Uma oportunidade!

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11 de Novembro de 2021

São 12h, eu já estou pronta pro almoço com os Lopes, todos os meus hematomas novos já estão escondidos, o Luan não precisa ver isto. Bom, estou com um vestido branco, com mangas bufantes pequenas, com uma fenda na saia, típico pra almoço de "família".

Desço até a cozinha onde está a minha mãe auxiliando a cozinheira o que fazer.

- Filha como você está linda!

- Obrigado mãe! E a propósito eu esqueci de te perguntar, mas você ou o papai viram um envelope que chegou na segunda?

- Não filha, não vi nenhum, e acho que seu pai também não!

- Tudo bem então.

- Mas era sobre o que?- Ela pergunta levantando suspeitas.

- Não sei também, mas me disseram que iria chegar algo.

- Entendi meu amor, agora vai lá pra sala, que os Lopes já já irão chegar.

Não parei de pensar sobre esta encomenda que Charles havia dito que iria chegar na minha casa na segunda, mas nada apareceu até agora. Chego na sala e meu pai me olha de baixo a cima, ele nunca fez isso. A cada dia que passa sinto mais medo do meu pai.

- Oi meu amor.- Ele me dá um beijo no topo da minha cabeça.- Você está muito bonita!

- Obrigado.- Digo gaguejando.

E bem nesta hora, a campainha toca. Meu pai vai em direção a porta e dou um suspiro de alívio. Antes de abri-la, ele me olha de relance, eu entendi o aviso, qualquer erro que eu fizer, eu ganho mais uma cor pelo meu corpo.

- Sejam bem-vindos.- Mark diz sendo simpático, e estende a mão para Luiz, que a aperta.- Entrem por favor.

- Coelinha!

- Luan!- Digo no mesmo tom pelo qual havia me chamado, e ele logo me puxa para um abraço.

- O almoço ainda não está pronto, mas logo logo irá sair. Vocês dois.- Meu pai aponta para mim e Luan.- Podem ir fazer algo se quiserem, agora irá apenas ser assunto chato de adultos.- Assinto e puxo Luan em direção as escadas.

- E para onde a Senhorita está me levando?

- Para onde você acha?

- Não sei, você vai tentar me assassinar será?- Ele diz e começamos a rir.

- Claro que vou! Com toda a certeza.- Digo sendo sarcástica.

Abro a porta do meu quarto e o empurro para dentro.

- Coelhinha, você é meio pervertida. Me trazendo no seu quarto já?

- Para de ser idiota.- Digo rindo.- Eu preciso te contar uma coisa.

- Antes que você diga algo, eu também preciso. Maya, meus pais que pediram o almoço, e seus pais ofereceram ser aqui, na sua casa. Mas o ponto não é esse, eu contei para o meu pai, sobre isso.- Ele pega um lencinho que estava em minha cabeceira e limpa o corretivo e a base que estava escondendo meus hematomas.- Nós queremos te ajudar, ok?

Eu apenas assinto e ele continua com uma mão acariciando o meu rosto, enquanto as lágrimas apenas escorriam. Diferente de meu pai, o Luan me trás conforto. Ele limpa as minhas lágrimas e vou em direção ao banheiro retocar a maquiagem.

Enquanto pego a minha maletinha, ele fica apenas escorado na porta me observando. A cada vez que eu passava corretivo, ardia, mas era necessário. E então só sinto braços passando em volta de minha cintura e apoiando a cabeça em meu ombro. Ficamos um tempo assim, e apenas nos observavamos em frente ao espelho. Ele me vira e pega o pincel da minha mão, me ajudando a terminar de passar. Ele sabia que eu estava segurando a dor, e então passava devagar, para me machucar o mínimo o possível.

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