Nós - Beauany

01

Any Gabrielly🦋

_ Calor dos infernos

Chego puta em casa e jogo minha mochila no sofá

_ Que boca suja é essa, garota? Sangue de Jesus menina _ Minha tia diz incrédula e eu reviro os olhos sem ela ver

Todo dia a mesma rotina, as mesmas pessoas, eu cansei. Não posso sair, não posso mal me divertir, o único lugar bom que vou é só pra igreja e olhe lá. Morro do pia já foi melhor, melhor na época que meu pai ainda era vivo nesse caralho

_ Aí tia eu tô só o pó, lugar sem graça _ Ela me olha com tédio _ O que? Eu só vou do curso pra casa, da casa pra igreja e é assim todos os dias

_ Igreja é o melhor lugar Gabrielly, agradeça que não tá que nem essas perdidas que abre as pernas pra esses maconheiro _ Diz com desprezo _ Meninas tudo nova sendo tratadas como putas, por escolha delas

_ Por favor não vamos voltar a esse assunto... _ Digo choramingando

Toda vez é isso, basta eu começar a reclamar de algo, seja ele qual for

_ Vai tomar banho, umas cinco horas vamo na casa da irmã Neyde _ Aponta com a cabeça para o corredor

_ Ah não, aquela velha não _ nego várias vezes e sinto algo ser arremessado na minha barriga _ Porra tia, doeu _ Bastou isso para sua feição fechar

Ela respira fundo e noto o palavrão que soltei

_ Se a mãe estivesse viva ela teria vergonha de como o Paulo te criou garota _ Fala saindo de perto de mim

_ O jeito que ele me criou não interessa a ninguém não, caralho _ Murmurei da forma mais baixa possível

Peguei minha mochila e arrumei o pano do sofá que bagunçei, entrei no corredor e abrir a porta do meu quarto vendo a bagunça de roupa em cima da cama. Fiz uma careta e bufei

Abrir a janela de ferro junto com a cortina e deixei o ar natural e quente entrar, peguei o perfume jogado na cama e coloquei na parte do meio do meu guarda roupa onde ficava meus bagulho de cabelo, pele, maquiagem e o diacho a quatro, coloquei minhas peças íntimas na gaveta ao lado da minha cama e coloquei meus vestidos que vou pra igreja nos cabides

Abrir o botão da calça e subir a blusa sentindo o suor escorrer pelas as minhas costas. Rio de Janeiro tinha um sol pra cada morador, e as subidas do morro não ajudava muito não

Dobrei minha coberta e coloquei um coração de pelúcia que ganhei de um ex meu, no meio da cama. Foda-se que é presente do cara que fudeu com a minha vida, peguei apego na pelúcia e pronto

Peguei minha toalha que tava pendurada atrás da porta e fui pro banheiro ouvindo minha tia berrar algum louvor. Tranquei a porta e liguei meu celular pra colocar minha sofrencia que não pode faltar enquanto tirava minha roupa

_ Eu já perdi muitos amigos por causa de você, eu ja perdi foi muitas noites de farra. Abrir mão da minha melhor fase pra ficar grudado, e apegado em você. Se quer saber se eu me arrependo, eu não _ canto enquanto entro no box, liguei o chuveiro e soltei o cabelo sentindo a água geladinha cair _ E um beijo seu pesa mais, muito mais, que um fim de semana na boate louco. E que ninguém satisfaz, não faz, a mágica que você faz no meu corpo