09. unexpected discoveries

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SCARLET PETROV

   Eu estava sozinha no escritório que era dividido entre os agentes quando caminhei até minha mesa e liguei o monitor, pronta para finalmente ver se eu já tinha acesso ao sistema. E um sorriso pequeno ousou sair dos meus lábios quando sim, Miles tinha me colocado no sistema.

Coloquei o ano em que meu pai havia sido assassinado e comecei a ler caso por caso até que eu achasse o dele, e quando consegui, senti vontade de levar meu punho contra a tela por conta da frustração.

Nada.

Não tinha nada.

A única coisa que eu poderia achar interessante fora a descrição péssima, foi a imagem dos arbustos da área externa que tinha atrás da minha casa na época, onde se encolhesse bem os olhos e aproximasse da tela, podia ser enxergado alguém. Alguém com um capuz preto, onde era visível apenas um dos olhos escuros olhando na mira, e o outro fechado. O rifle apontado diretamente para o alvo. Um alvo muito fácil. Meu pai.

Talvez, eu tenha conseguido alguma coisa.

Copiei a única descrição de um único suspeito e joguei no google, lendo inúmeras reportagens sobre esse dia e o quão meu pai foi visto como o verdadeiro vilão. Parei de ler o restante do texto extenso quando meus olhos passaram pelo nome dele e logo ao lado o da minha mãe, meu corpo tremeu sobre a cadeira giratória.

Mãe. Mamãe. O caso dela poderia estar aqui.

Meus dedos foram rápidos quando comecei a digitar o ano em que havia falecido, rolando o mouse até que eu achasse. Minha mãe morreu quando eu era muito nova, e talvez isso tenha sido algo traumático para meu pai assim como para mim, pois o mesmo nunca comentava sobre ela e nem mesmo a maneira triste em que ela tinha sido morta bem em minha frente. Diante de uma criança de cinco anos.

O mundo pareceu ficar em um total silêncio ensurdecedor que me atordoou do mundo real após ler que uma grande cientista havia sido assassinada grávida, na frente da menina que seria renomada a irmã mais velha.

Minha mãe... Cientista? Como eu nunca soube...?

Arrependi no mesmo instante de continuar rolando a tela quando a foto do corpo dela apareceu. Seu rosto roxo com a boca entreaberta e os olhos totalmente revirados dando a enxergar somente o branco do globo ocular me assustaram no mesmo instante. A camiseta preta levemente levantada foi visível para notar um pouco da pele esticada por conta do tamanho da barriga. O moletom fino de cor clara caindo de seu ombro e o tiro certeiro na testa, fazendo com que o sangue espirrasse por todo o carro... e em mim.

Minhas vistas embaçaram ao mesmo tempo que senti minhas mãos formigando, e foi necessário que eu fechasse as pálpebras durante muitos segundos antes de voltar minha atenção ao monitor.

As lembranças afloraram em minha pele. As lembranças daquele dia fez com que meu coração doesse. Depois de tanto tempo, senti que meu núcleo quis jorrar tristeza.

Respirei o ar pesado que rodeava meu corpo.

Precisava ver Henrique. Precisava contar a ele.

Ainda sem conseguir olhar para a tela que permanecia com a imagem dela, apertei qualquer tecla e rolei o botão do mouse, tentando ao máximo não voltar para aquele dia perturbador.

BORN IN BLOODOnde histórias criam vida. Descubra agora