CAPÍTULO 1

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CAPÍTULO 1

Aynna

Me explique, me explique o porquê as pessoas fazem bullying. Não faz sentido algum, a pessoa simplesmente não gosta de você e começa a te humilhar e te tratar mal, isso é completamente revoltante. Principalmente quando você é quem sofre.

Meu nome é Aynna Moryn (se diz Âina), as pessoas costumam pronunciar meu nome errado, por não ser um nome tão comum, mas bem, por ser algo rotineiro já não me incomodo tanto. Sou ruiva e meu cabelo é ondulado para o cacheado, tenho sardas (que odeio), meus olhos são verdes, tenho 16 anos, não há muito a dizer sobre mim então vou continuar. Já são 11 horas da manhã, aula de geografia. Geralmente adoro essa matéria pois considero-a interessante, e gosto de responder as perguntas da professora, ela é gentil, mas logo que esses problemas começaram..., eu comecei a odiar o simples ato de falar, o silencio se tornou a minha melhor resposta.

Bom, deixe-me explicar, dês de que entrei nessa escola de riquinhos mimados, eles sempre me tratam e classificam como lixo, costumam me chamar de pobre, idiota, camponesa do lixo, nerd nojenta, órfão, curupira, ratinha entre outros insultos. Os apelidos pobre e camponesa do lixo vem pelo fato de ter entrado aqui por bolça, fiz um concurso para entrar, eu não sou da elite como eles. O de órfão pelo fato de eu ter me mudado para aqui logo após meus pais morrerem num acidente, não acho que realmente foi um acidente, foi uma história claramente mal contada de acordo com os fatos, mas todos preferiram ignorar poe eles não serem importantes, mas isso é assunto para outro momento. Os demais são altos explicativos.

Enfim, votando a aula, eu realmente queria responder à pergunta então levantei a mão (por quê? Por que fiz isso? Podia ter ficado quietinha na minha, mas não, fui lá e levantei a mão) a professora olhou para mim, sorriu gentilmente e disse:

- Aynna pode responder, por favor!

Naquele segundo, naquele maldito segundo, todas as almas daquela sala olharam para mim, inclusive aquela panelinha desgraçada que goza de mim, apenas pelo fato de minha pessoa respirar. Já não dá para voltar atras, puxei o ar e comecei:

- Eu acho que isso aconteceu pelo excesso de chuva que- não pude terminar a resposta, interrompida por Tiana, que não me proporciona nem um segundo de paz, que diz, num tom sádico:

- Hun – dá uma risada anasalada- lá vai o curupira falar do que melhor sabe, do mato. – Ela ri, junto as demais risadas dos outros alunos na sala. Mila não é muito alta, é uma garota padrão, Loira, dos olhos azuis mas isso a não a torna melhor, ela, porém não é muito inteligente, fez a piada, que no fim nem sobre mato eu falava.

Abaixei minha cabeça, me calando no mesmo segundo, enquanto a professora tentava acalmar a sala. O sinal finalmente toca e todos saem, inclusive eu, como sempre por último. Costumo não almoçar, odeio aquele alvoroço no refeitório, os barulhos me perturbam, fora a perseguição, então, geralmente me escondo atras da escola, sento-me no chão lendo um livro até que o intervalo finalmente acabe, e hoje não foi diferente.

O livro que eu estava lendo hoje era um tanto... triste, não costumo chorar lendo, mas com aquela música triste, foi o gatilho. Eu chorei, chorei como uma garotinha. Creio que não foi tanto pelo livro, mas mais pela minha situação, chorar para mim é um desafio, então isso se tornou um alívio. Chorei praticamente o intervalo todo, ou seja, uma hora inteira, encolhida próxima a parede com a cabeça encostada nas pernas e meus braços a rodeando. Sendo honesta odeio chorar, me sinto vulnerável e odeio isso, mas tirou um grande peso das minhas costas. Logo faltava 10 minutos para o fim do intervalo, passou tão rápido como nunca. Me levantei e fui direto para o banheiro, joguei água em meu rosto e meus olhos permaneciam inchados. Apenas aceitei, sabia que não tinha nada a fazer em relação àquilo, então apenas fui até a sala com a toca de minha blusa sobre minha cabeça, evitando ao máximo contato visual. Como eu amo usar toca, meu moletom preto que uso a anos é meu melhor amigo, ainda mais a toca, quando estou incomodada a coloco, me sinto escondida, deixo de ser observada.

Consequência. { Em desenvolvimento.}Onde histórias criam vida. Descubra agora