Lua e Sol

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Em uma noite escura com várias estrelas no céu, uma carruagem muito elegante caminhava por uma estrada dentro de uma floresta peculiar. Ela era amarela ao seu redor e tinham desenhos da grande
e magnífica estrela, o Sol. Fazendo a segurança daquela carruagem, três cavaleiros em cima de cavalos marrons carregavam a bandeira do Reino do Sol. Tinham olhares sérios e usavam capas
elegantes e escuras.

A floresta era um pouco incomum. Enquanto passavam por lá, sentiam algo vindo dela, como se fosse a própria magia. Tinham a impressão de que os vagalumes os guiavam. Após terminarem o extenso caminho da floresta chegaram em uma cidade que lembrava muito as medievais. As casas não eram tão elegantes e todos pareciam humildes. A estrada era de pedra assim como as ruas de Paris, em cada canto da cidade se podia ver uma bandeira com um símbolo da Lua. O rei, que estava dentro daquela carruagem, coloca sua cabeça um pouco para fora e olha a grandiosidade que o reino possuía. As pessoas que passavam o olhavam. Alguns com admiração, já
outros pareciam não gostar de sua presença. Se encontravam razoavelmente perto do castelo, seguiam em linha reta pelo caminho. Passaram por um lugar cheio de pessoas, aparentava ser um pouco velho, mas transmitia uma 'vibe muito boa. O local contava com uma janela e uma varanda, em sua frente havia várias cadeiras de madeira. Seu nome estava em uma grande placa: "café bom".
Será mesmo bom? - pensou o rei.
Eles dobram a carruagem e adentram as propriedades do castelo. O caminho pelo qual seguiam estava cheio de flores roxas e rosas, o castelo cada vez mais perto. E, depois de uma viagem muito longa, ele havia finalmente chegado.

A Carruagem para. Ali dentro haviam vários cavaleiros, entretanto eles não utilizavam as mesmas roupas que os demais cavaleiros responsáveis por vigiar a carruagem. As roupas desses eram brancas e douradas e usavam um manto branco que contia um símbolo da Lua. Um deles, que
estava mais a frente, tinha cabelos longos e lisos. Os fios brilhavam como a Lua.
- É uma honra tê-lo em nosso reino, majestade. - aquele homem se curva diante o rei.

O rei usava camisa e calça social, mas não era aquilo que mais chamava atenção nele, e sim o grande manto preto com o símbolo do Sol. Somente um rei muito poderoso poderia usar algo tão deslumbrante.
Andou por um caminho repleto de flores e vagalumes tais quais os da floresta até chegar na porta. A estrutura do castelo tinha muitas colunas brancas muito semelhantes as colunas da Grécia antiga. Ele entrou pelo imenso salão de baile, seu chão era dourado e com um grande símbolo da Lua. Em
seu centro, um enorme e deslumbrante lustre iluminava tudo, e ainda contava com uma escadaria dourada com corrimão liso como se fosse feito de cristal. Era notável a grande riqueza desse reino.
"Esse lugar é mesmo diferentes dos outros" Pontuou o rei para si mesmo, em pensamento.
Logo uma criada vem ao seu encontro:
- Vossa majestade?! Venha comigo. O rei e a rainha estão lhe esperando. - disse. Então ambos
seguiram pelo castelo, até chegarem em uma porta imensa e branca. Entraram logo em seguida.
- Carlos! - disse o rei Norman extremamente empolgado. Ele era bem gordinho e muito gentil, seus cabelos ondulados e sua pele avermelhada. Sua esposa, a rainha, estava ao seu lado. Ela possuía cabelos longos e lisos, fios brancos como os do marido
- Há quanto tempo Norman! - Carlos diz se aproximando do homem. Norman o segura e abraça com toda a sua força.
- Me solta! - o desespero é notável em sua voz meio fanha pelo aperto. - Não consigo respirar!
- Nossa, meu velho amigo! Faz tanto tempo! - diz reforçando o aperto.
A rainha que apenas observava tudo sorriu de forma gentil, como um anjo.
- Finalmente vocês dois podem ficar assim em público.
- Por favor Diana... - disse o rei Carlos direcionando suas mãos para a mulher, suplicando por ser liberto.
Diana vai até Norman e passa suas mãos por seus ombros.
- Querido, por favor... - ele então solta vagarosamente seu grande e velho amigo.
- Você tem que parar com essas coisas Norman! - Carlos vocifera após ser finalmente libertado,
ainda se recuperando do aperto.
"HAHAHAHAHAHA" Norman solta uma gargalhada segurando na barriga como o papai noel.
- Sinceramente... - diz Carlos em tom de desgosto enquanto arruma sua roupa. Diana caminha até ele e arruma a sua gravata. - Obrigado... - Agradece. Ela se afasta.
- Sente-se. - a mesa, assim como tudo no castelo, era extremamente grande. O rei e a rainha se sentaram um ao lado do outro, e Carlos na ponta da mesa. - Sinto muito por sua esposa...
Carlos olha para o outro lado onde havia uma janela ampla com uma cortina vermelha.
- Tudo bem... - continua olhando para a janela, os mesmos vagalumes que o guiavam na escuridão estavam iluminando o lindo jardim.
- E como está Felipe? - perguntou a rainha.
- Ele está bem. É um pouco complicado cuidar de um menino sozinho. - Seus sorrisos sem graça escondiam sua tristeza.
- Tenho certeza de que você será um bom pai. - A rainha diana, sempre muito gentil e delicada.
- Majestade a senhora está bem? - A empregada tenta segurar a rainha, e as duas saem correndo.
- Ele mal nasceu e já está dando trabalho! - disse o rei Norman rindo como o papai noel novamente.
- A Diana está grávida, mas você é quem está com a barriga. - Provocou o outro.
Naquele simples jantar os dois se divertiam.
- Então, quando eu vou assinar o nosso acordo? - Perguntou o rei Carlos.
O rei Norman se levanta e diz:
- Vocês podem nos deixar sozinhos? - Disse o rei Norman com uma expressão séria no rosto.
Todos os cavaleiros que estavam ao redor do rei deixam a sala. Senhor Roger, traga para mim o documento por favor. - O citado vai até uma sala, e volta trazendo
um documento. Nele havia somente uma palavra em destaque, "paz".
- Obrigado. pode sair.
O rei Norman se senta perto de Carlos.
Eu já assinei só falta você. - Carlos vai em direção ao papel para assinar, até que...
- Como vamos ter certeza de que isso irá dar certo? - Contestou antes que pudesse assiná-lo.
- Como assim?
- Nós dois podemos assinar essa lei entre nossos reinos, mas quem garante que ele será protegido?
- Essa é a intenção Carlos, com isso podemos fazer com que o preconceito que existe entre nós acabe.
- Não Norman, isso não garante que irá acabar, quando éramos crianças fomos ensinados a odiar o seu povo e vice e versa. Eu quero que o meu filho seja um bom rei e tenha um povo pacífico, quero que os nossos filhos tenham a paz que nós não tivemos. Podemos muito bem assinar isso, mas não
garante que as futuras gerações não voltem a se odiar.
- Então vamos ensinar os nossos filhos!
Disse o rei Norman colocando suas mãos no ombro de Carlos.
- Nossos filhos serão grandes guerreiros. - Completou o rei Norman.
- Como você sabe que você vai ter um menino?
- Pressentimento de pai. - Disse Norman com total orgulho .
Oito meses então se passaram daquela conversa entre os dois Reis. Agora era dezembro, o mês da neve. Dentro de um quarto do lindo castelo da lua, com uma janela ampla, uma cama imensa e
várias mulheres ao redor, um choro ecoa pela sala.
- Nasceu!
Os Dois Reis aguardavam no grande salão, o rei Norman andava de um lado para o outro e o rei Carlos estava com uma postura pensativa. Uma das empregadas vem até o rei segurando um bebê.
Norman não podia estar mais feliz.
- Majestade! É uma menina! - a mulher anuncia.
Os dois ficaram chocados. Logo o pai toma sua filha nos braços pela primeira vez.
- Pressentimento de pai é? - brincou Carlos.
- Eu... sou pai... - ignora totalmente a provocação, encantado com o bebê em seus braços. - Eu sou pai Carlos! De uma linda menina! - exclamou muito feliz.
O rei Norman entrega sua filha para que o outro pudesse segurar.
Quero que seja um lindo baile! Que seja lindo assim como ela!
o Rei carlos fica olhando para a pequena princesa.
- Você é igualzinha à sua mãe... Conto com você pequenina.
O reino estava todo feliz, a linda princesa tinha nascido. Vários reinos foram conhecer e celebrar a "linda princesa da Lua". O grande salão estava muito belo com várias flores azuis e uma bonita cortina branca, a princesa se encontrava dentro de seu berço.
O rei Carlos logo veio com o seu filho no colo, o lindo príncipe Felipe. Seus cabelos eram bem pretos, seu rosto bem redondo e seus olhos azuis como o céu.
- Está vendo? Ela é muito linda, não é?
Os olhos daquela pequena princesa eram verdes, seus cabelos eram lisos mas ao mesmo tempo enrolados. Bonitos como a neve que caia.
Norman segura a princesa e a leva para a parte mais elevada do castelo. Vai até a varanda onde podia observar todo o reino. Milhares de pessoas esperavam o rei anunciar sua herdeira. Ele levanta a princesa para cima e grita:
- NASCEU A FUTURA RAINHA DO REINO DA LUA! ALICE!
Todos do reino gritam, ao seu lado Diana se sente tão emocionada que acaba deixando cair uma lágrima. Ao lado de vários outros reis presentes na cerimônia, estava o rei Carlos segurando seu filho. Os reis eram muito exóticos, um portava uma coroa de abacaxi, outro era sombrio como um
vampiro, e o rei que mais chamava a atenção era de uma ilha, seus cabelos eram longos e louros, olhos azuis como o céu, parecia ter sido feito por anjos, sua pele amarela brilhava e ele estava bem ao lado do rei Carlos. Os dois bebês se encaram. O bebê loiro dá um sorriso provocando Felipe, Felipe por sua vez olha para o bebê loiro de cima a baixo e vira o rosto. "Exibido" pensou o pequeno príncipe. Seguido de um choro por parte da bebê.

