abaixou e pegou a mão de Aether, isso o fez notar os dedos da luva rasgados.

— Ah! Hah... Um animal que mordeu meus dedos enquanto dormia... — Aether riu sem graça.

Xiao suspirou novamente.

— Então, senhor Xiao, nós estamos em alguma civilização? — Perguntou Aether continuando a conversa.

Uh? Então ele acha que chegou em alguma cidade? Xiao perguntou-se mentalmente.

— Na verdade não, nós estamos bem longe até.

— A-Ah... O quão longe... exatamente?

— Uns três meses, eu pude vir aqui pois tinha o teleporta, mas agora é diferente. — Murmurou com uma pequena raiva no fim da fala.

— Oh não... — O menino disse aparentemente inconscientemente.

— Ei, garoto, eu vou te levar até lá, certo?

Mesmo com Aether sendo cego, ele parou e olhou para Xiao, para o cabelo dele, mas ainda sim Xiao.

— Obrigado... — Aether disse.

Xiao agarrou o pulso de Aether e começou a andar.

Foi então que ele notou a respiração trêmula do garoto.

— Você está chorando?

— N-Não! Eu... Eu só estou feliz! E-Estive andando a um tempo sozinho e andar por aí estando cego não é muito bom! Eu... Eu só estou feliz.

Xiao não entendia, talvez não entendesse agora, nem no futuro...

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Foco mais no Xiaother e na lore em si.

Xiao: Baixinho, pode comer bastante neve, super protetor.

Paimon: Baixinha, pode comer bastante, super protetora.

Take Care - BlindAether!AUOnde histórias criam vida. Descubra agora