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Patrick Wilson on

Hoje fará sete meses. Sete meses que desisti daquilo que chamam de amor. Talvez pense que seja besteira desistir dele após um relacionamento que provavelmente não era de sentimentos recíprocos. O que importa é que eu a amava, e ela me matou por dentro, como as outras que tinha entregado meu coração. Então para não esquentar a cabeça, precisava sair de casa.

Não precisa ser um gênio pra saber como Chicago é um lugar gigante, lindo e bem turistado, mas tem um parque em específico, que tem meu coração; Grant Park. Que lugar incrível, e por absurdo que pareça não é tão frequentado, exceto no outono que é quando as árvores de flores coloridas começam a surgir.

Eu já estava a um bom tempo lá, é meu lugar de conforto, meu refúgio. Amava ver e sentir a paz do lugar, as crianças brincando de sua forma pura de ser, a sensação do vento batendo em meu rosto, o doce cheiro das flores e o baralho da água caindo da vasta fonte.

Até que uma mulher tira minha concentração. Ela se senta no banco ao meu lado, talvez nem tenha percebido minha presença, pois sentou sem ao menos tirar os olhos do livro que lia. É impossível não comentar sobre sua beleza. Sua pele clara e lisa, sua boca carnuda rosada, seus cabelos claros sacudindo ao vento, e seus olhos.. Qualquer um se perderia naqueles olhos, era como olhar para o pacífico. Me encantei ainda mais quando ela sorriu de canto com o que lia, e mostrou suas covinhas.

Fora seu corpo, que eu realmente não quero parecer desrespeitoso, mas parece que foi feito a mão por Michelangelo, e isso que eu só vi pelo vestido que usava. Eu realmente parecia um louco observando ela, mas era inevitável, aquela mulher era uma obra de arte.

Bem, qual era meus pensamentos no início mesmo? "Desesti daquilo que chamam de amor".. Pera, mas porque a comparação? Não era amor, por Deus, óbvio que não. Eu só me encantei com a beleza dela, como qualquer outro faria.

Para sair do foco da moça antes dela perceber que eu estava quase babando por ela, faço a mesma atitude e pego um livro que já sabia de cor para ler. "A Cabana" é um livro que sem dúvidas meche comigo toda vez que releio, um sonho é de ter a sensação de ler pela primeira vez.

(...)

Vera Farmiga on

Porque ainda choro por ele? Não é possível que ainda ame ele, depois de tudo que passei. Porque o conheci? Porque me apaixonei? Ou melhor, porque amar? É um sentimento que te corroe profundamente, te cortando pouco a pouco, então porque ele existe?

Chega, não irei mais chorar por ele. Sendo sincera, talvez "chorar por ele" seja uma má expressão, e sim chorar por mim. Pela forma que fui uma idiota em me submeter a tal situação, pois não foi a primeira vez, e como uma boba que sou, me desvalorizei e tentei algo que já estava desconcertado a muito tempo.

Lá estava eu, indo pro único lugar em que fico bem, me sinto leve e acima de tudo, tenho paz.

Moro em Chicago desde que nasci, e posso dizer que nenhum outro lugar daqui se compara ao Grant Park. Então, como meu porto seguro, pego um livro e vou até lá. Caminho indo até um banco sem me dar conta de mais nada, somente na leitura incrível, obra de Taylor Jenkins, sou obcecada em seus livros.

Posso ser hipócrita em dizer que o amor não deveria existir e estar lendo Daisy Jones and The Six, mas como não se perder nessas histórias? Afinal, todos precisamos de uma válvula de escape da realidade, que é o oposto do que lemos e assistimos.

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