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Harry saiu correndo da sala assim que o horário com o novo professor terminou, ele não sabia exatamente que desculpa daria para a professora de história quando ele chegasse atrasado na aula dela.

Mas ele precisava ir atrás de Malfoy.

E assim que viu o loiro parar no corredor mais calmo do colégio, ele fingiu que iria pegar livros e abriu o armário, ignorando o fato de que aquele fosse o armário do Rony e que o seu ficava no corredor do outro lado.

Mas ambos sabiam as senhas uns dos outros e claro, Rony não se importaria com aquilo.

Malfoy então tirou o celular do bolso e sorriu minimamente para o visor antes de levar o aparelho ao ouvido.

Harry tentou se aproximar um pouco mais pra ouvir a conversa.

— Oi? (...) É, tô sim. Por que? (...) Saio daqui às quinze horas, tem algum problema? (...) Tudo bem. Te vejo lá... Eu sei, também te amo.

Atrapalhado com as últimas palavras, Harry bateu com a mão no cadeado e sentiu o arder assim que viu o sangue surgir entre seus dedos, ele resmungou e deu dois passos para trás, não vendo que o homem já havia saído de sua posição anterior e estava caminhando de volta para o caminho que dava acesso à sala dos professores interrompendo seu trajeto, claro, após esbarrar em Harry.

— Droga! – o moreno disse e então olhou pra cima — Desculpe, professor... – ele disse de forma nervosa, mordendo seu próprio lábio e então Malfoy franziu o cenho.

— Você se machucou. – comentou olhando a mão do jovem — Venha comigo, posso te ajudar com um curativo rápido, garanto que não vai doer. – disse sorrindo de lado e Harry travou.

Ele ainda não tinha visto Malfoy sorrir, ou talvez ele tivesse ficado tempo demais olhando o corpo do professor enquanto ele falava, que mal notara nada além daquilo. 

— Então... Vamos? – ainda parado no mesmo lugar Malfoy ergueu uma sobrancelha e balançando a cabeça, Harry assentiu.

Já tinha até esquecido a dor, mas a ideia de ter as mãos do professor em seus dedos, causou um longo arrepio no moreno.

A sala dos professores não ficava tão longe, apesar de ter achado que iria para a enfermaria do colégio como o homem sugerira a Pansy, mais cedo. Harry entrou logo atrás do professor e ficou de pé, ao lado da porta.

— Sente-se, ah senhor....

— Potter. – Malfoy assentiu.

— Senhor Potter... Eu lembro de você... hm... turma do professor Snape, certo? – Harry assentiu.

— O Senhor tem uma boa memória. – Harry comentou rindo e outra vez, viu seu novo professor fazer o mesmo.

— Ser professor de matemática tem suas vantagens. – Rebateu rindo — Além do mais, não tem muitos alunos nessa escola de olhos verdes, cabelos bagunçados e uma cicatriz no meio da testa. – Pontuou e Harry abriu a boca surpreso.

Não fazia ideia de que Malfoy tinha reparado tanto nele.

E novamente, o moreno sentiu outro arrepio.

— Acidente de criança. – explicou apontando para sua própria testa — Minha mãe disse que eu estava brincando na garagem com as ferramentas do meu pai e acabei derrubando uma das caixas dele de cima das prateleiras... Nem os médicos souberam explicar como o corte ficou com esse formato de raio. – Harry deu de ombros rindo — Mas até acho legal, sou diferente de todos, e agora vejo que posso ser facilmente identificado. – Ambos riram.

— Bom, eu costumo carregar um mini kit de primeiros socorros em minha bolsa, trabalhei por muito tempo em jardim de infância e todos os dias, tínhamos crianças sangrando nas mãos ou joelhos. – disse rindo — Acabei me acostumando a deixar a caixa sempre comigo. – Harry assentiu. — Ao menos dessa vez, não vou usar a frase de sempre como "não vai doer nada", nem vou precisar soprar o ferimento assim que por álcool pra limpar. – comentou rindo e Harry apenas ficou quieto. Era ainda mais bonito ver Malfoy de tão perto, sorrindo e com os olhos azuis brilhando como se tivesse se divertindo com a situação.

Ele parecia totalmente alheio aos olhares que recebia do moreno, mantinha seu sorriso e suas conversas bobas a medida que limpava o corte que apesar de ter saído bastante sangue, não foi profundo, mas ainda assim, ele colocou um pedaço de gaze e esparadrapo na mão e levantou o rosto de novo.

— Pronto, em dois dias estará cicatrizado.

— Obrigado, professor. – Harry não soube porque sua voz tinha ficado tão rouca e tossindo um pouco ele forçou um sorriso antes de olhar para a saída. — Bom, tenho que ir agora, estou atrasado pra aula de História e a professora detesta atrasos..

— Eu te levo lá, quando ela ver que estava comigo e olhar sua mão, ela não poderá reclamar.

Harry assentiu.

Eles então seguiram em silêncio no curto espaço que era da sala dos professores, para a sala de Minerva, Harry não era fã da matéria e estava pouco se importando em chegar atrasado ou não, talvez ele nem fosse voltar de fato pra sala, se Malfoy não tivesse se oferecido para aquilo.

Assim que chegaram, o professor bateu a porta e esperou a mulher aparecer com cara de poucos amigos e franzir o cenho brevemente, alternando os olhares entre Harry e o loiro ao seu lado.

— Desculpe incomodar, professora, eu só vim trazer o senhor Potter na sala porque ele teve um pequeno acidente no seu armário...

— E você é...? – Harry revirou os olhos.

Ele detestava aquele jeito da professora para tratar os outros, incluindo alunos ou não.

— Perdoe-me, acho que não fomos devidamente apresentados. – Malfoy estendeu a mão pra ela. — Sou Draco Malfoy, o novo professor de matemática, ficarei por alguns meses no lugar do professor Snape.

— Oh, sim. Pois bem, senhor Malfoy, quero deixar claro, já que o senhor me parece ser muito novo em relação à regimes escolares. – Harry bufou de novo — Eu não tolero atrasos em minhas aulas e principalmente que professores venham trazer os alunos para evitar que eles sejam penalizados.

— Na verdade, professora, como eu havia dito, o senhor Potter sofreu um pequeno acidente e como não tinha ninguém da enfermaria por perto, eu mesmo o levei para fazer o curativo.

—Que isso não se repita. – Ralhou de má vontade — Entre, senhor Potter. – Harry assentiu e virou brevemente para Malfoy.

— Obrigado professor. – o loiro sorriu e deu as costas para sair de lá.

O olhar dos alunos se voltaram para Harry e principalmente das garotas que sentavam nas carteiras da frente, ele sorriu presunçoso e seguiu para o seu lugar onde Rony e Pansy já o olhavam curiosos e sorrindo com malícia, o moreno suspirou e sentou-se.

Aquela aula seria muito mais longa do que o normal.
























S.O.S - HOT MESSAGES - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora