Nós - Beauany

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Reta final

Josh Beauchamp

- Meu filho ainda vai ser um homão - Minha mãe passava as mãos nos meus cabelos enquanto eu comia uma fatia de bolo de aniversário da Joalin que sobrou - Calar a boca desse povo fofoqueiro, eu hein, até parece que nunca viram duas crianças se baterem, gente

- Calmo, mulher, a gente já entendeu que ele não é um vagabundo, Úrsula- Meu coroa falou e eu rir do seu tom  - Ta vendo, ele ja ta rindo, tá ótimo! - pegou no meu ombro e apertou leve - Isso que é um Beauchamp, nada abala esse moleque

- Para de falar desse jeito com o menino, eu hein- Se afastou e meu pai revirou os olhos - Joshua meu filho, não liga muito pras coisas que teu pai fala não. Tu vai crescer e trabalhar decentemente, construir tua família, ter uma esposa boa e leal ao seu lado

- Baboseira é essa que tu tá falando pro moleque, mulher? - largou a latinha de cerveja na mesa e me olhou

- Não quero meu filho nesse mundo, Ron - Já fui pegando meu prato e saindo- Essa vida que tu levava, so mulher, sexo, droga e dinheiro, deixou porque me engravidou duas vezes. Mas você mesmo cansou de me falar que isso não te fazia realmente feliz

- E quem garante que não vai fazer ele? - Parei e olhei pra eles - Se ele quiser seguir outro rumo na vida, tudo bem, assim seja, mas ninguém pode mudar caso o moleque descida seguir a vida que eu levo e que ele ver eu levando

Só carrão, um monte de gente me respeitando, poder!! Eu queria aquilo

- Eu quero comandar o pia um dia, pai - Falei animado e ele riu leve enquanto minha mãe fechou os olhos e respirou fundo antes de sair pros fundos

Nós dois acompanhou ela sumir por lá, meu pai afastou a cadeira e me chamou com a mão. Voltei pro meu lugar e me sentei, enquanto ele coçava a barba pra fazer, e me olhava

- Filhão, presta atenção, tu só tem dez anos, Josh, tá cedo pra falar o que quer ou que não quer, falou? - assenti atento - Nunca mais fala isso na frente da tua mãe de novo

- Mas é isso que eu quero, pai

- Não, tu quer isso agora, mas teu pensamento pode mudar daqui a pouco na hora que ver, sei lá, um médico- deu de ombros - Tu ver o que a gente permite tu ver, mas quando tu crescer mais, vai ver que o mundo do crime não é creme - franzi o cenho e ele riu fraco e levantou a mão pra mim bater e assim eu fiz - Te amo campeão, agora vai lá na tua mãe abraçar ela, e avisa que eu já voltei pro trampo - Levantou e jogou a camisa no ombro e arrumou o suporte na cintura

Ele era trajado, não via a hora de ser igual

Deixei meu prato na mesa e sair correndo pra laje onde minha mãe tava sentada virada pra favela e com os braços cruzados

- O mãe- cheguei chamando a atenção e ela limpou o rosto antes de virar pra mim

- Oi Josh - fui até ela

- O pai voltou pro trampo - ela assentiu - Tô indo brincar com os cara lá na rua tá? Vou soltar pipa no tucano - abracei ela rápido e saí

- Pera aí- parei e olhei pra ela - Vem cá- Bufei e voltei pra trás- Olha lá o búfalo- Olhei sério pra ela que riu e ajeitou minha camisa do Brasil- Promete uma coisa pra mim?