Passamos a próxima hora conversando, contei sobre minha família, sobre minha mãe, sobre minha faculdade, mas Logan fugia quando o assunto era ele. Se você é uma mulher solteira, sabe que é muito difícil encontrar um cara que realmente te escute. O Logan escutava. Eu tinha dificuldade em falar sobre mim, mas com ele as coisas só fluíam.
- E como você conheceu sua amiga?
- Bem, essa história é engraçada porque a gente diz que foi um encontro de almas perdidas. No primeiro dia de aula, eu estava completamente perdida no Campus, e eu tive uma crise de ansiedade que me fez sentar num banquinho e começar a chorar sem parar. Ótima primeira impressão. Eis que ela chega e diz: "você é bonita demais para chorar garota", se senta do meu lado e me dá uma barra de chocolate para me sentir melhor. Depois disso descobri que ela estava no mesmo dormitório que eu e não nos desgrudamos mais. - Lembrei daquela cena. - Agora dividimos um pequeno apartamento.
- Uau, deve ser ótimo ter amigos assim. - ele diz abaixando a cabeça.
- Aposto que você tem uma legião de pessoas querendo ser seus amigos.
- Que tipos de amigos você está falando? Aqueles que te levam para beber, transar e usar cocaína? Eu tenho vários, mas nunca alguém que me ouve chorar com uma barra de chocolate.
Ele sorri com apenas um lado da boca, me mostrando sua covinha que me deixa com vontade de lambê-la. Alguma coisa me diz que ele é mais que um rostinho bonito, e que tem mais mágoas por baixo daquela armadura. Coloco a mão em sua perna ao dizer:
- Talvez você só esteja procurando amizade nos lugares errados. Não fique triste com isso, sempre podemos nos afastar de pessoas que nos fazem mal.
- Nem sempre - ele diz, mas muda de assunto rapidamente - Se você subir mais essa mão, eu não ficarei mais triste.
Dei um tapa em seu braço e continuei olhando para ele. A multidão grita, informando que a contagem regressiva se iniciará. Me levanto animada, tentando achar minha amiga de longe. Logan se levanta atrás de mim e sussurra em meu ouvido:
- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3 - Antes da contagem terminar, ele se aproxima mais e me vira rapidamente, colocando as mãos em minha cintura e rosto, e sem dar tempo de eu pensar ele me beija.
2,1, e fogos ouço ao fundo. Mas não estou mais ali. A boca de Logan me pressiona, e seu corpo está colado ao meu. Minhas mãos avançam em seus cabelos e braços. Que braço é esse? Abro a boca, dando passagem a sua língua, e ele devora minha boca. De repente quero fugir dali e levá-lo para qualquer lugar que ele possa enfiar seu pau dentro de mim. Ele continua me beijando, mais forte, mais duro e leva uma mão a minha bunda, apertando de leve. Me sinto pegando fogo.
Sua boca deixa a minha por um segundo e eu gemo buscando ar. Eu nunca fui beijada assim, isso é tesão, duro, quente. Duro, sinto seu pau duro em minha barriga e penso que ele não deve ser nada pequeno pelo que sinto. As mãos dele estão em todos os lugares. Desço a mão para seu peito, e de repente ele se afasta, apenas alguns centímetros da minha boca para dizer:
- Feliz ano novo - ele diz colado a mim.
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Antes dele avançar em minha boca novamente, escuto um grito de uma voz conhecida demais.
- Layla! UAU, estou com tesão só de ver vocês - diz minha amiga já visivelmente bêbada, empurrando Logan e me abraçando forte. - Peraí gostoso, preciso falar com a minha amiga. Feliz ano novo, esse ano será nosso ano - ela sussurra no meu ouvido - Você vai dormir com esse cara hoje ou eu te deserdo.
Eu rio e desejo o mesmo para minha amiga, apresento-os e ela se despede e sai rapidamente. Deixando um silêncio desconfortável. O que se faz depois que quase trepa com alguém em público? Eu não sei mais, sou uma adolescente virgem quando se trata desse homem. Ainda em pé, ele sorri e diz:
- Quer dar o fora daqui?
- Achei que nunca perguntaria. - Respondo com uma coragem que nunca tive.
Ele me pega pela mão e me puxa para o estacionamento.
- Na, na ni, não. Eu super daria para você, mas eu sou hiper sedentária e trepar dentro de um carro não é exatamente bom para pessoas pouco flexíveis - balanço a cabeça.
- Calma Layla, não vamos trepar no carro, ainda - ele complementa com um sorriso safado.
- E você não irá pegar no carro, pois está bêbado e eu também.
- Já te disseram que você é muito apressada?
- Sempre – murmuro e decido ficar quieta.
Continuamos andando de mãos dadas, até sair do estacionamento, seguimos até o final da rua que possuía um pequeno morro com grama baixa. Ele me puxou, e começamos a subir em silêncio. Ao subir, ele se senta no chão e bate com a palma a seu lado indicando que devo me sentar. Me sento e pego meu celular para enviar uma mensagem para minha amiga.
- Você é daquelas pessoas viciadas em celular? - Ele indaga levantando a sobrancelha.
- Não, mas estou em um lugar com um cara que conheci há duas horas, estou mandando a localização para Sara - eu digo fazendo ele rir - O que? Eu não sou maluca, mas você sabe que mulheres têm que ter esse cuidado.
- Você ainda vai confiar em mim, Layla.
Ele segura minha mão. E me puxa para nos deitarmos na grama. O céu está coberto de estrelas, e sem uma única nuvem no céu. Era estranho estar com ele. Um estranho bom. Eu me sentia confortável, como se o conhecesse há séculos. Era fácil e divertido conversar com ele, porém eu ainda não sabia nada sobre ele. Ficamos assim, por longos minutos. Olhando o céu, de mãos dadas, sem dizer uma palavra.
- É lindo olhar o céu daqui. - Digo me virando para olhá-lo.
- Quando meus pais morreram eu fugia de casa e vinha para cá. Ficava olhando o céu, imaginando se eles podiam me ver também. Eu tinha 9 anos, meu pai era um herói para mim. - Ele continua olhando para o céu - quando você é criança ninguém te fala muita coisa, eu só sabia que eles tinham partido. Fui morar com meu tio, e um dia o escutei falando.
Ele para de falar e vira o rosto para mim. Tem algo vindo por aí, eu sinto. Seus olhos cheios de lágrimas.
- Meu pai matou minha mãe. E em seguida se matou. Sabe como é estranho sentir raiva de alguém que morreu? Você sente culpa, ódio, saudade. Ele era meu pai, e era tão próximo a mim. Ninguém nunca soube o motivo. Ele só pegou uma arma e atirou. Eu nunca vou saber o motivo, eu nunca vou poder perguntar.
Meus olhos se encheram de lágrimas, cheguei mais perto dele e o abracei, deitando-se sobre seu peito. Sem conseguir imaginar a dor dele, sem resposta, sem os pais.
- Sinto muito, Logan.
- Eu fui morar com meus tios depois disso, era uma casa grande e eles tinham quatro filhos homens. - Ele ri de forma amargurada - Sentia que estavam fazendo um favor a mim. Os filhos me odiavam. Jeff era o pior, sempre achou que eu queria tomar o lugar dele. Então de um lar amoroso, eu fui para um lar hostil. É engraçado pensar que o meu lar amoroso era onde meu pai matou minha mãe.
- Meu Deus, Logan. - Eu começo a chorar - Eu sinto muito que você tenha passado por isso. Você foi muito forte. Nem imagino perder as duas pessoas que você ama assim.
Logan me olha, agora com um leve ar de divertimento.
- Você está realmente chorando? Ei, calma, já passou, eu to bem não estou? - ele diz com um sorriso triste.
Mas não, ele não estava bem. Conhecia Logan há algumas horas, mas já conseguia notar algumas coisas. Ele usava de humor para parecer forte mas na verdade, era solitário.
- Desculpa, é que eu não consigo imaginar tudo o que você passou.
Logan faz carinho no meu cabelo e beija minha testa. Continuamos naquela posição até que meus olhos começam a pesar e eu finalmente durmo.
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AKAI ITO - Ligados pelo Destino
Roman d'amourLogan era um tubarão. Um tubarão perigoso e arrogante nos tribunais, mas se sentia sozinho como o inferno. Ele tinha dinheiro demais, mulheres demais e usava drogas demais. Até que em uma festa de ano novo, ele conhece Layla. Uma estudante de arte q...