Entre os Campos | Countryhumans ⚣

- Prólogo -

Para as localidades presentes na história, recomendo usar o Google Earth. Tudo que está marcado com sinais de observação (*,¹ etc), a explicação estará no final. Recomendo que leiam a cada vez que olharem os sinais que coloquei.
Obrigado e Boa leitura! — Monty

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Belgrado, República da Sérvia

O temporal podia ser ouvida debaixo do solo.

Grécia, Chipre, Turquia, Sérvia e Montenegro se viam andando pelos canais* esquecidos debaixo da grande cidade de Belgrado. Os cinco andavam em passos cautelosos, para fazerem o mínimo de barulho possível, o que funcionava, já que o som forte da chuva abafava levemente qualquer ruído daquele local.

━ Qual é a seção? ━ Turquia perguntou, fazendo uma careta ao sentir um odor pelo ar. Sérvia viu-o e soltou uma leve risada. O turco levava um walkie-talkie em seu cinto, que estava ligado ao palácio do governo, onde estavam Albânia e Macedónia do Norte, que haviam perguntado a seção para se localizarem no mapa dos canais.

Os outros países estavam fazendo a mesma investigação, mas em locais diferentes: Bulgária, Croácia e Kosovo¹ estavam investigando na Catedral de São Sava, enquanto Bósnia-Herzegovina e Roménia estavam no Kalemegdan. Chipre, na frente, junto com Grécia e Montenegro, levava uma lanterna de luz potente, que abria caminho para todos conseguires andar.

━ Trigésima Quarta (34ª) Seção, a Zemun II ━ respondeu o sérvio, abrindo um sorriso. ━ Da Área 24, no Largo 4 da região Sever.

━ Tem muito termo técnico, né? Fica um pouco difícil entender... ━ Turquia falou, dando de ombros, esperando a resposta do seu acompanhante. E o que veio foi um leve riso, novamente. O turco pegou o walkie-talkie e respondeu: ━ Trigésima Quarta Seção.

Enquanto ele respondia, Grécia andava lentamente de forma muito silenciosa. Até que, por alguns passos a frente, parou. Olhou para a esquerda, onde tinha dois outros túneis - onde em cima estavam escritos CCCXXV (325) e CCCXXVI (326) -, e para sua frente, com outros dois - onde estavam escritos CCCXXIII (323) e CCCXXIV (324). Chipre se virou com a lanterna, apontando para Montenegro, que abriu o mapa** dos canais. O caminho era a 1ª passagem da frente, o numerado 323. Antes de seguirem, porém, um barulho do exterior (acima deles) chamou atenção. Parecia faróis de ambulância, ou de polícia. Turquia chegou perto do grego e lhe entregou o aparelho.

━ Alvanía? ━ chamou o heleno pela Albânia.
━ Ela não está aqui no momento ━ respondeu a Macedônia do Norte. ━ Ela foi ver o sistema de segurança. Então, fale.
━ Pode-nos falar onde estamos?
━ Você e seu grupo estão perto ━  o macedônio anunciou, com uma tonalidade mais elevada. ━ Especificamente, abaixo do Hospital Zemun, ao lado do Parque de Zemun. Zemun, Zemun e Zemun.
━ Quanto falta até chegar ao local?
━ 2.810 metros, ou 2,81 quilômetros, se preferir. ━ O macedônio mexeu em algumas configurações do sistema ao vivo do GPS. ━ O canal vai passar por debaixo do Estádio Zemun... ━ falou, suspirando quando citou novamente o nome "Zemun" ━, e pela Academia de Polícia Criminal...
Um som abafado do que parecia ser algo caindo em algum local distante.

━ Desculpa, a chuva tá um pouco forte.
━ Está pedindo desculpa por conta da chuva? ━ brincou Grécia. O macedônio riu levemente. ━ Onde fica o local?

━ Literalmente, atrás da Academia de Polícia Criminal, em um estreito local antes do Anfiteatro de Verão, entre as árvores... Enfim, quando chegarem no final desse túnel, você e o grupo vão ver um alçapão*** revestido com folhagens laranjas... ━ Um trovão forte veio abafando tanto no local onde o grupo estava quanto no walkie-talkie. ━ Senhor, Misericórdia.
━ Ok, obrigado ━ o grego agradeceu e desligou o aparelho.

Todos estavam juntos quando começaram a se dirigir ao canal CCCXXIII (323). Do lado de fora, como todos devem ter deduzido, a chuvarada estava forte. Tanto que os barulhos, antes em um tom mediano, acabaram ficando mais altos. Ao adentrarem no outro canal, perceberam a diminuição do odor que estava frequente naquela viagem. Foi tão repentino que Sérvia não se sentiu bem, pensando no que exalaria tal cheiro. Nesse meio tempo, Chipre deu a lanterna para o heleno, que passou a guiar o grupo. Turquia, curioso, perguntou:

━ Qual é a história dessas tubulações?
━ Esses canais são antigos... ━ começou o sérvio ━, digo... "antigos". Surgiram durante a Primeira Guerra Mundial****, ou melhor, antes dela começar, como forma de melhor deslocamento das tropas sérvias. Foram usadas durante a invasão austríaca e otomana na cidade. ━ Turquia balançou a cabeça com a explicação.
Grécia somente suspirou ao ver que havia mais uma grande área a ser percorrida.

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Por fim, chegaram onde estavam pretendendo chegar.

O clima parecia um dilúvio, literalmente. O estreito campo verde estava alagado pela água da chuva, que ainda caía com intensidade. Todos presente ali já estavam enxarcados. "Revestido com folhagens laranjas...", pensou Grécia. "Vai ser impossível de achar...". A ventania estava forte e, provavelmente, as folhas devem ter voado para longe. Logicamente, seria mais fácil de achar. porém, o chão estava todo coberto pela terra que o vento havia levada para lá e outras milhares de folhas. Só conseguiam ver o verde escuro delas cobrindo o verde claro da grama.

━ E agora? ━ perguntou Montenegro, balançando as asas douradas para tirar a água presa entre as penas. Não adiantou muito. ━ Onde vamos encontrar as folhagens alaranjadas que Macedônia havia falado?
━ Eu estou tentando... ━ o grego começara a falar, porém, olhando para o lado, observou uma coloração diferente da paisagem. ━... pensar...

Ele chegou perto, e retirou as folhas que haviam caído em cima do local. Percebeu que havia encontrado a tal das folhagens. E eram literalmente folhagens, coladas uma nas outras em cima do que parecia ser uma pedra. Com a ajuda de Sérvia, conseguiram tirar a pedra que tampava o local.
No alçapão, estava escrito:

Ελευθερία! Ελευθερία!

De um jeito inesperado, uma sensação de nervosismo pareceu atacar todos os presentes.
Uma fonte ar quente saía das frestas da madeira antiga. Apesar de tentarem espiar por entre elas, não dava para olhar nada. Era simplesmente um breu.

Grécia, já mais preparado, pegou nos dois puxadores e abriu o alçapão com certa dificuldade. O vento quente ficou mais frequente, e podiam agora ouvir o som da água caindo e batendo em algum firmamento. Aquele poço tinha um fundo, e não muito distante. Não se sabia o que iriam fazer ali. Todos estavam com medo, ou melhor, em desespero. Haviam chegado tão longe... para se encontrarem naquela situação. Porém, estava claro o que o grupo não queria: voltar atrás. E mesmo que quisessem, já era tarde demais.

━ Egó boró... ━ disse o heleno para si mesmo: "eu consigo". Respirou várias vezes antes de dá o seu veredito ao grupo: balançando a cabeça, dizendo que iriam descer. Todos se aproximaram, em uma grande tensão. O grego suspirou novamente. ━ Egó boró...

E com esta determinação, Grécia começou a descer as escadas.

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Observações:
¹ - Kosovo, ou República de Kosovo, é reconhecido como país independente no tempo desta história
*, **, ***, **** - Ficção, Não existentes
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Olá meu queridos!
Gostaram do prólogo? Acho que fiz isso inspirado.
Digo que esta foi a minha primeira vez em que uma escrita de countryhumans deu tão certo do que eu achava.
Não esquecem de comentar e votar!
Obrigado por terem lido!
- Monty.