Quando você está morrendo, mas diz a eles que não é tão ruim

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Fumiko olhou para as ruas de Tóquio onde todos estavam correndo. O jogo do rei de espadas. Imaginava que seria algo extremamente perigoso e honestamente ela não tinha nenhum plano a não ser sair correndo de lá por enquanto. Se escondeu atrás de um carro para não ser atingida por uma bala perdida, mas podia sentir os olhos felinos e furtivos, para os leigos que não prestavam atenção, grudados em suas costas. Chishiya. Como diria Niragi, Fumiko era a versão feminina do garoto de cabelos platinados. Se lembrou do garoto quando estavam no jogo do cavalo e de vê-lo na Praia.

Era seu terceiro jogo. Os cantos eram mais fáceis de se esconder e também tinha como correr, a visão periférica seria muito ruim já que estaria com uma máscara. Aquilo chamou a atenção do garoto. Ela era inteligente.

Todos já tinham saído do jogo e feito suas rotas para qualquer esconderijo que estavam. Miko era quase que uma sombra, um fantasma onde nem perseguia, ia e voltava quando quisesse. Quase como um gato sorrateiro no meio da noite. Mas havia um certo passo que também passaria despercebido, mas ela ainda podia ouvir.

— Há alguma razão para você estar me seguindo como se fosse um stalker? — ela perguntou ainda sem virar para ele, fazendo seus passos parar e então lentamente se virou para o garoto com capuz que ergueu suas mãos como se não fosse culpa dele

— Eu só estava curioso, não posso? — ele perguntou com seus lábios curvando num sorriso entre divertimento e malícia

— Na verdade não — respondeu friamente e ia voltar a andar

— Você poderia ir pra praia — ele sugeriu e ela o olhou

— Eu vou conseguir as cartas lá? — ela perguntou e então ele voltou a dar seu sorriso de Monalisa

— Talvez — ele respondeu

— Vai ser o próximo local de jogos lá, não é? — ela falou e quando as sobrancelhas dele se levantaram em surpresa foi a vez dela de sorrir e então ela voltou a andar

— Você não vai esperar por mim? — ele perguntou em deboche e ela deu um sorriso de escárnio para ele

— Eu não espero por ninguém — ela disse fazendo seu caminho até o hotel em que ficaria hospedada, amanhã descobriria sobre a tal praia

Precisava ir para outro jogo rapidamente, mas qual? Ouviu seu nome ser chamado e logo saiu de lá para ver Kuina a chamando com a mão junto com Arisu e Usagi. Se agachou perto deles.

— Não tem como ganhar esse jogo, pelo menos não sem um plano de como derrubar ele. Eu vou ver se tem outros jogos — ela os avisou e logo se levantou e saiu de lá apressadamente. Seguiu até algum lugar que ela tinha a sensação que aconteciam os jogos e logo podia escutar alguém também se aproximar apressadamente devido aos tiros.

— Você tá indo na direção errada — a voz familiar do garoto fez a tomboy revirar os olhos

— Eu sei onde fica o jogo do valete de copas, na penitenciária. Eu faço esse caminho todo dia. Ou fazia — deu de ombros

— Você não gosta muito de mim porque você realmente não gosta das pessoas ou porque sou sua versão masculina? — ele perguntou enquanto caminhava ao lado da garota, mas um pouco mais atrás, ela era um pouco mais temperamental que ele então teria tempo de desviar um pouco, por exemplo.

— Eu não sei porque você acha que eu me importaria com você — ela falou e ele sorriu com essa resposta

— Essa doeu — ele falou e ela deu de ombros enquanto seus olhos felinos faziam o caminho já habituado e ela agradeceu que ele finalmente calou sua boca, que costumava ser quieta e abria apenas para manipular os outros ou um comentário ácido. Parecia que ela estava falando dela mesma. Segurou uma risada de escárnio enquanto suas botas eram o único som que se podia ouvir. Aquele lugar sempre tinha lembranças e a última não foi boa.

Cheshire - Chishiya x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora