Pinguim.

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Eu aceito ser levado para o hospício. Podem vir, coloquem-me à camisa de força. O Noah e a Elle estão agindo como se absolutamente nada tivesse acontecido, faz apenas dois dias desde que eles brigaram e eu estou ficando totalmente maluco. Os dois se cumprimentam quando passam um pelo outro, é como se voltássemos no tempo em que eles eram rudes um com o outro.

— Então, você vai mesmo dar uma festa essa noite? – estava com as mãos nos bolsos, andando pelo gramado com Elle.

— Vou sim. Está na hora da casa Zeta mostrar como é uma festa de verdade. Morte me disse que as festas delas eram quase tão sem graças quanto as dos Omega – sorri. Morte é uma garota legal, apesar de ser um pouco fechada eu consigo me comunicar com ela. Bom, mais ou menos.

— Você já reparou no cheiro dela? Ela cheira a morango – falei pensativo, olhando para o céu.

— Por que você associa o cheiro das garotas com alguma fruta? – dei de ombros. — E não, eu não reparei que ela tem cheiro de morango. Mas fico feliz que você tenha reparado – Elle cutuca meu braço com seu cotovelo, fazendo uma expressão maliciosa e brincalhona.

— Não! Não é nada disso que você está pensando. Isso foi apenas uma observação.

— Mas eu não estava pensando em nada, Lee Flynn – apertei os olhos para ela com descrença.

— Cala a boca – revirei os olhos. — Você precisa da minha ajuda na organização?

— Mas é claro que eu preciso – batemos as mãos.

— Oi, Shelly – quase não percebi Noah passando do nosso lado, junto com os caras.

— Oi, Noah – Elle disse arqueando as sobrancelhas. Sem dúvidas os dois estavam se provocando.

— Que horas é a festa mesmo, nanica? – Oliver.

— Começa as oito, Olie – Elle responde sorrindo, e eu imediatamente flagro um rápido franzir de sobrancelhas do Noah.

— Legal, a gente se vê mais tarde então – Oliver disse e foi se afastando com os outros, menos Noah.

— É. A gente se vê na festa – Noah.

— Não, não. A gente não vai se ver na festa porque você não foi convidado – Elle disse gesticulando.

— Mas você convidou toda a fraternidade Kappa – rebateu.

— Com exceção de você – cruzou os braços.

— Hum, como é mesmo? – Noah passou a língua nos lábios e olhou para o horizonte pensativo, tentando lembrar-se de algo. — É melhor se acostumar com decepção – disse e deu uma piscadela. Elle abriu a boca indignada, mas Noah correu antes que ela pudesse se queixar.

— Vem, temos que comprar algumas coisa antes de começar a arrumar tudo – Elle bufou e começou a andar. Logo Morte apareceu, ela vai junto com a gente.

Olhando para Morte eu reparei uma coisa. Já tem um tempo que ela tem usado bem menos maquiagem do que o habitual, e ela tem menos piercings no rosto. O mais interessante é que não tem marcas.

Enquanto Elle olhava algumas coisas mais longe, aproximei-me da garota com cabelos pretos.

— Eu tenho uma pergunta.

— Com certeza você tem – ela disse, pegando pequenos copos descartáveis.

— Você tinha um piercing na sobrancelha direita e também no nariz, agora não tem mais. Mas não estou vendo nenhum furo. Esses piercings não são reais, não é?

— Pensei que ninguém iria reparar isso – franziu a testa.

— Eu reparo tudo em você – ri. Mas parei rapidamente quando notei o que tinha acabado de falar. Morte estava me encarando. Fechei os olhos com força. — Quer dizer eu... – legal, agora eu não sei o que dizer. Sem falar que ela pode pensar que eu sou um tipo de maníaco perseguidor. — Eu... eu... – sem mais nem menos apenas me afasto, indo para outro setor da loja com cara de bobo.

A Barraca do Beijo (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora