eclipse: Dois Reinos

Alice e Felipe

Um lindo jardim rodeado por flores, lá se encontrava a princesa Alice com seu lindo vestido verde. Simplesmente um anjo. Ela se aproxima de Felipe, e ele se aproxima dela.
- Ei? Com licença, você é a princesa Alice?
- Sim, sou eu. - respondeu Alice.
Felipe como o grande cavalheiro que era, estende sua mão para ajudar a princesa a descer do pequeno monte que havia subido em cima. Ela estende sua mão para agarrar a dele.
- É uma honra conhecê-la.
Ela segura sua mão e pula. Felipe sente algo estranho onde a garota acaba de tocar, ao checar percebe que suas mãos estavam todas sujas. Ele olha ao redor e percebe que o vestido - já não mais tão lindo - que ela usava também estava sujo. Essa é mesmo a princesa? Pergunta a si mesmo em
pensamento. Ela corre até a empregada.
- Oi tia! - diz com a empolgação rotineira. - O que foi?
- Princesa! Você está toda suja! - diz a mulher assustada ao ver o verde do vestido manchado de barro.
- Isso? Isso não foi nada! - gargalhou. - Você tinha que ver ontem!
- Ah... - se vira ao príncipe. - Esse é o príncipe Felipe, do Sol.
- Ah... Então é você! - Ela aproxima sua mão para cumprimentá-lo. Ele olha fixamente para a mão suja dela, sente nojo e não ergue sua mão.
- Já nos cumprimentamos antes, princesa. - Disse por fim.
- Vou deixá-los sozinhos. - A mulher se retira, deixando as duas crianças ali.
Alice então, começa a andar ao redor de Felipe, como se o estivesse avaliando.
- Então... Você que é o príncipe do sol? - Disse Alice ainda rodeando o garoto.
- Sim...
- Pensei que você era um dragão. - Tinha um ar de desapontamento em sua fala. O povo do reino do Sol tem uma habilidade única, eles conseguem dominar o fogo.
E eu pensei que você fosse mais limpa debochou Felipe em pensamento.
- Bom, a mamãe mandou eu mostrar o castelo pra você. Disse Alice subindo em cima de uma pedra grande que estava rodeada de mato verde. Felipe a
observa com seu olhar frio e julgador de sempre.
- Então vou começar pelo meu lugar favorito! O meu jardim! - Disse Alice toda empolgada, ela mostra todo o jardim, da grande pedra à pequena grama verde. - Eu tenho todo o tipo de flores...Margaridas, rosas....
O príncipe percebeu que o vestido dela sempre passava pela lama enquanto estava caminhando e falando." Essa garota..." pensou o príncipe. Ela estava falando sobre as suas plantas, mas para de repente.
- O-o que foi? - perguntou o príncipe.
- Eu vou te mostrar a flor mais linda que tem nesse jardim! Porém... o caminho é muito perigoso então tome cuidado onde pisa.
O príncipe, outra vez, lança seu olhar de julgamento enquanto eles andavam. Alice pisava no solo como se houvessem minas escondidas nele.
- O que poderia ser perigoso? Isso é um jardim! - disse Felipe, o que não percebeu é que estava prestes a pisar em um buraco. Um grito de susto é tudo que se pode escutar quando ele cai naquele buraco.
- Príncipe! - Grita assustada. Alice até tentou segurá-lo, mas infelizmente não conseguiu. - Droga! - O que eu faço? O que eu faço? Se descobrirem que eu o deixei cair... - ela começa a andar de um lado para o outro.

(PENSAMENTOS DE ALICE)

- O que você fez com o meu filho! - disse o rei Carlos enfurecido.
Ele usava uma capa preta com olhos de dragões.
- E-eu sinto muito... - Disse assustada. Alice era muito pequena diante dele.
- Eu odeio a Lua! Vou destruir você e seu reino! - Rei Carlos então vira um grande dragão e cospe fogo em todo o castelo.
"NÃOOOOOOOOOOOOOOO" grita a menina.

CAOS

CAOS

CAOS

(DE VOLTA À REALIDADE)

Alice tremia de medo, se alguém descobrisse o reino entraria em caos!
- Já sei! Ela se joga no buraco onde estava o príncipe
Uns minutos antes...
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH" O príncipe caiu. Não era tão fundo, mas ele se machucou mesmo assim.
- Merda....
A escavação era extensa, porém não se dava para ver muita coisa.
- Onde estou? - Ainda tentava raciocinar quando um grito foi escutado, seguido de um impacto. Alice cai em cima dele.
- Príncipe do Sol! - diz aliviada. - Você 'tá vivo?!
- Sai... Sai de cima de mim! - Vocifera irritado. Se arrependia de ter vindo nessa viagem. Alice o pediu desculpas meio acalada. Os olhos de Felipe conseguem sugar a alma de qualquer pessoa, a princesa finge que não percebe.
-Nossa... - A menina estava encantada, olhando ao redor da caverna. - Aqui é bem escuro.
- Você é doida?! - Estava muito bravo.
- Ué! Eu vim te salvar e você ainda grita comigo?
- Me salvar? Se quisesse me salvar teria chamado por ajuda! - Grita Felipe totalmente vermelho de raiva.
- E você ia querer começar uma guerra? - gritou de volta. Alice olhava para Felipe com um olhar determinado.
- Sabe, deixa pra lá. - Felipe se abaixa e pega dois galhos. Ficam em silêncio por alguns segundos.
- O que você vai fazer? - olha de canto de olho, desconfiada.
- Fogo.
- Você sabe fazer fogo... - se deu conta. - Agora faz sentido!
Pouco tempo depois, Felipe consegue acender o fogo. Ele o passa para um galho que ilumina tudo. O local era enorme, com um aspecto bem diferente. Havia várias pinturas nas paredes como as dos
homens das cavernas. Eles caminham um pouco à frente e encontram dois tronos, no da esquerda um símbolo do sol e o da direita o símbolo da lua. Ao lado de cada trono trazia uma escultura dos grandes antigos reis.
- Esse lugar...- disse o príncipe Felipe tocando em uma das estátuas. - Então era aqui o antigo castelo?
- Olha! Esse é meu bisavô! - mostrou. - Nossa... Ainda bem que nasci mulher! - Gargalhou Alice.
"Ela é igualzinha ao rei..." pensou Felipe. - Esse era o antigo castelo do eclipse?
- Não, não tem como esse ser o castelo... Sempre foi o lá de cima.
- Então o que é isso? - perguntou Felipe.
- Não sei... Mas se está embaixo do castelo... É uma passagem secreta!
Os dois admiram aquele lugar, não é toda hora que encontramos algo assim.
- Não podemos ficar aqui. Se é uma passagem secreta deve haver uma saída. - Felipe disse já olhando ao redor, buscando uma saída. Ele observa todos os lugares, até que encontra dois corredores.
- Qual será o certo?
- É o da esquerda. - respondeu Alice.
- Como? Como você sabe?
- Olha. - ela aponta para o chão. Era cheio de pedras. Pelo estado em que se encontrava, ninguém pisava lá há anos. Como consequência, do lado esquerdo havia uma pequena passagem de água.
- Essa água deve ter vindo de algum lugar né.
Os dois vão para a esquerda. Era um caminho um pouco largo. Logo começaram a escutar um forte barulho de água.
- Esse barulho é de cachoeira?
- Uma cachoeira! - Alice corre em direção a ela muito empolgada.
- Espera, espera! Você pode cair! - diz preocupado. Tenta puxar Alice, mas ela passa pelas águas como mágica. Felipe fica confuso, suas mãos não conseguiram chegar até a loira. Continua parado no mesmo lugar por um bom tempo.