Tom
Hoje era dia de mais um show.
Já tinhamos passado por Nova Iorque em nossa última turnê, mas dessa vez os ingressos estavam esgotados. Eu nem sabia que tinhamos tantas fãs assim. Tudo isso era muito novo para eu e os meninos: a fama, o dinheiro, os fãs. Quem imaginaria que uma banda vinda da alemanha faria tanto sucesso assim pelo mundo? Eramos febre entre pessoas de todas as idade, principalmente entre as jovens dos 10 aos 18 anos.
Passei o dia ensaiando junto com Bill, Gustav e Georg. Queríamos dar o nosso melhor naquela noite. O local do show não era muito grande, mas aparentemente era bem frequentado. Vi todo o trajeto que nossa van fez até chegar ao estabelecimento, onde haviam centenas de fãs na fila aguardando na entrada. Era excitante saber que iriamos tocar na frente de tanta gente e eu estava muito animado.
Entramos pela parte traseira do bar em direção ao local de nossos camarins. Decoração simples, mas bastante espaçosa. O show começava em aproximadamente 30 minutos, que era o tempo de Bill retocar sua maquiagem enquanto eu e os garotos terminavamos os preparativos com os instrumentos.
— Será que vai ter alguma gatinha no nosso camarote? — Georg perguntou. Eu torcia para que tivesse.
— Eu dei 2 entradas pra uma amiga — disse Bill, dando de ombros — Mas tirem o olho da loirinha! — advertiu. Meu irmão estava ficando mulherengo igualzinho a mim.
— É essa mesmo que eu vou querer! — brinquei. Bill e eu sempre costumavamos tirar sarro da cara um do outro quando o assunto se tratava de mulher. Isso tudo porque quando eramos menores, ele deu o primeiro beijo com a mesma menina que eu.
— Eu te arrebento! — ele disse, ameçando me bater. Levantei meus braços em forma de rendição e soltei uma risada. Ele realmente levava a sério o código de irmãos.
Bill terminou sua maquiagem e se juntou a nós para irmos em direção ao camarote cumprimentar algumas pessoas por lá. Logo quando entramos, percebi que não tinham muitas pessoas por ali. Eram majoritariamente meninas, algumas muito bonitas por sinal. Vi o momento que uma loirinha correu até Bill, abraçando-o fortemente. Provavelmente era a garota que ele havia mencionado mais cedo. Ele tinha um bom gosto para mulheres, igualzinho a mim.
— Bill! — exclamou a garota, abraçada com meu irmão. Ele a agarrou de volta, ficando um tempinho em silêncio. Que menino ousado!
— Lindsay! Que saudade! — respondeu, se desvinciliando lentamente da garota. Os dois pareciam ser amigos de longa data, mas eu não me lembrava dela e nem de seu nome.
— Oi garotos! — ela desviou sua atenção para mim, Gustav e Georg. Sua expressão era tão animada que chegava a ser contagiante. E ela realmente era bem bonita, mas não fazia totalmente meu tipo.
— Oi — disseram Gustav e Georg, acenando com a mão. Os dois não eram os melhores com as mulheres, isso era inegável, e o nervosismo era evidente em suas expressões.
— Iai — eu disse, simplista. Dessa vez eu tentaria não talaricar o meu irmão. Ela sorriu e continuou conversando um pouco com Bill, fazendo com que eu e o resto dos meninos parecessemos 3 velas ali parados.
— Aquela ali é minha amiga — Lindsay apontou em direção à uma garota que nos observava de longe.
Eu estranhei o que vi. Uma garota de vestido e salto não era o padrão que viamos em nossos shows. Fora isso, ela era bonita. Muito bonita. Era o típico padrão de menina nova iorquina mimada, mas era muito gata. Porém, eu só conseguia me perguntar uma coisa:
— Por que tem uma patricinha aqui? — pensei.
