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Quando desembarcamos em Londres, em um jato particular da companhia aérea presidencial, achei que minha cabeça fosse explodir. Lauren e eu passamos o vôo inteiro discutindo. Primeiro, ela queria o assento da janela direita, o meu assento, sendo que havia vários outros assentos vagos no jatinho, inclusive da janela esquerda. Ela acabou se sentando no assento do corredor, do meu lado, e considerei aquilo um ato de guerra.
Depois, discutimos sobre o nosso namoro de mentira, sobre os termos, mais especificamente.
— Tenho três regras pra isso funcionar. — Enumerei nos dedos — A primeira regra é, não podemos brigar em público. Qualquer reação negativa que formos ter sobre o que for dito, sobre o que discordamos, vai ser discutido em particular. — Listei nos dedos, e Lauren bufou.
— Mas e se for, tipo, urgente?
Camila revirou os olhos, como se fosse óbvio.
— Então mande uma mensagem, não grite comigo, não me interrompa e nunca, jamais, diga que estou errada na frente de alguém, principalmente de alguém do comitê. Casais não fazem isso. — Murmurei e Lauren assentiu, ainda a contra gosto.
— E você lá sabe o que casais de verdade fazem? — Ela me cutucou, com um sorriso irônico movendo seus lábios.
— Ha-ha, você é muito engraçada. — Debochei — Bom, próximo tópico. — Segundo, não vamos intrometer nas relações internacionais uma da outra, pelo menos não enquanto estivermos fingindo ser namoradas, não pega bem e todo mundo vai acabar descobrindo a verdade.
— Mesmo quando os projetos forem péssimos? — Lauren murmurou em indignação, e suspirei de cansaço, alongando meus braços na cadeira e olhando pela janela. As nuvens estavam escuras e carregadas, como se uma tempestade estivesse a caminho. — Quer dizer, não é como se suas ideias fossem incríveis, você sugeriu um acordo com a Coreia do Norte uma vez. — Lauren continuou gralhando, enquanto eu bufava de ódio.
Ela agia como se fosse a única que tivesse inteligência profissional, que soubesse jogar o jogo político. Ela me fazia pensar que era uma merda na diplomacia, as vezes. E eu sabia que não era verdade.
Eu sabia onde estava pisando, e não era em ovos. Meus projetos, minhas ideias eram ótimas, e por mais precipitadas que parecessem, poderiam fazer uma mudança tão grande na economia do mundo que eles não faziam ideia. Guerra comercial? Poderia ser evitada. Uma guerra nuclear então... poderia ser extinguidos todos e quaisquer confrontos futuros entre os Eua e a Coreia do Norte. Pense em quanto isso seria um avanço à globalização, principalmente quando se trata de um país que é contra a mesma?!
Esse foi apenas um dos meus projetos que Lauren interviu, e sei que isso só pode ser no mínimo inveja. Arrogante de merda, ela não é melhor do que eu!
— O que você tem contra mim? — Gritei pra ela, que pulou na cadeira, parando de falar. Encarei seus olhos verdes ciente que os meus estavam fervilhando. — Na verdade não importa, eu sei que sou boa no que faço e nada que você diga vai me fazer pensar o contrário. Então escuta só, nos vamos a todos esses funerais, vamos fazer o nosso trabalho e garantir que alcançaremos nossos objetivos, e depois disso vamos seguir nossas vidas e fingir que não nos conhecemos. — Quando percebi, meu dedo estava apontado para o seu rosto e ela me encarava com os olhos arregalados. Admito que isso me fez ficar satisfeita.
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Cemitério dos Corações Partidos
FanfictionCamila Cabello possui uma extensa rede de encontros desagradáveis, términos ruins e despedidas dolorosas. Sendo uma diplomata, sua lista de embaixadas e consulados vem junto com muitas experiências amorosas péssimas. Tantos lugares e pessoas difere...