Capítulo 1 - Em busca de respostas

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Meu nome é Diana Mitre de la Barthe, venho de uma linhagem de bruxas poderosas e vou compartilhar com você tudo que vivi antes de chegar à Guerra de Olimpia. Para você que não está entendendo muito fique tranquilo, pois aqui você irá saber de tudo.

Então vamos começar de quando comecei a usar meus poderes e até mesmo com os descobri. Na minha infância foi tirada da minha mãe e fui viver no Egito com meu pai e minha avó. Fui criada como uma criança comum, e não tenho que reclamar em relação a isso, mas queria muito ter conhecido minha mãe...é um direito meu, mas o medo do meu pai fez com que fugíssemos para o Egito, pois nos reinos no Norte as bruxas estavam sendo cassadas por ordem dos reis dos principais reinos que na época eram Timor, Dark e Olimpia. O temor de meu pai fez com que eu crescesse sem uma mãe. Hoje com 19 anos ainda fico presa pensando como seria se tivesse crescido com ela, fico imaginando como ela deveria ser sabia e poderia ter me ajudado muito a entender esse meu poder, meu pai por outro lado tentou esconder o máximo possível qualquer vestígio de meus poderes, eu entendo que ele temia o que poderia acontecer se as pessoas descobrissem que sua filha era uma bruxa, mas acho que ele poderia me contar tudo que sabia, talvez as coisas teriam sido diferentes naquela noite das três luas quando estava na igreja da cidade, infelizmente as coisas não ficaram boas, inocentes morreram e tudo pela minha falta de habilidade e uma péssima maestria dos meus poderes. A noite das três luas eu vim descobrir que é um rito cósmico que faz o despertar o ápice dos poderes de todas as bruxa do clã Lumière Noire, para mim foi um inferno, porque eu mal sabia usar o pouco que eu já tinha, ai do nada eu tenho que lidar com tantos poderes, fiquei perdida e por algumas horas foi como se estivesse fora do meu corpo somente vendo tudo acontecer sem poder fazer nada, foi tudo muito triste e não acredito que matei todas aquelas pessoas, tem noites que quando tento dormir fico presa nessa memória e escuto os gritos e vejo o sangue. Queria poder apagar tudo da minha cabeça, mas infelizmente é um fardo que vou carregar comigo durante toda minha vida.

Tem coisas que somente praticando faz algum sentido, e essa noite para mim apesar de tudo de ruim que aconteceu, comecei a descobrir mais sobre meus poderes e consegui até mesmo descobrir um pouco sobre minha linhagem de bruxa, durante o momento em que estive fora de mim, tinha duas mulheres que se aproximaram de mim, uma tinha uma capa toda branca com um cabelo longo e vermelho, já a outra, não tinha cabelo e seus olhos sem dúvidas eram destaque, porque ela tinha heterocromia e seus olho esquerdo era vermelho e o outro era verde, quando chegaram ao meu lado, tentei ter uma conversa normal com elas, mas não aconteceu. O que veio foram visões do passado e mostrando como as primeiras da linhagem aprenderam a utilizar os poderes e a dominá-los, ao fim da visão elas sumiram e eu consegui voltar ao meu corpo, mas teria que lidar com tudo aquilo, as mortes, visões e o que faria depois.

Durante todo o momento em que estava lá vendo aquelas pessoas mortas, eu só pensava em como seria possível viver sabendo que matei várias vidas. Fiquei ajoelhada no chão com todo sangue sobre meu corpo pensando o que faria, talvez uma parte de mim esperava que as duas mulheres apareceriam para me ajudar, mas fiquei horas parada lá e nada. Quando estava amanhecendo resolvi me levantar, secar as lagrimas e engolir o choro, pois resolvi buscar respostas em relação as visões que aquelas mulheres me mostraram. Queria entender melhor sobre tudo que vi e como evitar que aconteça novamente. Então fui rumo a terra dos reinos do Norte, pois nas minhas visões as respostas estariam lá. Só não poderia imaginar que vir para os reinos do Norte me trariam tantos problemas, mas foi bom, pois necessitava das respostas.

Meu primeiro passo foi embarcar no navio Aegypti – North que era com destino direto ao primeiro reino do conjunto dos reinos do Norte, que na época era para o reino de Funes Mori que pertencia ao rei Klauver Wincler, infelizmente mais a frente iriamos ter o desprazer de nos conhecer, mas isso é lá frente. Minha chegada foi muito complicada, pois a saudade do meu pai e da minha avó me deixava muito pra baixo, e quando fui embora não me despedi deles, o medo de fazer algo de ruim para eles era maior que a vontade de um possível último abraço. Em Funes Mori estava lidando com meus próprios demônios, mas eu tive que ser forte, pois sentia que algo grande estaria a caminho. Quando desembarquei de manhã, já fui em busca de um lugar para viver, mas ficar na cidade não era uma cogitação, pois durante a viagem vi notícias de que a caça as bruxas ainda estavam acontecendo. Então resolvi ir para uma floresta próxima a cidade e construir uma cabana, e com alguns recursos de magia seria possível construir um abrigo antes do anoitecer. No fim da tarde já estava com uma cabana, fogueira e até mesmo a janta já pronta, estava tudo fluindo bem. Fique na rotina de sair para caçar e voltar para cabana durante a primeira semana, depois fui fazer algumas visitas a cidade e conhecer um pouco o reino, sabia do risco que estaria correndo com minha presença, mas não sai da minha terra para ficar trancada em uma cabana isolada. Fui em busca de uma biblioteca que vi em uma das visões, não foi difícil encontrá-la, pois era a única aberta no reino todo. O receio de entrar lá foi enorme, porque em um reino enorme só ter uma biblioteca funcionando, achei muito estranho, então sondei melhor com o pessoal da feira local, para descobrir o porquê das outras bibliotecas estarem fechadas. A resposta foi unânime, o rei não queria que o povo estivesse acesso as informações contidas nos livros, pois poderia levar o surgimento de novas bruxas, e a biblioteca Emrys só está aberta, por um feitiço poderoso realizado pelo primeiro clã de bruxos que existiu nos reinos do Norte, o clã realizou um feitiço para proibir que todos que tenham a intenção de acabar com os conhecimentos contidos na biblioteca iriam ser enfeitiçados e o efeito do feitiço é o esquecimento da memória, pelo que entendi o feitiço cobre o reino inteiro, por isso o rei não explodiu a biblioteca. Fiquei sabendo que quando começou a caça às bruxas, muitas foram buscar abrigo lá, porém o feitiço é somente destinado a um propósito que é proteger a estrutura e todo conhecimento que pertence a biblioteca e não as pessoas que estivessem no local, infelizmente aconteceu um massacre e nenhum sobrevivente naquela noite. Sabendo disso, fiquei em dúvida se entraria ou não na biblioteca, pois imaginei que poderiam ter caçadores vigiando que estaria entrando e saindo da biblioteca, então resolvi passar em frente para ver como estava a situação, e para minha surpresa tinha muita gente entrando e saindo de lá. Fiquei confiante em ver tantas pessoas lá, então resolvi entrar e buscar algum livro que me ajude a entender sobre minha magia.

Para minha decepção, não tinha nenhum livro sobre magia ou bruxas, então resolvi ir embora, porque já estava cerca de uma hora lá dentro caçando algum livro que me ajude e não tinha nenhuma resposta, quando estava saindo escutei um som em um dos corredores que não tinha ninguém, quando cheguei na entrada do corredor um livro caiu do alto da prateleira e comecei a escutar uns sussurros muito complicados de entender. Confesso que fiquei com medo da situação, mas fui me aproximando do livro que estava caído no chão, e o sussurro virou uma voz assustadora de um homem e ficava toda hora repetindo:

- Venha, venha Diana, precisamos de você nessa última ordem, tudo vai mudar.

Porra, pensei seriamente em sair de lá correndo, mas que ordem é essa? E o que vai mudar? Essas dúvidas me fizeram seguir em direção ao livro e cada passo em direção ao livro ficava mais arrepiada e a voz não estava mais falando e sim gritando. Quando finalmente ia pegar o livro, uma senhora muito estranha apareceu no início do corredor e começou a falar comigo:

- O que está fazendo ai menina? – perguntou a senhora que estava apoiada em sua bengala e falando com sua voz arrastada.

-Nada, só estou apenas pegando esse livro para me distrair. – Respondi com um tom de insegurança, tentei disfarçar pegando o livro e caminhar em direção e porta de saída, mas quando passei diante dela, senti em seguida sua mão enrugada pegando em meu braço e me parando. De imediato fiquei desesperada e antes que pudesse dizer algo a senhora começou a falar:

- Menina, me chamo Nice Kyteler queria poder falar melhor com você, mas não é a hora, preciso que pegue esse livro e saia daqui. – falou a senhora enquanto me olhava profundamente com seu olhar de preocupada. Sem perguntas, só fui em direção à rua, quando dei uma olhada rápida antes de sair do foco do corredor, a senhora desapareceu. Quando estava abrindo a porta, e saindo desatenta, uma mulher esbarrou em mim e ficou aborrecida:

- Que desgraçada, presta atenção! – berrou a mulher que estava encapuzada com sua capa cinza que só dava somente para ver seu rosto branco igual a neve, com seus olhos castanhos e cabelos escuros. Antes que pudesse pedir desculpas ela continuou falando:

- Quem é você garota? Nunca te vi aqui pela cidade, o que faz aqui? – me perguntou a mulher, enquanto me analisava fixamente com seu olhar intimidador.

- Sou nova aqui na cidade, estou passando para visitar a cidade, sou de Fayoum no Egito, e estou aqui vendo essa biblioteca, pois na minha cidade temos algo parecido, mas não é desse jeito. – Respondi sem confiança e coragem de encará-la nos olhos, enquanto ela só estava me analisando e depois falou?

- Saia do caminho garota, não estou com tempo para isso. – Falou com seu tom arrogante e intimidador, e saiu andando. Como eu só queria sair da cidade logo, resolvi não dar importância para ela, fui correndo para a cabana e ver o que tinha naquele livro.

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⏰ Última atualização: Apr 22, 2023 ⏰

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Diana Mitre de la BartheOnde histórias criam vida. Descubra agora