V

5.6K 374 14
                                    

— Hoje a noite você irá comigo no coletor. — Falo enquanto pegava um livro. Sora concorda imediatamente com a cabeça. Pego outro livro e dou para ela. Ficamos lendo por um tempo e escuto ela soltar um suspiro reprimido. Possivelmente a leitura lhe foi emocionante. Olho para a capa e era um romance. Interessante. "Bolsas também sonham com um romance? Bolsas sonham?" Fico pensativo. Logo alguém bate na porta. — Entre. — Era um funcionário com uma bandeja de comidas. Sora larga o livro o escondendo e levanta pegando o carrinho. O funcionário sai e ela me serve chá. Ela parecia nervosa por quase ter sido pega. Ela pega um pires e acaba derrubando. Seu olhar para mim era de completo medo. Possivelmente achava que eu iria chutar ela igual a Yumi fez com o outro funcionário. — Junte isso. — Ela se agacha juntando os cacos. Escuto um grunhido abafado. Ela cortou o dedo. O sangue dela penetra meu nariz. Me controlo ali mesmo para não pular em seu pescoço. Sinto meus olhos esquentarem. — Vá fazer um curativo. — Ela sai rapidamente. Me recomponho respirando fundo. Era um sangue tão doce que me deixou de boca seca. Tomo o chá. Espero que ela não tenha notado. Alguns funcionários entram e limpam a sujeira. Logo Sora volta com o curativo feito. Eu como uns biscoitos e ela retira as louças. A tarde passa e eu vou para meu quarto. — 19h aqui. Um vestido será levado ao seu quarto. — Ela se curva e sai. As horas passam. Meus funcionários me ajudam no banho e me vestem. Deu 19h e Sora bate na porta. O vestido que ela usava era mais simples que o anterior, pois era um vestido de passeio, mas os tecidos nobres deixavam ele com um toque sofisticado. Ela estava com o cabelo bem preso e seu rosto natural que nem precisa de maquiagem. Completamente sem defeitos. — Ótimo. — Ela parecia aliviada com o comentário. Saímos de carruagem até o Coletor que não era muito longe. Chegando lá, sou recebido por um recepcionista pessoal que já estava a minha espera.

— Príncipe Haru. Sou Atlas. Irei acompanha-lo pelo local ajudando vossa majestade a escolher o melhor sangue. — Ele se curva como respeito. O cumprimento com a cabeça. Ele olha para Sora de cima abaixo. — E...?

— Minha funcionária. Sora. — Nunca falei o nome dela em voz alta. Fico até um pouco nervoso. Ela me olha um pouco surpresa, mas cumprimenta Atlas, que apenas acena. Começamos a andar pelo lugar que eu já conhecia. Sempre vou no mesmo Coletor há anos, pois é o melhor do reino. Sora olha para todos os lados curiosa. Chegamos em uma sala privada com mesa e assentos. Eu sento e Sora fica de pé ao meu lado. Atlas chama seus funcionários que traziam várias garrafas.

— Seleção com os melhores sangues que temos aqui atualmente, vossa majestade. — Atlas é servido com apenas um fio do líquido e entrega para mim que avalio o cheiro e coloração. Igual um vinho. — Sangue jovem e saudável. Um pouco ácido no começo, mas termina doce. — Atlas me explica. Sinto o cheiro que não me agradava nem um pouco. Fico só lembrando do cheiro do sangue de Sora. Outras taças foram servidas e eu avalio cada uma. Todas não me agradaram tanto. Fico pensativo e escolho a menos pior. Sou servido com o sangue e os funcionários saem. Atlas olha para Sora que fica nervosa com o contato visual dele. — Já pensou em vender o sangue dessa sua bolsa, vossa majestade? — Olho para Sora que fica assustada por um instante e abaixa a cabeça. — O sangue dela seria avaliado em um preço muito alto e o cheiro...

— Sem interesse. — Interrompo ele que fica sem graça.

— Mil perdões, pela pergunta infeliz. Com licença, príncipe. — Ele se curva e sai. Começo a tomar o sangue lentamente. Gosto nada muito agradável, mas necessário. Sora observava curiosa.

— Você gostaria de ser vendida? — Ela nega com a cabeça rapidamente. Fico satisfeito com a resposta rápida e tomo o resto do sangue. Me levanto e saio. Ela me segue. Saímos do local e olho a hora. Eram 20h. — Vamos fazer um desvio. — Eu falo para o cocheiro que nos leva até um restaurante. Sora não deve ter comido até agora. Somos levados para uma sala privada e as comidas chegam. Ela me serve a comida e o vinho. Começo a comer. Observo que só recebi um prato e chamo o garçom. — Quero outra louça para ela. — Sora me olha surpresa.

A Empregada do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora