Dois anos.

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Em algum momento você já se questionou se a sua vida era controlada por outra pessoa?

Acordei exatamente assim hoje.

Me sentia estranha.

Era como se a minha vida estivesse sendo escrita, mas a pessoa simplesmente abandonou tudo e me deixou totalmente perdida no tempo.

Tudo que me lembrava era de ter arranjando um encontro pro treinado e a Jo. Parece que foi ontem. Mas ao mesmo tempo parece que foi há anos.

— Você tá fazendo aquela cara, de novo – Lee disse, pretendo um fio cheio de bandeirinhas no suporte.

— Eles vão se casar?

— Sim. Por que você está tão confusa hoje?

— Lee – agarrei seu braço, quase o fazendo cair da escada. — Acho que entrei em coma – olhei pro horizonte. — Você tá no meu subconsciente.

— O q... – ele tava fazendo aquela cara de: você tá ficando maluca? — Você tá ficando maluca? – ele se inclinou pra frente, para cochichar. — Tá chapada?

— Não, idiota.

Jo e o treinado vão se casar. E, segundo o Lee, sabemos disso há meses.

Dois anos. Ou melhor, quase dois anos. Foi quando eles se encontraram na cafeteria.

Com toda certeza, eu estava em coma.

— Olha, Elle, eu não tenho medo de muita coisa, mas essa cara me faz estremecer – Pan aparece segurando uma caixa com mais bandeirinhas. Todas laranja e vermelho.

— É saudade do Noah? Porque vocês se viram há 2 horas – Lee diz.

— Não pode ser isso. Durante o café da manhã ela tava encarando os waffles desse jeito.

— Eu estou em coma!

— Se tivesse mesmo em coma, não sentiria isso – Pan se aproxima e belisca meu braço com muita força.

— Aai! – passei a mão sobre a pele formigando. — Isso vai ficar roxo.

— Por que não para de dizer coisas sem sentido e nos ajuda a terminar logo com a decoração? – ela me estende bandeiras e a pistola de cola quente. — Ainda temos as barracas pra montar, e muita comida pra preparar.

— Achei que a comida ficaria com a minha fraternidade – Lee pestanejou.

— E vai. Mas uma Zera sempre vai estar de olho.

— Espera, por que estamos fazendo isso?

Por um tempo fiquei sem resposta. Meus dois amigos apenas se encaravam como se eu realmente tivesse enlouquecido. E, sinceramente, estava pensando o mesmo.

Pandora se aproximou de mim e grudou a mão em minha testa.

— A temperatura dela está normal – segurou meu braço. — O pulso também. Tem histórico de Alzheimer na sua família?

— Não – a encaro.

— É o jogo, Elle – Lee arqueou as sobrancelhas. — A revanche contra Stanford. O pessoal chega amanhã.

— Mal posso esperar pra ver nosso time acabando com eles mais uma vez – Pan revira os olhos de forma assustadora. — Posso sentir que até mesmo os fantasmas que habitam meu quarto vão me acompanhar pra assistir – mesmo que ela use a maquiagem menos carrega agora e tirou a maioria dos piercings, quando ela fala assim eu me lembro do motivo que a chamávamos de Morte. Primeiro: não sabíamos seu nome verdadeiro. Segundo: ela passava essa vibe trevosa.

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⏰ Última atualização: Apr 22, 2023 ⏰

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A Barraca do Beijo (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora