A beira do precipício

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ALERTA: menção a suicídio

ALERTA: menção a suicídio

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"Osamu..." Se virou para o moreno com as malas em suas mãos, faltava alguns minutos para o seu voou sair. "Por favor, não se esqueça de mim."

"Eu não irei te esquecer, Chuuya." Pôs-se a olhar para as orbes que cintilavam em tristeza, ele sabia que estava sendo doloroso para ambos.

"Você iria me esperar, mesmo que demora-se muitos anos?" Perguntou abaixando o olhar, Dazai sorriu acolhedor.

"Eu irei te esperar, não importa quando tempo se passe." Pôr fim rodeou o mais baixo em um aperto forte que deixaria saudades. Ambos se olharam antes de Chuuya ir finalmente embarcar no avião.

O moreno respirava fundo tentando se calmar dentro da cabine do banheiro, mas nada estava adiantando, aquele lugar parecia tão pequeno e sufocante. Em um ato de puro desespero ele começou a ir disfarçadamente para o lado de fora do restaurante, não mais aguentando a sua própria mente conturbada e seus pensamentos sempre indo para lados negativos o fazendo pensar no pior - mesmo não sendo exatamente sua culpa. Ele apenas não sabia como lidar com isso tudo.

Com um aperto firme em seu próprio braço, agora na fachada do restaurante, mal percebeu quando as lagrimas escorriam pelo seu rosto em um choro silencioso e cheio de dor. Poderiam o chamar de patético ou idiota por ainda sentir saudade de alguém que ele não vê a cinco anos, mas nunca entendiam o quão aquele garoto o fazia se sentir - simplesmente vivo. Sim era isso.

Ele abraçava a si próprio numa tentava inútil de aliviar aquilo que sentia, mas ele sabia que não funcionaria e apenas era algo fútil de se fazer. O sentimento de alegria talvez seja como um grão de ouro cintilando palidamente no fundo de um rio de tristeza.

"Sabe Chuuya, da mesma forma que você não se sente humano, eu não me sinto vivo." Falou retribuindo o olhar do mais baixo soltando um sorriso melancólico.

"Onde você quer chegar?" Questionou vendo as orbes castanhas lhe encararam com um olhar triste, ainda que possui-se um pequeno sorriso em seus lábios.

Dazai olhou para o garoto ponderando alguns instantes, até por fim responder.

"Você faz eu me sentir vivo." Voltou o seu olhar para o livro que estava em suas mãos.

"Você..." O moreno o olhou, o ruivo apenas desviou o olhar com um rosto emburrado. "Faz eu me sentir mais humano... Dazai de merda."

Chuuya fazia Dazai se sentir vivo. E Dazai fazia Chuuya se sentir humano.

Ele se sentou brevemente sobre a calçada com a cabeça enterrada entre seus braços, seu peito doía em agonia de um sentimento guardado que nunca foi revelado ou nem sequer sabia se era retribuído. Ele não queria voltar para a mesa pois iria preocupar seus pais e seus irmãos, apenas queria evitar de ser um fardo para alguém, era a ultima coisa que queria nesse exato momento. Levantou a cabeça lentamente vendo algumas estrelas sob o céu, ele queria tanto ser uma estrelinha e brilhar lindamente lá encima, pois elas não podem sentir dor.

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