O que eu não percebi é que acabei verbalizando meu pensamento, em um tom talvez muito alto para o local. Ela não estava longe, então provavelmente escutou a gafe que deixei escapar. Todo mundo que estava no local começou a me encarar surpreso, e eu percebi a burrada que tinha feito. Tentei dar um sorriso de canto pra descontrair, mas acho que acabou não dando muito resultado.
A garota a quem eu estava me referindo também abriu um sorriso, mas eu vi seu rosto ruborizar. Estranhamente fofa. O fato era que ela não fazia o meu estilo, mas sua beleza era radiante: os cabelos amendoados (ou loiros, não sei muito bem) harmonizando com sua pele clara e traços delicados (pelo o que pude ver de longe). Seu corpo era perfeitamente curvado, com pernas torneadas e outros detalhes que prefiro não me pronunciar sobre (se é que vocês me entendem).
— Ela se chama Michelle. — disse Lindsay, tirando-me dos meus devaneios. Seu nome era bonito também.
Vi quando Lindsay pegou a mão de Bill e começou a levá-lo em direção da garota. Eu e os garotos decidimos acompanhar, afinal, depois do vexame que passei, eu precisava ao menos encontrar um jeito de amenizar a situação. Fui acenando e sorrindo para algumas outras garotas ali presentes no caminho, e quando finalmente chegamos mais perto de Michelle, notei que ela parecia ainda mais bonita dessa distância. Seu cheiro também se projetava longe: uma mistura de floral e lavanda. Ela parecia ser do meu tamanho, mas como estava com um salto consideravelmente alto, presumi que acabaria sendo um pouco menor. Eu literalmente estava a olhando de cima a baixo, sem nenhum pudor. E acho que ela percebeu, quando sorriu sem graça e colocou uma mecha do seu cabelo dourado atrás da orelha.
— Amiga, esses são os integrantes da Tokio Hotel. — Lindsay apresentou. — Esse é o Bill — apontou para meu irmão.
— É um prazer, Lindsay fala muito de você. — disse a garota, com um sorriso persistente nos lábios. Sua voz se encaixava perfeitamente com sua aparência.
— Ah é? — Bill riu — É um prazer Michelle! — ele completou, apertando a mão da garota, que rapidamente retribuiu.
— Esses são Georg e Gustav, baixista e bateirista da banda! — Lindsay disse. Michelle se apressou para cumprimenta-los, apertando a mão dos dois e distribuindo sorrisos. — Esse daqui é o Tom, guitarrista da banda. — Lindsay continuou. Eu não podia perder a oportunidade de fazer alguma gracinha, então me preparei.
— É um prazer, gatinha! — estendi minha mão na direção de Michelle, seguida de uma piscadela e meu famoso sorriso de canto. Nunca falhava. Ela intensificou seu sorriso e retribuiu meu aperto de mão. Até o toque da sua mão era macio.
— Prazer Tom — ela respondeu educadamente e desvinciliou nossas mãos. Nem parecia que eu havia a chamado de patricinha em alto e bom som a alguns minutos atrás.
A verdade é que ela fugia totalmente do padrão das garotas que eu costumava ficar, mas algo tinha me chamado muita atenção. Eu não gostava de garotas mimadas, ou então as chamadas patricinhas, que eram febre entre as garotas daquela época. O estilo punk fazia mais meu estilo, juntamente com os rolês noturnos e quase sempre insalúbres. Tinha tido poucas namoradas, afinal, eu ainda era novo, mas eu realmente gostava de algo mais casual, descontraído. Relacionamento sério nunca foi meu ponto forte, e eu sempre fiz questão de deixar isso claro pra todas as garotas que eu me envolvi.
E o porquê de eu estar falando todas essas baboseiras?
Porque eu queria dar uns beijos nessa garota que estava aqui na minha frente.
E ia fazer de tudo pra conseguir.
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LOVE TALK - tom kaulitz
Fanfictom kaulitz pensou que nunca iria se apaixonar por uma patricinha até encontrar michelle no camarote de um dos shows de sua banda