1- Nasce uma chama.

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Aegon estava acostumado com sonhos horríveis, ele e seus irmãos tinham conquistado sete reinos por conta de um, mas aquilo era além de grotesco.

Seu pesadelo mostrava Visenya, indubitavelmente gravida como ele sabia que ela estava, estirada sob um altar, amarada com sangue escorrendo pernas abaixo e lagrimas e suor encharcando o resto do corpo.

Ela estava dando à luz.

Os gritos dela ressoavam pela câmara de pedra e o sangue pingava manchando o chão.

Aegon mantinha os olhos presos aos da irmã sem piscar ou poder ir até ela enquanto sua esposa gritava, os corpo espasmando e a barriga contorcendo.

Aegon não sabe quanto tempo ficou ali, mas de repente Visenya se calou, mas para o pavor de Aegon o pesadelo não havia acabado.

Os olhos cheios de pânico de Visenya se arregalaram e sua boca abriu num grito mudo que assustou Aegon mais que qualquer um dos sons que ela tinha feito até agora, no lugar do grito o que deixou a rainha foi um jorro de sangue forte o suficiente para acertar o rosto do rei que a observava paralisado ao mesmo tempo em que algo parecido com um dragão rasgava o ventre de Visenya e punha a cabeça coberta de sangue para fora.

Rhaenys apareceu aos pés do altar no segundo em que a cabeça de Visenya pendeu, os olhos arregalados sem vida.

Aegon observou Rhaenys e Visenya deixarem a câmara de mãos dadas em direção ao pós vida enquanto Aegon foi abandonado no mundo dos vivos observando o monstro se banquetear da carne de Visenya.

Aegon finalmente acordou coberto de suor e com os olhos cheios de lagrimas.

Ele precisava ver Visenya, agora.

Ele nunca se arrumou tão rápido, a urgência comendo seus nervos.

Assim que o rei saiu de seu quarto uma serva o entregou um pergaminho que havia chegado de Dragonstone durante a noite.

Visenya estava em trabalho de parto.

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Aegon nunca pensou que as paredes de pedra cinzenta de Dragonstone um dia lhe pareceriam uma câmara de tortura, mas era exatamente isso que lhe pareciam agora.

Os gritos de Visenya assombrariam essas paredes por onde ressoaram até o final dos tempos, disso o rei tinha certeza.

Aegon partiu da capital na esperança de conhecer seu novo filho assim que pusesse os pés no castelo onde nasceu, ele esperava ver sua irmã-esposa o esperando com uma carranca irritada e um pequeno príncipe nos braços, mas ao invés disso foi recebido apenas pelos gritos torturados, agoniantes e perturbadores de Visenya.

Aquilo fez com que até a alma de Aegon ficasse gelada, os gritos eram os mesmos com os quais ele sonhara.

Por mais que ele dissesse a si mesmo que era só uma coincidência cruel, partos eram dolorosos para qualquer um, Visenya não estava morrendo.

Visenya era uma mulher forte, uma guerreira experiente com uma resistência de aço, Aegon já tinha visto a mulher ferida mais vezes do que ele era capaz de contar e não seria um parto a vencer sua poderosa irmã

Aquilo era natural, Visenya não era uma pessoa que se curvava por conta da dor, sua irmã nunca reclamava, ela encararia e venceria de cabeça erguida.

The Reign Of Fire|| ASOIAF FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora