Capitulo 2

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NARRADOR

Eduarda estava sentada na praça de alimentação do shopping, tinha ido procurar emprego nas várias lojas ali e agora estava cansada e triste.

De longe uma mulher a observava, ela já tinha percebido que não lhe tirava os olhos e não entendia o porque.

Ficou estática quando a mulher sentou ao seu lado, o perfume dela era algo surreal, a mulher era linda na verdade. Com um corte de cabelo  moderno, pele delicada e roupas finas parecia até estranho ela estar ali

— Estive de observando de longe

— Eu percebi

— Meu nome é Bárbara, prazer

Duda analisou a situação e pensou se poderia confiar mas o que mais tinha a perder? Nada

— Eduarda

— Porque está a tanto tempo parada olhando pro nada?

— Não posso? Isso está te incomodando?

Bárbara deu um sorriso

— Está me preocupando... Certamente está com algum problema

— Não se preocupe, eu sempre me livro deles

— Gostaria de poder ajudar

— Em troca de que?

Duda sempre foi bem desconfiada nunca conseguiu nada de graça e não acreditava na bondade das pessoas

— De qualquer coisa que você possa oferecer

Eduarda levou um tempo até entender aquilo mas mesmo achando estranho seguiu ali ouvindo

— Aceita almoçar comigo?

— Uma vez minha mãe disse pra não confiar em estranhos

— Já me apresentei então não sou estranha

— Vai pagar a conta? Não tenho dinheiro

— Sim, estou te convidando. Aceita?

Duda afirmou com a cabeça, andaram um pouco até um dos restaurantes que haviam ali, Duda sempre passava longe dele pelo valor da comida e por sempre preferir lanches e besteiras

Bárbara escolheu uma mesa, mandou que elas sentasse e fez o mesmo.

Receberam um cardápio e lá percebeu pelo olhar de Duda para o folheto viu que haviam várias dúvidas

— Pode pedir o que quiser, não se preocupe

Eduarda a observou por um momento

— Não está querendo meus órgãos está?

Bárbara riu e o som de sua risada foi perfeita concluiu Duda

— Não bobinha...

O celular da mulher tocou e ela pediu licença e atendeu

"Estou almoçando, preciso desligar"

Houve um silêncio quebrado apenas por suspiros de Bárbara, a pessoa Do outro lado parecia irritada.

"Podemos discutir isso em casa, está muito alterada...  TPM atacou forte"

...

"Claro que tem amor, uma das mais terríveis que já vi"

Pelo jeito estava falando com uma mulher

"Ok, beijo"

Duda viu uma aliança de ouro no dedo dela

— Você é casada?

— Sim, vou te apresentar em breve

O pedido  chegou e elas comeram em silêncio, quando terminou Duda viu que ela usava o celular e sorria para a tela.

"Essa mulher tem algum plano diabólico"

Pensou

— Acabei

— Vou pedir sobremesa

Quando acabaram Bárbara pediu a conta e depois saiu dali com Duda a seu lado.

— Está procurando emprego?

— Sim

— Posso te oferecer um emprego

— Não sendo em um cabaré

— Eu nem tenho um... Na verdade temos uma agência de modelos e você tem o perfil ideal. Quantos anos você tem?

— 19

Duda respondeu

— Vamos comigo até minha casa, podemos conversar melhor

— É longe daqui?

— Não, depois te levo na sua casa

Duda ficou triste ao lembrar que não tinha mais uma casa e se não fosse com ela pra onde iria?

— Vamos

Andaram em direção ao estacionamento e a moça se surpreendeu ainda mais com o carro, pensou que a qualquer momento acordaria em sua casa com as malas arrumadas.

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