— Você... aceita? - Questionou ao homem. Afinal, aceitara sem hesitar.
— Aceito. Preciso de um propósito novo aos meus homens e até mesmo para mim, até elaborarmos uma vingança adequada. Mas, me diga, majestade, por que um pobre como eu? Não tinha nenhum pretendendo rico cheio da grana? - Disse Tryndamere, enquanto se levantava. Era visível que já tinha se recuperado completamente, mas como?
— Dinheiro não defende uma tribo. Inteligência e força sim. - Respondeu.
— Nossa, só tinha mula? Caralho, hein... Com todo respeito. - Logo se desculpou.
Durante o desenrolar da conversa, um pensamento perdurava na mente da rainha. Como um homem que estava tão ferido e exausto conseguiu se recuperar em meia hora? Bem, isso seria perfeito, afinal, irá para os campos de batalha, e é isso que importa.
— Vá tomar um banho, você está imundo. - Disse apontando para uma porta de madeira bruta no outro lado do quarto, onde dentro, um banheiro está instalado.
Tryndamere cheirou suas axilas, e, de fato, estava podre. Podre que doía.
— Ew! - Reagiu ao próprio fedor.
Logo, adentrou o banheiro.
Ashe sai do quarto e fecha a porta atrás de si, e se senta ao chão.
— Eu... Estou noiva? - Reflete — Então, os líderes e a população vão parar de me encher o saco! Ha! - Comemorou num pulo de alegria.
Agora, só restava a rainha ir atrás de roupas limpas para o homem. Notara que estava vestindo apenas uma calça um tanto larga e pele de animal revestindo a cintura.
— Como pode, em um frio desse, usar apenas uma calça? - Pensou. — Se bem, que... Eu uso saia, mas eu não sinto frio por causa do meu domínio sobre o Gelo Verdadeiro. Ele também? Enfim, roupas! - Voltou a realidade.
Ashe perambula pelo castelo, em busca das roupas mais quentes, confortáveis e, o principal, gigantes que poderia encontrar.
— O que está fazendo? - Ameli surge, questionando a agitação da rainha.
— Preciso das roupas mais quentes, confortáveis e grandes possíveis! - Pede.
— A senhora não está gorda— Não é isso, criatura! - Logo a interrompe.
— O homem que estava desmaiado há pouco nas escadas... Me casarei com ele.
— O-Oi? - Pergunta Ameli, coçando as orelhas — Pensei que tinha dito que se casaria com um estranho.
— Mas é isso mesmo que ouviu.
— Por que?! Por que não casa com alguém de Avarosa ou das tribos aliadas?
— Você sabe como alguns dos líderes são estressadinhos. Casar com alguém da minha própria tribo, poderia ofender por eu não ter escolhido pessoas de fora, e casar com um único de fora, ofenderia as outras tribos por eu ter escolhido somente uma. Eu não quero um harém de homens, já basta um único desconhecido ao invés de me casar com dez. E outra, seriam estranhos da mesma forma.
— Eu espero que esteja certa, Ashe. - Finalizou, indo procurar as roupas solicitadas.
— Agende uma tarde com Edith, precisamos de roupas novas e cerimoniais para ele.
— A costureira do leste, certo? - Freiou as escadas, para escutar a resposta.
— É.
— Certo. - Continuou a descer, atrás primeiro das roupas.— Acho que encontrei o mínimo para que passe dois dias sem roupas novas. - Pensou enquanto olhava a pilha de roupas em suas mãos.
A jovem de cabelos prateados subiu as escadas, e então, deu três toquinhos na porta. Logo, Tryndamere a abriu.
— Eu te trouxe roupas... - Logo foi interrompida por si mesma, dando de cara com o homem apenas com uma toalha presa a cintura e o cabelo preso ao alto.
— Obrigado. Licença. - Pegou das mãos dela e fechou a porta.
Então, Ashe caminhou rápido até seu quarto, um tanto ruborizada.
Logo, sentou sobre a cama, passando as mãos sobre o rosto, relembrando o que vira.
— Não imaginei que depois de limpo, se apresentaria alguém tão... Agradável. - Pensa, enquanto relembra os detalhes do corpo do rapaz que estava amostra.
