cap 5. a segunda semana

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Mais sete dias se passaram e os cortes sumiram quase por completo. Mas nem tudo melhorava como minhas feridas, pelo contrário, Maycon se tornava cada vez mais violento e temia que o pior acontecesse comigo.

Eu estava magra, minha barriga doía e minha garganta estava seca como areia, ou melhor, como o próprio deserto.

Tudo o que eu queria naquele momento era um prato de comida e um abraço de minha mãe. Ah! minha querida mãe, como eu queria ter ouvido seus conselhos.

-Esse rapaz não é bom para você, eu sinto isso minha filha- Ela me dizia sempre que tinha oportunidade- Você merece mais, MUITO mais.

Dou um riso quase como um soluço, e passo a mão pelo rosto desorientada;

-Eu preciso ir embora- Falo comigo mesma.

-Ah precisa?-Dou um sobressalto ao ouvir a voz de Maycon, que estava sentado perto da porta me observando, devia estar lá fazia já algum tempo- Tudo o que você precisa é de mim, princesa.

-Vai se fuder- Falo sem pensar nas consequências- estou cansada de você, seu mentecapto.

-ah que fofinha- Debocha de minha raiva- Só por que não está mais machucadinha acha que já pode ir me enfrentando?

-Eu só quero que você me solte Maycon, meus pais devem estar tão preocupados, ainda dá tempo de você sair dessa sem ninguém saber de nada- Tento persuadi-lo

-Você não entende mesmo não é?- Desenha nossos nome com sua faca na parede- Você não percebeu que ninguém te procurou? Na verdade, ninguém deve ter nem notado que você sumiu. Aceite a verdade, não há nada para você lá fora.

-E o que há para mim aqui?

-Este que vos fala- Sorri maliciosamente

-Além da morte?

-Meu amor, é dele de quem precisa.

-Eu não preciso, estava bem sem tudo isso. Olhe pra mim Maycon, eu estou morrendo, me corroendo, eu vou morrer aqui

-Não precisa de mim?- É tudo o que diz

-Eu vou morrer...-Murmuro limpando as lágrimas

Maycon dá um sobressalto e se agacha ao meu lado, encostando sua cabeça em meu ombro, onde um dia sangrou:

-Você me ama Verônica?

-Maycon...- Minha voz sai muito mais fraca do que gostaria, quase um sussurro- Eu não posso...

Ele levanta e anda até a grade de cabeça baixa visivelmente irritado:

-Por favor, eu estou implorando!- Grito desesperada - Eu quero sair querido, deixe-me ir

O vejo jogar a bandeja em cima de uma mesa no chão.

-CALE A BOCA, VOCÊ AS VEZES É MUITO MIMADA, VERÔNICA- Chuta as barras de ferro- VOCÊ NÃO QUER QUE EU A AMARRE, QUER?

Balanço a cabeça em negação

- Eu te fiz uma pergunta e agradeceria se você parasse de choramingar e me dissesse em voz alta e clara

-Não, não é isso que quero- Tento dizer do jeito mais firme possível

- Ótimo! Finalmente estamos nos entendendo- Vai em direção a porta- Ah...e espero que não tenhamos essa conversa novamente

e espero que não tenhamos essa conversa novamente

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