𝑬𝒊𝒈𝒉𝒕

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Após retornar ao seu quarto naquela noite, Wendy esperou Kuina aparecer em sua porta, como Chishiya havia pedido. A acastanhada já estava se arrependendo e quando se encontrava prestes a desistir, notou a mulher de tranças surgir no fim do corredor. Ela usava um biquíni florido em seu corpo e um tamanco em seus pés. A Watanabe sorriu quando ela se aproximou. Apesar de não conversar tanto com Kuina, Wendy gostava dela.

As duas caminharam juntas até o quarto de Chishiya. Já estava de madrugada e as pessoas da praia, em sua maioria, se encontravam nas festas ou em seus quartos, seja dormindo ou acordadas, acompanhadas por alguém. Ao chegarem no quarto do homem que tinha uma tranquilidade fora do comum, Kuina bateu duas vezes na porta, anunciando que iria entrar em seguida. Chishiya já estava esperando por elas. Os três se reuniram, sentando juntos no chão.

— Então, qual é a informação valiosa? — A Watanabe foi a primeira a se pronunciar.

— Tem um jeito de sairmos daqui... — Ele começou a explicar. — Roubando as cartas do Chapeleiro. — Wendy ficou estática, soltando o ar pela boca como uma risada, desacreditada do que acabara de ouvir.

— Sinto lhe informar, mas isso é maluquice. — Foi o que conseguiu formular.

— Eu disse que ela não iria gostar. — Kuina riu, com o cigarro apagado entre os dentes.

— Eu demorei para conseguir a proteção do Chapeleiro, agora não posso simplesmente jogar tudo isso pela janela e tentar roubar as cartas dele.

— Não vai ser de um dia para o outro, eu tenho tudo planejado. — Ele rebateu. — Nós podemos nos preparar muito bem antes, para ter certeza que vai dar certo.

— E qual é o plano? — A Watanabe perguntou curiosa.

— Todas as cartas que são conquistadas pelos habitantes da praia são mantidas num cofre, que fica na suíte real do Chapeleiro, e a senha que deve ser usada para abrir esse cofre está guardada dentro de um envelope preto lacrado. O envelope só será aberto novamente quando tiver um novo número um. Primeiro, é preciso se infiltrar na suíte real, depois, procurar o cofre e roubar todas as cartas.

— E você sabe a senha, gênio? — A acastanhada arqueou as sobrancelhas.

— Eu tenho uma ideia, mas eu vou contar quando você estiver na frente do cofre. — Ele sustentou o olhar da Watanabe.

— Eu não vou fazer isso. Como eu posso saber que você não vai me trair?

— Arriscando. — Chishiya deu de ombros.

— Nós dois sabemos que essa não é uma escolha muito sábia.

— Vamos fazer isso quando o Chapeleiro estiver discursando. Eu e Kuina vamos ficar nos corredores de guarda, e se houver alguma movimentação na direção do quarto, vamos deixar você ciente.

— Pode ser difícil... — Kuina se pronunciou. — Mas, nós podemos conseguir e voltar para o mundo antigo. — Ela tinha uma voz esperançosa.

Wendy respirou fundo, pensativa. Ela não poderia tomar decisões precipitadas, muito menos se colocar em uma situação que arruinaria seus planos com o Chapeleiro. Entretanto, se eles tivessem sucesso na execução daquele plano, poderiam fugir daquele lugar estranho e de todos os jogos mortais, voltando à vida antiga. A Watanabe poderia voltar para as pessoas que são o motivo pelo qual a jovem persiste na luta para sobreviver: seus pais e seus amigos. Ela gostaria de passar a tarde com Mina e Haruto, conversando sobre coisas aleatórias e dando risadas de vídeos da internet; gostaria de rever Akemi, sua mãe, e dizer a ela que mesmo distantes, sabe como a mais velha a ama; e, por último, gostaria de rever George, seu pai, abraçá-lo e não soltar nunca mais, para não correr o risco de ficar distante dele novamente.

Wendy sentiu vontade de chorar, porém varreu seus pensamentos de sua mente, voltando a focar no plano. Assim como no seu plano de conquistar o líder da praia, é preciso de uma boa organização. Arquitetar os mínimos detalhes, amarrar todas as pontas para não correr o risco de sobrar um fio solto. Um erro poderia ser fatal. Afinal, se você falha em planejar, você planeja falhar.

Tinham as informações do paradeiro das cartas, que ficavam dentro de um cofre na suíte do Chapeleiro, mas não poderiam simplesmente esperar o dia chegar para roubá-las. Deveriam primeiro observar o local com frequência, marcar o horário e as pessoas que vão até aquela área da praia regularmente. Somente depois de terem essas noções que eles partiriam para a ação. Uma pessoa pega as cartas, enquanto os outros dois ficam de guarda, um no salão e o outro no corredor da suíte.

Os olhares de Chishiya e Kuina estavam sobre a acastanhada, esta que, por sua vez, pensava nas estratégias para realizar o plano. Então, Wendy os encarou e disse sem hesitar:

— Eu topo.

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Agora sim todos os capítulos antigos foram postados (finalmente!!).
Os próximos capítulos serão inéditos e estou bem ansiosa para ver a reação de vocês com tudo que está por vir. Até o próximo capítulo!

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐃, Alice in bordelandOnde histórias criam vida. Descubra agora