Sentir Como Se Eu Existisse - Tristrice

Capítulo Único

Após os acontecimentos da Desconjuração, Tristan achou que era melhor que ele e Beatrice - sua namorada - dessem um tempo das missões da ordem. A primeira missão da Portinari havia sido muito maior e muito mais perigosa do que achava que seria, mas não foi isso que convenceu ele à tomar essa decisão, quando viu Beatrice beirando a inexistência não conseguiu pensar em outra coisa a não ser a segurança da de sardas.

A vida do casal estava muito boa agora. Beatrice haviam se mudado para o apartamento de Tristan e continuara trabalhando na floricultura de sua mãe, por mais que Tristan não fosse um membro totalmente ativo na ordem ele ainda ajudava em algumas missões e de quebra ajudava a namorada na floricultura. Hoje era um dos dias que estava em uma missão de varredura com Erin e Luciano.

Quando Tristan tinha uma missão Beatrice sabia que as chances do namorado coltar tarde eram altas então ela sempre tentava dormir antes de Tristan chegar.

Beatrice raramente tinha pesadelos, e quando tinha sempre se esquecia deles, e isso a frustrava.

Mas nessa noite específica Beatrice teve um pesadelo do qual duvidava que se esqueceria.

O pesadelo do dia que mais assombrava a mulher, como se fosse um flashback...

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A mais nova equipe da Ordo Realitas estava na Mansão Endiabrada lutando contra uma criatura chamada Viajante, uma criatura invisível que só era vista à olho nu quando uma câmera tirava foto dela e que se alimentava das memórias das pessoas.

Beatrice achava aquilo uma loucura. Mas não teve muito tempo para pensar sobre quando a criatura caiu em cima de si, ela parecia querer ler o passado misterioso de Beatrice e ao fazer isso ela lia em voz alta para que a Portinari ficasse ciente disso também.

Ela sabia de tudo...
Mas saber tudo é perder tudo...

Beatrice sentia como se quanta mais verdades descobria mais incompleta ela se sentia. Não fazia sentido algum... deveria estar mais completa do que nunca! Até ver como seu passado acabava.

Ela deixava de existir...

E estava abrindo mão da existência dada por sua mãe para saber disso...

Não...
Ninguém merece morrer assim...

Orpheu...
Ele estava lá desde o começo...
Seu protetor...
Enquanto vivesse ela não teria problemas...

Beatrice tentou olhar em volta na realidade para ver se Orpheu estava vivo. Conseguiu ver seus parceiros de equipe desesperados e viu seu namorado com uma expressão que misturava a tristeza e o ódio.

Precisava falar que se Orpheu vivesse ela existiria...

Juntou todas as lembranças que ainda tinha da realidade e das pessoas que a seguravam lá...

Se lembrou de Dante lendo Divina Comédia no orfanato enquanto Beatrice fazia tranças em seus cabelos louros...

Se lembrou dos momentos felizes com as outras crianças do orfanato...

Se lembrou da felicidade de sua mãe ao finalmente abrir a tão desejada floricultura...

Se lembrou de quando começou à namorar Tristan Monteiro...