Uma batida foi ouvida a porta.
— Rainha, vamos comer! - Anuncia Brenna, já estando na hora do jantar.
— Organize mais um lugar. Temos visita fixa.
— Num me diga que é o teu noivo? - Se espanta.
— Como sabe?
— O reino todo já sabe que a rainha está comprometida e, em uma semana, vai unir os trapos!
— É mesmo...
— Bem, vou lá arrumar as coisas!
Brenna fecha a porta, deixando Ashe sozinha com seus pensamentos. Então, logo se levanta, indo chamar o rapaz. Novamente, Ashe bate na porta com o indicador. E logo, é aberta.
Tryndamere a olha, esperando que diga.
— É hora do jantar. Me acompanhe, lhe guiarei até o salão. - Disse, esperando que ele a seguisse.
O robusto homem concorda com a cabeça, fechando a porta atrás de si e a seguindo.
Um silêncio torturante se instaurou durante a caminhada, e logo foi quebrado pelo futuro rei.
— Quanto aos meus homens... Onde ficaram?
— Ficarão nas instalações do exército de Avarosa, e terão refeições de graça e treinamento, assim como o prometido. Já você, ficará no castelo.
Chegando ao salão, Ameli entrega para sua rainha um relatório do dia de ontem e de hoje para que a mesma leia durante a janta.
Tryndamere se senta ao seu lado, e as servas que também jantam aquele horário, em volta da grande mesa farta de comida.
Ashe lê em voz alta o primeiro tópico de ontem.
— "Um bárbaro nas terras de Avarosa ganha fama."
Tryndamere se engasga, olhando fixamente para Ashe. A rainha estranha a ação do rapaz, e logo volta a ler.
— "Relatos de moradores que um bárbaro recém chegado, vem desafiando os lutadores de Avarosa e ganhando em todas as vezes com uma incrível capacidade de... Regeneração..." - Ashe logo vira a cabeça para Tryndamere, que esboçava um sorriso no rosto.
— É você? - Questiona incrédula.
— Sim, sou eu! - Se orgulha.
— Com licença, rainha. Tryndamere, pode nos contar o que aconteceu até você desmaiar nas escadas do castelo?
— Bem...Mais cedo naquele dia, um forasteiro chegara com poucos homens o acompanhando. Estavam desolados, mas alí viam uma oportunidade.
— Vou batalhar com o exército daqui! Desse jeito, ganharemo o respeito da tribo de Avarosa.
— Boa ideia, chefe! - Concordou seu amigo.
— Enquanto isso, achem onde passar a noite.
Desse jeito, o grupo de homens sem seu líder, procuravam por um hotel ou algo parecido.
Tryndamere se dirigia tribo a dentro, procurando onde havia emoção. Após uma longa caminhada por Avarosa, se encontrou em uma parte de treino, onde tanto exército quanto a população poderia ficar para batalhar entre eles, mas claro, sem mortes.
Então, logo avistou um rapaz de estatura média e cabelos loiros se vangloriando por mais uma vitória.
— Você, homenzinho! Eu o desafio! - Apontou a espada para o loiro.
— Coragem a sua, forasteiro! Sou um ganhador nato.
Então, logo o combate começou. Em questão de minutos, o rapaz que antes comemorava, se encontrava inconsciente no chão frio de Avarosa.
Olhando de longe, uma figura observava.
— Esse homem tem talento! Acabou com a raça do outro.
O observador carregava consigo uma grande porta congelada, que usava como escudo. Possuia por volta de dois metros de altura, e o que tinha de altura, tinha de bigode e músculo, mas faltava de cabelo.
— Quem será o próximo? - Anunciou Tryndamere.
Uma multidão se juntou para guerrear contra o forasteiro. Uns ficaram, outros foram embora, amedrontados. Os que permaneceram, logo foram derrotados. Ele era uma máquina de guerra.
O musculoso homem derrotara todos que apareciam em sua frente. Já estava fora de si, com uma fúria incontrolável.
Então, vendo esse amontoado de plateia a redor das lutas, capitães chegaram ao lugar, desafiando o grandão para um combate. Obviamente, não recusara, e partiu para cima deles.
Então, uma árdua luta aconteceu, e não era um contra um, era um contra todos. A maioria já ferida ao chão, pedindo clemência, até que o último de pé contra ele, caiu. Mas isso não satisfez o bárbaro, não.
— Essa não... - Preveu o observador. Aquilo não teria um fim até que se acalmasse.
Tryndamere logo saca sua longa espada, planejando executar aqueles que perderam. O homem estava irreconhecíve de ódio, cego de raiva. Então, ao levantar sua espada para acabar com a vida deles, o observador toma a frente, pulando de imediato para defender os caídos com a grande porta de palácio congelada.
O bárbaro, consecutivamente, atacava a porta com sua espada por um longo tempo, cansando assim, de pouco em pouco. A medida que se cansava, a potência de seus golpes diminuia. No momento de fraqueza, o observador lança um golpe de gelo, derrubando Tryndamere.
— Obrigado, Braum! - Agradeceram, logo metendo o pé.
— Por nada!
Vendo o rapaz ali caído, Braum logo pensa.
— Ele é diferente dos outros. Ele é um guerreiro excepcional para Avarosa.
Colocando em suas costas o grande caído, Braum caminha até um bar qualquer e coloca o homem abatido, mas consciente.
— Você não é daqui, é? - Questionou.
— Não.
— Você é humano?
— Acredito que sim.
Braum coloca seu cotovelo a mesa, estendendo a mão para Tryndamere.
Se ganhar de mim, eu não o reporto para a rainha como ameaça.
— Feito.
Então, com as mãos juntas, a pequena guerra de força bruta começou. Ficaram tanto tempo na mesma posição, que nenhum lado caiu sequer um centímetro. A força foi tanta, que a mesa onde se apoiavam, que era de madeira, cedeu e partiu ao meio. Com isso, soltaram as mãos. Tinham feito merda.
O dono do local se enfureceu, e ameaçou chamar as autoridades. Correram juntos.
— Puta merda, você é forte, hein! - Gritou para Braum.
— Eu que o diga, companheiro! - Respondeu na correria.
— Eu sou o Braum!
— Eu sou o Tryndamere!
E então, se esconderam.
— Onde você vai passar a noite? - Perguntou. Porém, quando virou para o novo amigo, o mesmo desmaiara de exaustão.
Uma gritaria podia ser ouvida em frente ao castelo, onde estavam próximos.
— Estão aclamando por segurança... Ei, você! - Braum puxa alguém pelo braço.
— Braum! O que está fazendo? Venha protestar! - Tentou se soltar.
— Pelo que? - Soltou.
— Você viu que um bárbaro veio hoje e acabou com o exército? Isso é falta de segurança! Viemos as ruas para isso!
Então, uma voz alta ecoa por toda Avarosa.
— Eu já estou noiva! O casamento irá ocorrer! - Gritou Ashe da varanda de seu quarto.
— Isso aí é mentira. - Pensou Braum.
— Ah, é? E quando?! - Gritou um avarosiano na multidão.
— Se-Semana que vem! Isso! Às 19h! Haha! - Disse a rainha.
— HAHAHA! TÔ SABENDO! - Riu Braum.
Após a multidão ir embora, Braum pensou na declaração de Ashe. Ela nunca comentara com o bigodudo sobre um pretendente, muito menos sobre um dia casar.
— Já sei onde te deixarei, grandão.
Braum, após um tempo ensaiando o que diria a Ashe sobre ele, pega Tryndamere nas costas novamente e deixa sobre o chão do castelo, esperando Ashe voltar de onde lá tenha ido.
— Certo, só esperar ela, e... Um poro novo!
Braum se distraiu com um poro, e saiu correndo atrás dele.
E assim, nos encontramos com o final do capítulo anterior.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre o Arco e a Espada
FanfictionMesmos interesses, um casamento. Uma mãe de guerra precisa se unir matrimonialmente para não abdicar do trono em Freljord, seu reino. Não seria viável se relacionar com um homem de outras tribos, devido a má interpretações das tribos aliadas. Então...