Capítulo 3: Medo

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O que eu fiz? Eu estava fora de mim

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O que eu fiz? Eu estava fora de mim. Eu tomei vários banhos depois que cheguei em casa. É como se eu estivesse infectado com algum tipo de doença que me tirasse o controle e consciência. Eu prometi que não ficaria com ninguém. Eu quebrei a promessa. Eu mereço ser castigado. Pego uma gilette e passei na minha perna várias vezes.

O sangue que cai no chão e desce pelo ralo, mas a culpa continua me matando por dentro. Os meus pais vão me mandar para o Centro de Cura Gay. Eu não vou poder escapar desta armadilha maldita. Porém, o toque do Jimmy no meu corpo ainda se mantém presente. São sentimentos conflitantes e difíceis de lidar.

— Filho, — a minha mãe chama. — o café da manhã está pronto.


— Ok, mãe. — eu me assusto e guardo a gillete no armário.


Tudo bem, Ethan. O que aconteceu foi um erro desnecessário e mundano. Eu preciso me voltar para a fé. Jesus é o único que pode ajudar a conter esses vacilos da carne. À mesa, eu finjo normalidade para os meus pais. Aproveito para oferecer ajuda ao meu pai. Ele vai distribuir cobertores em uma comunidade carente.

Na escola, eu faço de tudo para não esbarrar com o Jimmy. Graças aos céus, que o time de futebol está treinando para o primeiro jogo da temporada, ou seja, ele estará ocupado nas próximas semanas.

Aproveitei um intervalo nas aulas e fui para a biblioteca. Quero um livro de mistério, mas o acervo local é péssimo. "No limite da razão", o título do livro chamou a minha atenção, mas uma voz me assustou.

— Todo nerdzinho. — o Jimmy está parado na minha frente. Ele usa a jaqueta do time de futebol e um boné virado para trás.


— Eu preciso ir...


— Ei, espera. — ele me impede de seguir. — Você está bem?


— Eu, eu, ótimo. — eu não consigo formar uma frase. O meu coração parece um tambor em êxtase. — Eu estou ótimo.


— Vamos lanchar. Estou faminto e preciso repor as energias. — Jimmy sorri e os meus pés os seguem.


O Jimmy tem uma força descomunal e não tenho chances de evitar ser arrastado pelos corredores da escola. Ele para em um grupo de pessoas que estão conversando sobre o passeio que vai ter para o Yellow Groove, uma área indígena próximo a cidade. Lógico que meus pais não vão me deixar ir com a turma, então, a minha animação é zero.


As pessoas da minha escola não são tão ruins quanto eu imagino que seriam, mas não consigo me conectar com ninguém, nem mesmo os alunos nerds ou desajustados. Aqui é um terreno diferente, não em um sentido ruim, mas é apenas diferente.

O Jimmy parece conhecer todos. Com certeza, eles estudam desde o primário juntos. Eu sei que o melhor amigo dele é o Brian Trevor, um grafiteiro de mão cheia e que já entrou em conflito com o meu pai por causa dos seus desenhos. Digamos que o Pastor Ward não goste de pênis voadores nas paredes próximas à igreja.

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