2 - Tão sombio quanto a noite

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Visenya lutou contra o desejo de chorar pela milionésima vez desde que acordou para a terrível realidade.

Ela havia perdido seu filho. Seu menino.

Mas os deuses lhe deram uma linda princesa ,um ato de sua misericórdia, sua menina, seu sangue, seu amor, seu coração, a única razão pela qual ela se mantinha respirando.

Naquele momento Visenya se sentia quebrada e com frio.

Apenas com a companhia da pequena Rhaenya num quarto grande, vazio e empoeirado.

O quarto de Rhaenys.

O lugar  sempre foi seu céu seguro, era onde ela se refugiava e despejava todos os conteúdos de seu coração, desde bobagens e frivolidades a seus maiores segredos e que agora estava vazio, como tudo mais a sua volta.

Rhaenys fazia mais falta do que o oxigênio as chamas.

Rhaenys sempre a ouvia, quando possível aconselhava, quando não, a abraçava, chorava com ela, sorria com ela, tudo que elas faziam era compartilhado, nunca houve um mísero segredo as rainhas.

Elas eram irmãs, por acaso, amigas por opção, parceiras por destino e esposas por amor.

Se Rhaenys estivesse com ela agora estaria com Rhaenya nos braços cantarolando alguma melodia enquanto exultava felicidade por cada poro.

Rhaenys sempre quis ser mãe de uma menina.

Já Visenya nunca quis ser mãe, agora que era sabia que não existia nada no mundo que ela amaria mais que aquela linda e pura criança.

Rhaenys queria uma linda princesa, uma garotinha que ela pudesse cuidar como uma flor, linda e delicada como ela mesma era.

Mas mesmo assim Rhaenys nunca mostrou uma só gota de descontentamento por Aenys, muito pelo contrário, tratava o pequeno príncipe tal como um tesouro a qual ela defendia com fogo e sangue como o dragão que era.

Rhaenys amava incondicionalmente seu menino.

Não só por ser sua mãe, mas porque o pequeno príncipe era realmente uma criança que inspirava amor.

Mesmo Visenya que era estóica e fechada se pegava sorrindo quando Aenys estava próximo a si.

Quantas horas ela já não havia gasto estudando com Rhaenys procurando alguma novidade que pudesse ajudar com a saúde frágil do pequeno.

Diferente do que diziam as línguas cruéis da corte a rainha Visenya amava o sobrinho e a irmã, era grata pela existência de ambos porque significava que ela não teria que passar pelo único campo de batalha que ela temia.

A cama de parto.

Mas a morte de Rhaenys a arrancou de sua zona de conforto.

Ela foi roubada de sua melhor amiga, de sua irmã, sua confidente, sua conselheira, seu sol, a mulher que ela amava.

Visenya ainda não havia perdoado Aegon por aceitar a rendição de Dorne, mas com a morte de Rhaenys e a doença constante de Aenys trouxe a luz a necessidade do rei por mais herdeiros.

O conselho foi longe o suficiente chamando-a de infértil e sugerindo a Aegon que tomasse uma terceira esposa.

Claro que Aegon trouxe as reclamações pessoalmente a ela, qualquer outro não teria saído vivo.

Aegon estava relutante no dia em que pediu para que ambos finalmente tentassem por mais herdeiros.

De início Visenya negou veementemente, Aegon já tinha um herdeiro, Aenys seria rei depois do pai, depois de alguma discussão ficou acordado entre ambos que esperariam pelo período fértil da rainha para tentar por um herdeiro.

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⏰ Última atualização: Jun 12 ⏰

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The Reign Of Fire|| ASOIAF FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora