24 • Once Upon A Time

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Louis Tomlinson Narrando:

Pensei muito sobre o momento em que vi Harry deitado na maca, com diversos enfermeiros e policiais ao seu redor, e percebi que a ideia de viver sem ele por perto me atormentava demais.

Tudo bem, eu já tinha construído minha vida sem ele, faço isso desde os seus 18 anos... Mas dessa vez seria diferente. Sem notícias falsas, reportagens, lançamentos de álbuns, músicas que contavam nossa história, fotos de paparazzis, nada.

Seria um vazio onde Harry Styles costumava tomar seu lugar e ficar por um tempo.

Naquele momento eu me senti pequeno, sem um pingo de coragem, e sem poder ajudar ou fazer algo por ele. Falta de tudo.

Já ouviu alguma vez falar em pico de adrenalina? Ou o pico de coragem que ela causa nas pessoas? Era isso. Eu não tive isso considerando a situação, era como se a adrenalina me mantivesse no lugar, estático, paralisado.

- Tio Louis, posso pedir algo? -  em meio a pensamentos eu arrumei o quarto onde Ayla iria dormir. Arrumei a cama, coloquei todos os ursos de pelúcia que tínhamos em casa perto da cama e em prateleiras, e coloquei a luminária antiga de Ernest na tomada do lado da cama para que ela se sentisse segura em dormir ali.

- O que você quiser pequena.

- Você pode me contar a história de como você e o papai viraram melhores amigos? - hesitei um pouco antes de confirmar. Não sabia se Harry já havia alguma vez tocado no assunto, se algum dia havia mencionado meu nome a ela, e contado como nos conhecemos e como ele foi embora. - Papai sempre conta em forma de conta de fadas, eu gosto disso.

- Tudo bem, deixe-me pensar em como eu vou começar...

Tirei alguns segundos para imaginar como seria Harry colocando Ayla para dormir, tentei pensar da mesma forma que ele para que a história não fosse tão diferente de sua versão.

- Era uma vez, um pequeno garotinho de cabelos cacheados que morava em uma aldeia. Essa aldeia fazia parte de um dos reinos mais lindos já explorado pelos humanos daquele local - Ayla se ajeitou mais na cama se aconchegando com a coberta. - Este garotinho andava sempre contente com as coisas, brincava em meio a natureza e era daquele tipo de pessoa que sorria simpaticamente para desconhecidos, com a esperança de que aquele simples ato melhorasse a vida de todos.

Um certo dia enquanto fazia seu passeio comum de todas as manhãs ele notou algo diferente em sua rua. Havia uma carroça, a qual trazia uma família e novos itens de jardim, móveis diversos, e entre toda a bagunça de decoração havia outro garotinho. Aparentava ser poucos anos mais velho que o cacheado.

Logo ele já estava correndo para dentro de casa para avisar sua mãe de que havia novos moradores em sua aldeia e que finalmente faria amigos novos. 

- Mamãe, vem logo! - gritava desde lá do jardim, parando apenas quando avistou sua mãe na sala de estar tirando lindos biscoitos do forno. - Uma família nova se mudou para nossa aldeia, dá pra acreditar?

- Primeiro respire Harry, acabei de assar biscoitos. Podemos levar alguns depois se você quiser.

Dona Anne, mãe de Harry era a pessoa mais carinhosa de toda aldeia, nunca se importou em ajudar os outros e dizem que ela já teve propostas até para se casar com o rei Desmond, mas disse na época que não estava pronta ainda para tal ato.

O destino sabe bem como agir.

Uma hora havia se passado desde que a família nova havia se instalado em sua nova casa. Harry continuava contando.

- Podemos ir agora, eles já estão em casa e a carroça não está mais ali na frente! - Harry pulava na frente de sua mãe para lhe chamar atenção e assim poder ir o mais rápido possível, mas como isso não adiantou teve que usar seu último truque de chantagem emocional. - Vamos! temos que ir logo! Antes que ele faça outro amigo e se mude de novo.

Do Outro Lado Da Janela • LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora