Ninguém sabia o nome dele.
Ninguém sabia de onde veio.
Quem o treinou.
Como se tornou quem era.
As pessoas só sabiam que ele era perigoso. As pessoas apenas temiam.
Camila morava muito longe e vivia muito ocupada para se preocupar com isso. Precisava ajudar os pais na taverna que um dia seria dela. O ideal seria um filho homem herdar o lugar, mas seus pais nunca chegaram a ter um.
Outros teriam a casado para que o marido herdasse, desta forma, Camila não teria a reputação destruída. Mas ela trabalhava naquele local desde os dezessete, servindo bebida e comida para todo o tipo de gente, ninguém mais a via com bons olhos.
Quando surgiu o boato de que o Homens nas Sombras estava em um vilarejo próximo ao dela, poucas pessoas acreditaram, apesar de apenas a menção do nome fazer todos estremecerem.
Há vários motivos para tal medo, tantos boatos se espalharam sobre esse homem que era difícil saber o que era verdade ou não. Alguns dizem que ele poderia derrotar dez homens com sua espada sem sofrer um arranhão. Alguns o chamam de cruel, mas outros dizem que apenas está a serviço da coroa.
Camila já ouvirá várias pessoas o chamarem de sanguinário, morte o seguia por onde passava, um homem que podia matar qualquer um com qualquer coisa, a qualquer momento.
Mas cruzar o caminho dele parecia uma realidade tão distante.
Até aquele dia.
Tudo começara com q mesma rotina de sempre, Camila acordou, se banhou, comeu e começou a servir o café da manhã para os hóspedes da taverna. Algumas horas depois, pegou sua besta e caminhou próxima ao rio, onde as casas do vilarejo ficavam mais distantes.
Estava na sua quinta flecha, quando sua mãe apareceu.
— Às vezes acho que a pior decisão do seu pai foi lhe dar isso de presente.
— Só por que gosto de usá-la no meu tempo livre? — Olhou para a mãe, antes de caminhar para o alvo improvisado com tinta na madeira da árvore e retirar a flecha que quase acertou o centro.
— Não. Porque é a única coisa que você faz no seu tempo livre.
— Não é como se aqui tivesse muito o que fazer, mãe. Além disso, saber atirar uma flecha é útil quando se trabalha em um lugar cheio de clientes bêbados.
— Espero que esse dia nunca chegue. Temo pela pessoa que provocar você a esse ponto. — Brincou, segurando a mão da filha. — Está anoitecendo e tudo indica que hoje vai ser bem movimentado.
— Chego em dez minutos.
*
Sua mãe não mentiu quando disse que essa seria uma noite movimentada, Camila tinha dificuldade até para andar por entre as pessoas, mesmo com a noite chuvosa.
Uma noite assim era ótima para os lucros da taverna, até a banda no canto do local parecia mais animada tocando os acordes.
Todos tranquilos, jantando, se embebedando. A mãe de Camila anotava algumas reservas no quartos de cima enquanto seu pai levava alguns cavalos para a estalagem. Ninguém ali dentro imaginaria que em poucos segundos o clima no local mudaria totalmente.
Camila levava a terceira rodada de bebida para a mesa da esquerda, quando a porta se abriu com um baque.
Vento frio adentrou o recinto e algumas velas se apagaram, piorando a sensação de mau presságio quando a silhueta grande de um homem apareceu na porta.
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Dark Paradise
FanficO Homem nas Sombras trabalhava para a coroa, mas não era um rei. Protegia os monarcas, mas não era um soldado. Sentava so lado do trono, mas nunca foi um conselheiro. Pouco se sabia sobre ele e, em cada vilarejo que se fosse em busca de informações...