Loja de conveniência

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Tudo o que Karine consegue fazer é ficar rindo sozinha com seus cenários fictícios, isso é meio preocupante.
Já se passaram dezenove de vinte e duas horas, obviamente eu dormi.. E dormi muito! Deve ser por isso que Karine está alucinado feito louca.

Não devo julgá-la, neste exato momento estou escutando nobody's business da Rihanna imaginando todo tipo de coisa possível.

Não posso negar que no fundo a menininha de onze anos que habita em mim as vezes tem esperança de encontrar a alma gêmea na rua da forma mais clichê possível, eu não sou de ferro, Seul tem caras bonitos e tal,mas um rostinho bonito não é o suficiente Se ele for um completo babaca, normalmente esse tipinho gosta das gringas por normalmente elas serem alienadas o suficiente para darem mole pra eles.

Eu espero que a Karine não seja uma dessas alienadas.

A aeromoça passa com um carrinho de comida, Havia cinco sanduíches com a mesma quantidade de sucos de caixinha com sabores diferentes.

Eu peguei um suco de laranja, já Karine pegou um sanduíche.

- Meu Deus isso é pior que comida de hospital- ela diz fazendo uma careta

A aeromoça nos olha com um olhar de reprovação.

- Ai meu Deus Karine, que desnecessário- solto uma risada

- Não posso fazer nada se parece um sanduíche de uma nutricionista hipocondríaca- ela dá de ombros e abre um aplicativo de leitura.

- A mamãe sabe que você anda lendo essas coisas inadequadas?

- Como assim inadequadas? "Amor mafioso" não tem nada de mais, só uns beijinhos...

- Você acha que eu não era exatamente assim na sua idade Karine? "Amor mafioso" foi lançado em 2014, estou certa?

- Sim, como sabe?

- Eu li- ela me olha surpresa e de repente um barulho chama atenção de todos dentro do veículo.

- Vocês não entendem, não são drogas, É literalmente Glitter...- implorou um garoto que parecia ter entre dezessete ou vinte anos

- E por que você estava cheirando esta substância, senhor?- o policial pergunta

- Na embalagem tinha escrito que tem cheiro de baunilha, mas eu não senti e acabei sujando o nariz. O glitter era pro meu diário de recordações.

- Mesmo assim, iremos levar o objeto para revisão, tenham uma boa noite.

- igualmente, ele diz revirando seus olhos e voltando ao seu assento.

- Acho que sou um ímã para gente louca- digo pondo meu fones e voltando a imaginar coisas impossíveis.

- Tadinho Camilla, ele só queria enfeitar o caderno de lembranças dele...

- Que estranho, meu Gaydar não apitou- digo observando cuidadosamente o garoto com cabelos até os ombros.

- Talvez porque o caderno não seja dele, e sim da garotinha que está ao seu lado.

- Boa observação Karine, Boa observação...

- Que coisa feia vocês duas hein, dando pitaco na sexualidade alheia, não foi assim que eu eduquei vocês não- minha mãe surge no banco de trás dando um tapa nos nossos ombros

- Que susto, ai- Karine Dramatiza com a mão na testa.

- Agora sosseguem vocês duas- disse minha mãe.

Me endireito em meu assento, pronta para dormir mais algumas horas até o destino.

2 horas mais tarde

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