Voz que me acalma

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Sinto o pânico tomando conta de mim, mãos intrusas passeando pelo meu corpo, minha pele sendo quaimada, meus sentimentos sendo destroçados, tudo isso sem ser capaz de me mover, tento gritar por ajuda mas a minha voz não sai...

Mais uma vez acordo suado após um pesadelo, lágrimas escorrem dos meus olhos sem que eu possa controlar, meu coração está acelerado e a respiração desregulada, olho para o relógio que marca 01:27 da madrugada, então eu faço a primeira coisa que se passa pela minha mente, na busca de me acalmar, pego meu celular e disco o número da pessoa que eu sei que atenderia não importa a hora.

- Oi amor, ta tudo bem com você ?- a voz soa levemente preocupada e logo me sinto mais calmo apenas por escutar a voz dele.

-P'Pai, eu com saudades!

- Quer eu vá ate aí?

- Não precisa, só queria te escutar - é óbvio que ele percebe que eu não estou bem, escuto ele suspirar do outro lado da chamada.

- Estou saindo daqui agora, em vinte minutos chego aí!

- Não precisa, não quero te atrapalhar- a essa hora Prapai deve estar na metade das competições da noite.

- Nada importa mais que você, daqui a pouco chego aí, te amo! - antes que eu possa responder a chamada é encerrada.

Enquanto Prapai não chega eu aproveito para ir tomar um banho quente e tentar limpar por completo minha pele. Por mais que eu esfregue, ainda me sinto sujo, a imagens das mãos passando pela minha pele continuam se repetindo na minha mente. Depois de um tempo eu apenas desisto de apagar essas memórias com sabão, saio do banho me enrolando na toalha e logo após escuto a porta do quarto sento aberta, de imediato um sorriso se abre no meu rosto, já sabendo quem é, saio do banheiro em silêncio e corro o abraçando pelas costas. Aperto o abraço sentindo o cheiro do perfume, agora familiar para mim e o calor de seu corpo, e percebo que ele abre um sorriso, ele se vira para poder me olhar direito.

Ah esses olhos, olhos que eu tanto tentava afastar de mim e agora não sei como seria não te-los direcionados para mim e esse sorriso, esse maldito sorriso, talvez seja esse o meu maior ponto fraco, antes eu usava todas as minhas forças para não me render a esse sorriso, que me mesmo depois de eu tanto rejeitar não se desfez e agora tudo que eu mais quero é colar meu sorriso no dele e garantir que ele nunca se desfaça.

- Eu também estava com saudades- ele se aproxima de até que nossas respirações estejam misturadas e após alguns segundos junta seus lábios nos meus, em um beijo lento e apaixonado, se afastando um tempo depois.

- Eu te amo, P'Pai - solto sem motivo algum, apenas sinto vontade de falar o que eu sinto nesse momento, agora sem parede alguma para bloquear o que eu sinto. No começo, confesso que isso me assustava, me sentia completamente exposto, mas agora me sinto livre, como se estivesse flutuando.

- Eu também te amo, amor - o sorriso dele aumenta e tudo que eu quero fazer nesse momento é beija-lo, a noite inteira até que eu canse, se é que isso é possível, então eu o faço, passo meus braços ao redor da nuca dele e aproximo seu rosto do meu o beijando, dessa vez o beijo é necessitado.

Meu corpo está pegando fogo, de uma forma boa, suas mãos agarram minhas cintura e puxam para mais perto, mas parece que ainda não estamos perto o suficiente. Lentamente sou guiado até a cama, sendo deitado com cuidado, tendo o corpo do mais alto por cima do meu, e eu não me sinto nem um pouco sufocado, na verdade me sinto seguro e desejo cada vez mais.

-Estava com tanta saudade de mim assim, querido? - ele me pergunta com um sorriso sorrateiro no rosto, claramente tentando me provocar.

- Sabe, as vezes parece que você gosta mais dessas corridas do que de mim - faço um falso drama, eu sei que se eu pedir ele para qualquer coisa que estiver fazendo para vir até mim

- Nunca, eu já disse bebê, você é mais importante que qualquer coisa pra mim, eu faço o que você quiser.

-Sério, então quer dizer que você é meu ?

- Eu sempre fui seu, desde a primeira vez que te vi, pode fazer o que quiser de mim.

- Certo, então deixe-me cuidar do que é meu - eu o empurro invertendo nossas posições e sentando no colo dele. Começo a distribuir beijos pelo seu corpo inteiro, desfrutando do que é meu.
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O sol está quase nascendo e nós ainda estamos acordados, em silêncio apenas aproveitando a companhia um do outro, minha cabeça está deitada no peito dele e eu consigo sentir as batidas de seu coração, isso me acalma de uma forma inexplicável, sinto como se nada no mundo pudesse me afetar nesse momento, sinto que estou seguro e finalmente posso entregar meu coração sem temer que ele seja esmagado novamente.




N/A:
Boa madrugada estrelinhas, estou de volta! Dessa vez com uma one short de Prapaisky, um casal que já me fez chorar muito e eu diria que é um dos meus preferidos, espero que gostem.

No meio da noite Onde histórias criam vida. Descubra agora