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Tudo estava uma bagunça, menos o fato de Keisuke estar agarrado em mim completamente nu. Seus braços me rodeavam junto com a sua perna que estava por cima de mim, dificultando minha saída.
Sorri, vendo o sol iluminar seu rosto pela brecha da cortina, seu cabelo estava espalhado pelo travesseiro. Me concentrei em observar o biquinho que seus lábios formam enquanto ele dorme, sorrindo ao ouvi-lo murmurar coisas aleatórias.

Me esforcei para sair de sua armadilha, tirando sua perna e seus braços de cima de mim. Eu precisava urgentemente de um banho.
Coloquei a mão em minha boca ao ver as roupas jogadas pelo chão, correndo para juntar tudo e colocar no cesto de roupa suja dentro do banheiro.

- Deus, não me lembro de ter feito tanta bagunça... - Sussurrei para mim mesma, jogando as roupas dentro do cesto e me olhando no espelho.

Assim que abri o chuveiro, suspirei sentindo a água quente tocar minha pele, fechando meus olhos e esperando que meu corpo relaxasse o bastante, me perdendo novamente em meus pensamentos, sobre tudo, menos aquilo que me  preocupava.

Assim que terminei meu banho, voltei para o quarto, vestindo a roupa que havia colocado na minha mochila.
Olhei para a cama e o vi espalhado nela, dando de ombros e preferindo não o acordar.

Desci as escadas com calma, esperando ouvir um sinal de que Yuna estivesse em casa. Ela estava fazendo a comida, parecia nem ter notado a minha presença até que eu chegasse perto e dissesse algo.

- Boa tarde... - Disse baixo, entrando na cozinha e recebendo um abraço apertado.

- Boa tarde... Vocês deveriam estar cansados... - Yuna disse, me fazendo desviar o olhar envergonhada.

- Ah, sim... Não voltamos muito tarde... - Me escorei na parede ao seu lado.

- Eles sempre fazem comemorações longas, é um milagre Keisuke ter voltado cedo.... - Deu de ombros, sorrindo para mim em seguida.

- Foi muito legal, por sinal... - Sorri de volta

- Eu fico feliz que possa acompanhar ele... - Assim que Yuna terminou a frase, nos viramos confusas em direção à escada ao ouvirmos alguém descer elas correndo. Era Keisuke, de cueca.

- Aurora... - Sua voz saiu indiferente quando o moreno me enxergou ali.

- Você está bem?... - Indaguei, sentindo seus braços me rodearem.

- Achei que tivesse ido embora.

Eu não havia entendido a situação, principalmente a forma como o garoto havia descido e me encarado, antes de me abraçar. Por que eu iria embora e, esse era o seu maior medo?.

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- Eu tentei... Tentei muito, mas, infelizmente não restavam forças dentro de mim... - Yuna suspirou, pegando os pratos de cima da mesa junto à mim.

- Acho que qualquer esforço do mundo... não seria suficiente... Você fez o seu melhor... - Disse baixo, ainda digerindo a situação.

- Eu sinto tanto por Keisuke nunca ter superado...

- Ele tem sorte de ter você como mãe... Infelizmente coisas assim acontecem... - Falei, olhanso pataya cozinha, onde o garoto estava, lavando a louça.

Yuna ter que me contar sobre como seu ex marido, pai de Keisuke, os abandonou, como se não fossem nada. Isso explicava a maneira como ele reagiu ao não me ver quando acordou. Mas eu ainda estava chocada, pois não saberia o quão difícil isso deveria ser. O medo de ser abandonado novamente.
Keisuke permanecia em silêncio, como se estivesse magoado, ou, envergonhado. Seus olhos estavam vidrados na louça que lavava.

Abracei o moreno por trás, cruzando meus dedos em sua barriga e deitando minha cabeça em suas costas. Nada foi dito, nem uma reação.

- Terminou?... - Eu perguntei, fechando os meus olhos.

- Uhum... - Um murmúrio surgiu do fundo de sua garganta.

Assim que ouvi a torneira fechando, o puxei para trás, virando seu corpo em minha direção. Procurei seus olhos, afastando os fios de cabelo que caíam em seu rosto.

- Caramba... Conversa comigo. - Disse baixo, mesmo sabendo que Yuna já não estava ali por perto.

- Eu só estou pensando... - Agora eu conseguia o enxergar com facilidade. Aquele era seu lado sensível, e isso me fazia querer o agarrar e nunca mais soltar.

- Pensando em que?...

- Pensando...

- Você precisa ser claro... - O sacudi levemente.

- Eu parecia um idiota... Desculpa se te deixei confusa, ou, desconfortável... - Sua voz saiu embargada e, eu o encarava com atenção.

- Você não parecia um idiota, Keisuke.

- Parecia, eu parecia... Eu sei o que tivemos ontem, mas, eu tenho medo que se sinta pressionada por um problema meu... Que fuja de verdade quando perceber que eu sou completamente dependente e... Meu maior medo é ser abandonado e...

- Eu te amo.

- Talvez seja cansativo quando eu...

- Eu amo você. - Ditei, olhando em seus olhos amarelados, que estavam marejados e confusos.

- Eu amo muito você... - Ele completou ao respirar fundo.

- Eu posso ajudar se me permitir... Eu não vou à lugar algum sem você. Tudo, tudo se resume à você, Keisuke.

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Oi!! Perdão pelo cap curto. Eu confesso que não gostei dele, mas queria muito postar algo.

Obrigada pela paciência e carinho, amo todos!!!

R U Mɪɴᴇ? -𝙆𝙚𝙞𝙨𝙪𝙠𝙚 𝘽𝙖𝙟𝙞Onde histórias criam vida. Descubra agora