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Desculpe, mas sou uma anti-romantica.

Odeio filmes bobos e super previsíveis em que a mocinha sempre fica com o galã. Odeio músicas melosas e, em uma discussão real sobre isso, odeio pessoas românticas. É indiscutível que noventa e nove porcento das pessoas que são fofas e românticas no começo de uma relação mostram sua verdadeira personalidade após ter conquistado sua presa. Um fato que talvez devesse ter sido publicado em alguma revista de fofoca.

Também confesso que tenho preguiça do romance. Ter um relacionamento geralmente inclui muitas etapas de conquistas das quais não sou muito fã. Flertar, dar o seu número pra pessoa ou esperar para que ela peça, aguardar pela mensagem e por aí vai... É um esforço que muita das vezes não vale a pena. Pois, por experiência própria, as pessoas raramente ficam por muito tempo.

Com o tempo elas percebem que você não tem o Q a mais que elas estão procurando, e te decepcionam. Isso quando não percebem que você é um saco ainda no primeiro encontro e fingem ir ao banheiro e simplesmente somem, deixando a conta pra você pagar. Ou, te fazendo pensar que tudo está dando terrivelmente certo e quando menos espera você é selecionada para a embaixada em Moscou. As vezes, a pessoa simplesmente te bloqueia nas redes sociais depois do terceiro encontro. Isso quando não te ofendem e te chama de sem sal e superficial na SUA PRÓPRIA CARA! Pois é, superficial.

Essas não foram as únicas vezes em que o romance foi previsível pra mim. E com o tempo aprendi que geralmente não compensa.

É por isso que estou aqui, sentada em uma das salas mais incríveis da Casa Branca... tendo que mentir para o Secretário Geral do Presidente.

— Como vai a Lauren? — Harold pergunta interessadíssimo, após eu ter inventado uma pequena mentirinha na embaixada. Não uma pequenininha, mas uma do tamanho dos meus interesses (que são enormes).

Bem, depois de Ally me contar sobre a oportunidade de ter uma vaga na embaixada de Pequim, devido a aposentadoria de Kai Muller, o último embaixador do consulado americano na capital chinesa, a mentira praticamente escapuliu da minha boca e eventualmenteeu despejei o primeiro nome que surgiu na minha cabeça.

Pode parecer estranho, eu sei, mas pensar naquela arrogante idiota era quase inevitável.

Estávamos em uma guerra diplomática desde que ela interferiu em minha apresentação do projeto de apoio ao Secretário Geral da ONU em Moscou, que queria o apoio americano para evitar um conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Na época em que nossa implicância começou, Lauren convenceu o Secretário Geral da Casa Branca de que não era o papel do nosso país intervir entre as tensões de dois países que estavam ameaçando entrar em uma guerra. O apoio do Presidente a opinião dela acabou com a expansão do meu projeto e tive que me manter em silêncio quanto a questão. Depois disso, fiz questão de declarar apoio a qualquer opinião contrária as intervenções de Lauren Jauregui no Reino Unido, nos fazendo se tornar inimigas mortais.

Acredite, depois de tantas brigas inevitáveis, pensar em Lauren Jauregui como par romântico era... bem... blé.

Um eca bem grande para esse pensamento.

O meu único motivo para soltar o nome dela foi o meu forte interesse nas sanções entre China e EUA, que me fizeram contar essa pequena mentira sobre estarmos em um envolvimento romântico apenas pelas vastas exigências do tratado dos dois países, onde eu teria que ser casada ou, no mínimo noiva ou em algo sério, para poder ser indicada ao cargo pelo próprio presidente.

Eventualmente não exitei nenhum pouco em começar esse boato sobre eu e Lauren. Só não esperava que isso tomaria tantas proporções e agora não sabia como concertar, levando em consideração que Lauren Jauregui, a diplomata do consulado de Londres, não estava nem um pouco ciente disso e com certeza iria acabar com minha raça ao descobrir que eu tinha inventado esse boato idiota.

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