∆| Avisos:
1. Devo dizer que aqui há gatilhos de crise de ansiedade, angústia e, claro, ataque de pânico, não sei dizer se são muito explícitos ao nível de causar algum desconforto, mas se você realmente for sensível ao assunto ou coisa do gênero, sugiro que se retire, você não deveria estar aqui :)
2. Em momento algum estou romantizando esse tema, eu sei a seriedade abrangente de seu fundo de verdade e nem o vejo como uma brincadeira, mas não se esqueçam de que isto é uma fanfic e, acima de tudo, a história é voltada ao shipp em questão.
Boa leitura <3
• ♪ •
Ele sabia que tudo estava prestes a começar novamente. E, também, sabia muito bem que aquela não seria a última vez em que estaria trancado dentro daquele quarto.
Em sua mente, o mundo estava se acabando sem nem mesmo sair do lugar, tudo se alagava e se transformava em um mar raso de preocupações turbulentas, porém que pareciam mil vezes mais profundas do que realmente eram. Era um fenômeno martirizante, ele não sabia explicar.
E no fim, ninguém sequer o escutava.
Todos que o cercavam o taxavam de louco.
“Dipper Pines enlouqueceu de vez!”
Talvez, essa seja uma das muitas verdades absurdas sobre seu ser, mas, naquele momento, ele sabia muito bem que aquilo era grandiosamente diferente da loucura a qual era acusado de sofrer com. Não, aquilo era completamente diferente, o agarrava de jeito, rastejava em cada uma de suas fibras, fazia todo seu corpo se estremecer, arrepiar, se virar do avesso e, também, incendiava sua mente até o último instante. Ele não sabia ao certo até quando aguentaria aquilo, nada nunca estava bom e ele não conhecia bem o seu problema.
E, para piorar, sempre que esses momentos chegavam, ele se trancava no mesmo quarto, juntamente com todos os seus medos mais profundos que ganhavam espaço involuntariamente e vinham à tona. Ninguém toleraria seu choro sem motivo aparente, nem entenderia suas frases baixas e desconexas e, muito menos, escutaria seu grito interno, que sacudia tudo em seu subconsciente e o deixava a um triz de desmoronar com tudo dentro de si.
Aquilo o sufocava, era como um matador invisível, que se misturava às trevas de seu quarto, mantinha aquele silêncio incessante, tocava sua pele, extraía algumas lágrimas e as substituía por um doloroso e angustiante vazio incondicional.
O Pines estava jogado no chão, chorando bem ao lado de sua cama, com o celular desligado e sentindo como se nem todo o ar do mundo viesse a lhe ser suficiente naquele momento. Um incômodo nó de amargura se formou em sua garganta, ele sentiu o rosto empalidecer e o suor escorrer frio pelas laterais de sua face. Ele respirava fundo, afim de enviar mais oxigênio a seu cérebro, mas de nada adiantava, por mais que tentasse, sentia cada vez mais como se o simples fato de existir fosse o motivo de suas náuseas. Aquilo nunca parecia ter explicação. Ele até mesmo chegou a agarrar seus próprios cabelos, mas sua mente continuava a mesma e sua vontade agora era de fechar os olhos e escutar seus fortes batimentos cardíacos em seus ouvidos.
Já era tarde da noite e ele havia acabado de fugir de mais um jantar em família. Ele não toleraria mais a presença de seus familiares, eles não tinham culpa disso, nunca lhe fizeram mal algum, apenas não o interpretavam bem e ele próprio não era bom em expressar com exatidão o que sentia, justamente por sentir que nunca seria levado a sério. Ele próprio não se levava a sério, sendo assim, por que os outros o levariam?
Afinal, se nem mesmo ele tinha um entendimento muito abrangente do que havia dentro de si, como acreditaria que outro alguém seria capaz de entendê-lo e ajudá-lo a arrumar a bagunça que se instalou a um prazo indeterminado em sua mente?
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Panic Room • BillDip
أدب الهواة"[...] Pois Bill era seu quarto do pânico, aquele a que sempre poderia chegar para surtar e despejar toda sua exaustiva chuva de desespero, sem que precise se preocupar com a força de sua tempestade, uma vez que este sempre conseguiria afastar a tur...