Dez anos depois..

O mesmo caminho que a carruagem fez a dez anos atrás, porém dessa vez um menino de 12 anos acompanhava o rei.
- Você irá conhecer uma menina muito doce. - disse Carlos.
- Hum. - Continuou olhando a paisagem desinteressado.
O pequeno príncipe tinha cabelos pretos como os do pai, porém olhos grandes como os da mãe, esses que eram bastante azuis como se brilhassem. Chegando no castelo, o rei Norman e a rainha Diana os aguardavam. A carruagem para em sua frente. Norman Foi correndo abraçar Carlos, este que usava uma muleta por conta de uma doença, suas olheiras estavam maiores e sua pele extremamente pálida. Ele levanta a muleta como se fosse uma espada aponta para Norman e lança um olhar ameaçador
- Se você tentar...
"HAHAHAHAHAHAHA" solta uma gargalhada e acaba por abraçar Felipe.
- Felipe! - ele carrega o príncipe.
- Você 'tá... me sufocando...
Norman continua rindo do garoto, que por sua vez estava sufocado.
- É um prazer ter vocês aqui, rei Carlos. - disse Diana puxando Felipe dos braços de Norman. Esse que acaba soltando o garoto.
Onde está a pequena princesa? - perguntou-lhes o rei do Sol.
A rainha se abaixa para falar com Felipe.
- Estás vendo essa senhorita? Ela irá te levar até a princesa. - Se dirigiu à mulher. - Por favor. Ela acenou: - Me siga alteza.
Felipe passou pelo salão de baile, bem no meio do salão havia algo parecido com uma varanda, antes dela tinha uma porta de vidro enorme. A empregada abriu para ele. - Por aqui alteza. o Jardim era enorme, com várias flores: rosas, hortênsias, margaridas e mais. As árvores eram todas bem-feitas, algumas gordas como arbustos e outras pontudas como um nariz de bruxa, aquele jardim parecia outro mundo.
- PRINCESA ALICE? ONDE A SENHORITA ESTÁ? - grita, na intenção de que a garota a escute. - Ah, não acredito que perdi ela outra vez...
Felipe admira o jardim encantado. Um pouco longe de onde se encontrava, avistou um lindo cabelo branco, semelhante ao de um anjo. Ele nunca ia esquecer o momento em que conheceu a garota mais estranha de sua vida.

Continua..



recescritor

eclipse: Dois ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora