Hoje eu estava vendo uma criança cantar. Era mais uma daquelas canções sem rima, apenas um conjunto de palavras erradas, mas de forma ritmada. Ao observá-la, eu percebi o quanto estava empolgada e o quanto dava a sua alma para uma simples musiquinha de uma criança que não tem a minima noção de como se faz uma. Mas a questão é: para onde vai todo esse sentimento que um dia tivemos, mas, que se acabou com a medida em que o nosso coração foi endurecendo, enquanto cresciamos? E, será que foi assim mesmo que perdemos esse sentimento sem nome cujo as características são leveza, dar o máximo de si e paixão pelo que faz? Todos nós somos artistas. Nascemos artístas, fazemos arte, mas onde o nosso artista se escondeu? Como se faz para resgatar esse artísta que existe no interior de cada um de nós?
As cores usadas pelas crianças expressam tudo o que sentem, transmitem alegria, bem estar, segurança em si mesmo. Como podem adultos medíocres ignorarem completamente o doce mundo infantil que só dá prazer e trocarem por um em que, por mais que se veja roupas e festas coloridas, é um mundo totalmente negro, obscuro.
A arte expressada pela maioria dos adultos é rígida, cheia de regras e se prende à mesmice de um estilo musical, um jeito de pintar ou desenhar, enquanto as crianças apenas sentem e põe para fora. Estão apenas preocupados se vão consegir por para fora, tudo aquilo
que preenche o seu pequeno, porém, enorme coração. Todas as agonias e alegrias.
Onde está esse nosso lado que nos deixou numa das horas em que mais precisamos? Não quero fingir que entendo de psicologia, mas muitos dos problemas socio-emocionais, só existem porquê não nos soltamos tanto quanto na nossa época de criança. Não cantamos, nem desenhamos, nem pulamos mais. Estamos apenas preocupados com nossos aparelhos eletrônicos e ocupados com coisas como trabalho, escola e o que vão pensar de nós.
Mas na verdade, só estamos ocupados com uma coisa: em sermos quem não somos. Em termos o que não temos, em fazer o que não podemos. E por que não em termos cultura? Sermos artistas? Por que não voltarmos a ser crianças?
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Mentes Abertas
Non-FictionUm livro de crônicas filosóficas que trarão mais questionamentos a vossas mentes preguiçosas. Quem se arrisca?